quinta-feira, outubro 26, 2006

SONETO TELEFÔNICO

SONETO TELEFÔNICO


Eu quis ouvir a bela voz de Ivone,
Para melhor poder fazer os meus versos,
Mas como não achei seu telefone,
Eu fui discando números diversos.

No dois três nove um nove sete três,
Alguém disse para mim: Ligue depois!
Não era Ivone e perecia a Inês,
Mas o de Inês termina em sete-dois!

Logo a seguir, disquei o quatro-sete,
Mais quatro-nove-umpquatro e mais um só.
E assim me disse Dirce, da Feijó:

Ninguém vai atender, pois é o da Bete,
Mas se não for, eu creio que é o da Mônica
Que secretária tem, mas eletrônica...

CÁLICE E VENENO

CÁLICE E VENENO

Maria Feijó e Marcos Coutinho Loures

Na vida, as mais cruéis limitações
Vão sufocando sonhos e prazeres,
Calando a voz de nossos corações
E solapando as ilusões dos seres.

E se o melhor da vida, as ilusões,
Subordinadas são a vil poderes,
O sofrimento e as atribulações
Ao lado estão de nossos afazeres.

O grande pensa e sofre o que é pequeno
Mas o pensar também traz sofrimento!
Assim é a vida: cálice e veneno,

Emergente de esferas abissais...
É luz que se perdeu no firmamento,
Uma ilusão fugaz... E nada mais!

Obs: o primeiro quarteto é de Maria Feijó, os outros de Marcos Coutinho Loures

A MOCIDADE ACRÓSTICO

A MOCIDADE ACRÓSTICO

Posso dizer que sinto bem presente,
As lembranças de minha mocidade...
Recordação feliz, pura e inocente,
Acalanto de vida e liberdade!

Belo sonho de amor! Ela é semente
É luz, é chama, é fogo e claridade
No coração de quem, de amor carente,
Se manifesta em foram de saudade...

E quando a juventude, enfim, termina,
Leva a ilusão, o sonho e a fantasia!
A mocidade é assim: tem a magia

Indizível de um sonho de menina!
Nada mais belo aqui na terra existe
E nada mais fugaz e nem mais triste...

PARA UM POETA

PARA UM POETA

FEITO POR ANTONIO VIÇOSO MAGALHÃES

Novo era o Reino e o Mensageiro antigo
Sentiu que após as derradeiras pontes,
A sua voz tinha um sabor de trigo
E o seu olhar transpunha os horizontes...

Via o mundo liberto do castigo
Dos mesmos rumos pelos mesmos montes,
Pois, para sua sede de perigo,
O coração se extravasara em fontes...

Agora, o seu corcel fere a paisagem,
Traduz em outros cantos a mensagem
Dos Reinos que, sozinho, vislumbrou...

Seu próprio itinerário é uma surpresa,
Pois ele empunha o facho da beleza,
Nas vias que o seu verso iluminou!

Doutor Bruno e a Jaqueline

Vou querer que me examine
A Doutora Jaqueline
Para ver o meu estado;
Já fui a muitos lugares
Mas ando desanimado
Com minhas dores lombares.

-Dói, se me deito de lado
E dói, se fico sentado
Em frente à televisão;
-Se fico em casa ou não saio,
Dói em qualquer posição,
Meu bico de papagaio!

Para este mal que me alcança,
Doutora é minha esperança,
Por ser muito competente;
Ela tem as mãos de fada
E minha coluna, doente,
Com ela fica curada!

Talvez faça RPG
Que é bom pra mim, só porque
Eu também tenho cifose .
Doutora é boa de fato!
Para as artrites, e artrose,
Traz alívio imediato!

Faz milagres na piscina
E a seus “alunos” ensina
A dominar qualquer dor!
Acredite se quiser:
Com ondas curtas, calor,
Consegue curar a LER!

Nos AVCs, na isquemia,
Pela fisioterapia,
Tem ótimos resultados.
A Doutora não se cansa
E deixa todos curados,
Seja um adulto ou criança!

Mas, além de competente,
Ela é mesmo diferente,
Pela beleza invulgar!
Isto é o que diz cada aluno,
E assim pôde conquistar
Todo o amor do Doutor Bruno!

Que sejam muito felizes,
Superando as cicatrizes
Que, na vida, são normais!
E que vivam sempre bem,
Pois, sendo ela especial,
O Doutor Bruno é também!


Primavera de 2006

segunda-feira, setembro 04, 2006

Trovas e Contra trovas

Mote – É na estrada que sinto o peso da saudade...

Trova

A minha carga pesada,
Eu levo, contra a vontade,
Pois vou sentindo na estrada,
Todo o peso da saudade...

Contra trova

Saudade dói no meu peito,
De noite na madrugada,
Vê se me leva direito,
Pros braços da minha amada...

Trovas e Contra trovas

Mote – Mente sem ocupação é oficina do capeta...

Trova

Se, acaso, não fazes nada,
Ouve bem este ditado;
A mente desocupada
É oficina do diabo...

Contra trova

O diabo então me quis,
Preparar uma falseta;
De férias estou feliz,
E que dane-se o capeta!

Trovas e Contra trovas

Mote – Quando a água virar pó, a mulher vai amar um homem só...

Trova

Quando a água se trasformar
Numa montanha de pó,
Toda mulher vai amar,
De verdade, um homem só...

Contra trova

Devagar com ess’andor,
Cuidado aí, minha gente;
A mulher traindo amor?
Só sujeito incompetente!

Trovas e Contra trovas

Mote – Antes sofrer por alguém do que não ter ninguém para sofrer.

Trova

Antes sofrer por alguém,
Do que esta vida viver,
Sem não ter mesmo ninguém,
Por quem se possa sofrer...

Contra trova

Vem aqui meu amorzinho,
Você é meu grande bem.
Mas é melhor ser sozinho,
Do que sofrer por alguém...

Trovas e Contra trovas

Mote – Minha vitamina é um sorriso de menina

Trova

Ao sorriso da menina,
Eu paro, assim que puder
Pois a minha vitamina
É sorriso de mulher...

Contra trova

Dessa verdade não digo
Amigo não falo nada;
O maior, grande perigo,
Terminar em gargalhada...

domingo, setembro 03, 2006

Trovas e contra trovas

Mote – é mais fácil uma flor deixar de ser flor do que um hoimem, traidor...

Trova

É mais fácil uma azaléia
Deixar de ser uma flor,
Do que um homem, na boléia,
Deixar de ser traidor...

Contra trova

Pensando bem, com certeza,
Em matéria de carinho;
N’amor e na natureza,
Rosa também tem espinho...

Trovas e contra trovas

Mote – Se minha mulher manda lá em casa, quem manda nela sou eu...

Trova

Minha mulher é uma brasa,
É a Rainha do meu lar!
Se ela manda em minha casa,
Nela, sempre vou mandar...

Contra trova

Mando sim, tenho certeza,
Ninguém diz que estou errado;
Mando flores para a mesa,
E também mando recado...

Trovas e contra trovas

Mote – Quem ficou rico,correndo, foi Pelé

Trova

Se acaso estiver chovendo,
Devagar é que “dá pé”:
Quem ficou rico, correndo,
Pelo que sei, foi Pelé...

Contra trova

Correr não é bem comigo,
Isso é para quem quiser;
Na verdade, eu só consigo,
Correr atrás de mulher!

Trovas e contra trovas

Mote – Sei que sou feio, mas sou gostoso...

Trova

Eu sou cheio de defeito,
Mas eu me sinto charmoso;
Ser feio não é defeito,
Sou feio mas sou gostoso!

Contra trova

Feiúra quer dizer nada,
Eu também só penso assim;
Mamãe não tinha pomada,
Passou açúcar em mim!

Trovas e contra trovas

Mote – Não sou relógio, mas gosto de fazer hora...

Trova

Estou com pressa, meu bem,
Mas não vou partir agora!
Não sou relógio, porém,
Eu Gosto de fazer hora...

Contra trova

Você pensa em casamento,
Se pensar, ‘tô indo embora;
Eu não quero este tormento,
Só gosto de fazer hora...

Trovas e contra trovas

Mote – Não sou bombeiro mas sei como apagar o seu fogo...

Trova

Como bom caminhoneiro,
Eu já sei qual o seu jogo...
Mesmo não sendo bombeiro.
Posso apagar o seu fogo...

Contra trova

Na fogueira me jogaste,
Em brasa, então eu fique;
Meu fogo, logo apagaste,
De novo me incendiei...

Trovas e contra trovas

mote – O beijo é como o cigarro: não sustenta mas vicia...

Trova

Se me beijas, eu me amarro
E vou querer, todo dia!
O beijo é como o cigarro, m
Não sustenta, mas vicia...

Contra trova

Viciado no teu beijo,
‘Tô ficando sufocado.
Tragando no teu desejo,
Adoro beijo fumado...

Trovas e contra trovas

Mote – Errar duas vezes é bigamia...

Trova

Repito aqui – não me engano,
O que você já sabia:
Se um erro é coisa de humano,
Dois erros ... é bigamia!

Contra trova

Vou errando nessa vida,
Joana, Paula e Maria;
Renata e Aparecida,
Vou errando todo dia...

Trovas e contra trovas

Mote – Ter duas mulheres é fácil, o difícil é ter um sócio...

Trova

Faz do jeito que quiseres,
Mas depois que houve o divórcio,
Fácil é ter duas mulheres!
O difícil é ter um sócio...

Contra trova

Pior do que ter um sócio,
Não é bem isso o que queres.
Sociedade no negócio...
É melhor que nas mulheres!

Trovas e contra trovas

Mote – Rico, correndo, é atleta; pobre é ladrão...

Trova

Eu digo e o povo completa
E sem perder a razão:
Rico, correndo é um atleta;
Pobre, correndo ... é ladrão!

Contra trova

Isso é coisa que me engana,
Tá formada a confusão;
Ladrão pobre se embanana,
O rico não corre não...

Trovas e contra trovas

Trovas e Contra trovas
Mote – Não sou sanfoneiro, mas toco a noite toda.

Trova

Como bom caminhoneiro
Só durmo, de manhãzinha;
Eu nunca fui sanfoneiro,
Mas toco a noite inteirinha...


Contra trova

Vou tocando pela estrada,
Dormindo só nessas redes;
Durante essa madrugada,
Vou tocando uma Mercedes...

sexta-feira, setembro 01, 2006

Comentando

Quem ouviu as declarações de Dom Eusébio Scheidt, Cardeal do Rio de Janeiro, a respeito do Presidente Lula deve ter ficado assustado!
Um alto dignitário da Igreja não pode assim se manifestar, sob pena de ser considerado leviano, o que é lamentável.
E o fato da ofensa ter sido feita a um Presidente da República torna-a maior, pois este é o princípio básico do cristianismo.
Rememorando nossa história recente, tivesse Dom Eusébio se referido, da mesma forma a qualquer um dos presidentes militares ou caso residisse em Cuba e ousasse fazer comentários idênticos sobre Fidel Castro, podemos assegurar a essa hora, não estaria Cardeal tão tranqüilo, à espera do Espírito Santo, para a eleição do Papa...
O pronunciamento do religioso não se desdobrou pela atitude serena, madura e sensata de Luiz Inácio Lula da Silva!
Se nosso Presidente fosse mesmo “caótico”, teria agido de outra maneira, pois, no caso presente, que andou semeando o caos foi, sem dúvida, o Cardeal do Rio de Janeiro...
E há de ser ressaltado que nem mesmo no texto onde se desculpa pelas declarações, Dom Eusébio se mostrou suficientemente humilde.
Na verdade, é muito difícil mesmo explicar atitudes destemperadas!
Tudo me leva a crer que a origem do mal está no complexo de superioridade do Pastor, diante de suas “ovelhas” fato muito comum entre lideres religiosos, que se julgam acima do Bem e do Mal, como ocorreu naquele episódio em que um pastor evangélico, diante das câmeras de televisão, andou dando uns pontapés numa imagem d Nossa Senhora Aparecida.
Inconscientemente talvez, esse complexo passa a dominar muitas das ações desses pastores até que, um dia, eles serão obrigados a calçarem as “sandálias da humildade”...
Resultado de uma visão distorcida do mundo, esse sentimento pode aflorar em situações diversas, manifestando-se de maneira tão cruel e grosseira, como vimos no episódio em pauta.
Se o ilustre cardeal voltasse a ler textos sagrados, por certo encontraria inúmeras reprovações à conduta que teve.
E saberia que n ao tem direito de levar à execração pública uma de suas ovelhas por não estar acompanhando ela, a seu juízo, o ritmo dos demais.
Uma das paisagens que exemplifica bem os erros da avaliação que todos cometemos ao julgar a semelhante está em Lucas, de 32 a 43 em que Cristo canoniza o “Bom Ladrão”, preso a uma cruz, com o próprio Jesus.
Só nesta leitura, dom Eusébio teria elementos para ser mais cauteloso em seus julgamentos!
Lida atentamente, a passagem mostra como a sociedade da época condenou o ladrão, reservando-lhe a cruel e áspera lição da cruz!
Áspera e cruel lição que se tornou a chave da salvação, pois, o Bom Pastor, pelos exemplos da vida que deu ao mundo, tocou fundo o coração do malfeitor que, arrependido, clamava pelo divino perdão!
Basta, pois, àqueles que têm o hábito de julgar, uma séria meditação a respeito dessa passagem para ver o quanto Deus é misericordioso!
Isso se aplica a todos, inclusive a Dom Eusébio Scheidt.
O que não poderíamos fazer é omitirmo-nos diante do fato e, ao registrá-lo, torcer para que jamais se repita entre nós.
Se Dom Eusébio não aprender esta lição, vai dar muito trabalho ao Espírito Santo, na escolha de João Paulo II, o nosso já saudoso JOÃO DE DEUS!
Correio Muriaense - 16 de abril 2005

domingo, agosto 20, 2006

Musiclip Música tema – Frio en nel alma

-Amor:
O vento frio de uma noite de inverno caiu sobre minh’alma, quando soube que ias partir...
Como ave de rapina, a angústia fincou suas garras em meu coração que, inutilmente, busca reviver os momentos felizes de um pesadelo tão recente...
Ah! Como eu te amei...
Eras a realização dos meus sonhos mais ardentes, a luz que iluminava meus passos, a minha canção preferida.
Com a tua partida, os sonhos se perderam na longa estrada, o sol se apagou e aquela canção se perdeu, na distância que hoje nos separa...
Por mais que eu procurasse, jamais encontrei um motivo que pudesse justificar a tua partida, de modo tão inesperado...
Éramos tão felizes juntos que jamais pensei em te perder!
Os meus erros, tu os perdoaste todos, da mesma forma que esqueci os teus!
Fiz de teu amor a minha oração e, talvez por isso, Deus me tenha castigado, afastando-me de teus olhos, de teu corpo, de teus beijos, de todas as coisas que, a teu lado, trouxeram o paraíso à minha vida!
Agora, reunindo os pedaços de minha esperança, eu me dirijo à Virgem, implorando o perdão por esse meu erro mas pedindo e implorando a Ela que me faça com que voltes para mim, antes que o frio de uma noite de inverno congele toda a min’alma...

Musiclip - Música tema- Impossível saber que perdi você

-Amor:
Ninguém, neste mundo, é capaz de avaliar a imensa falta que você tem feito, em minha vida...
Não é possível que exista ou tenha existido um amor tão intenso, um amor tão bonito quanto o que eu tenho por você e, talvez por isso, seja impossivel acreditar que tudo se acabou.
Muitas vezes, chego a pensar que tudo não passa de um pesadelo, de um sonho mau mas, quando olho em volta, à procura de seus olhos, descubro que tudo mudou, pois não encontro você.
A dura realidade de sua ausência penetra fundo em minh’alma, trazendo-me a angústia de viver, no vazio que você deixou.
A vida sem você não vale nada e, a cada instante, morro um pouquinho mais, sufocado pela dor da sua ausência.
Ah! Amor!
Antes que seja tarde demais, eu lhe peço que volte para mim.
Por favor, venha correndo me dizer que tudo não passa de um pesadelo, antes que o desespero tome conta de toda a minha vida, destruindo o mundo de nós dois...
É impossível, amor, é impossível saber que perdi você...

MUSICLIP Música tema – Que queres tu de mim





Partiu-se em mil pedaços o espelho de cristal do nosso amor...
E pensar que tudo poderia ter sido diferente, se não fosse tua maneira descuidada de lidar com minha carências, se tivesse sabido respeitar meus sentimentos, ficando junto a mim nos momentos mais difíceis e cruciais de nossas vidas...

Cansei de passar noites e mais noites sozinho, conversando comigo mesmo, sem coragem de te expor os meus problemas, pois eu sabia de tuas discordâncias, antes mesmo de me ouvir...
Foram tantos os dias e noites de solidão, que aprendi a viver sem a tua companhia; e, ao te ver aqui, a meu lado, descubro que, por te conhecer como conheço agora, todos os meus sonhos irão se perder, na noite sem estrelas do nosso amor.
Algo de muito estranho se passou entre nós.
Tu mudaste tanto, tanto, que não consigo mais te encontrar; porém, pela maneira que me olhas, pareces querer que eu te implore o amor que, há muito tempo, me foi negado!
Mas, como te pedir aquilo que não tens, se estando junto a mim, eu me sinto sozinho e abandonado, pois é assim que me fazes sentir...
És uma figura estranha em minha vida e chego a pensar que não foi por ti que derramei tantas lágrimas, nas noites longas do pesadelo que se abateu sobre os nossos dias.
Não aceito que me culpes, se tudo se perdeu, ao se partir o espelho de cristal do nosso amor...
Tu quiseste assim e, agora, nem mesmo sei o que fazes aqui, ao, meu lado.
Se até meus sonhos se desfizeram ao contato de tuas mãos, eu te pergunto, então:
-Que queres? Que queres tu de mim?...

De domínio público

Aquele menino, quando nasceu, deram-lhe o nome de ÚNICO! Isto mesmo, Único, um nome que ele, ao tomar noção das coisas, passou a odiar.
Assim foi, pela vida até que, já idoso, sentindo chegar a morte, fez um pedido à santa mulher, que ele adorava, de todo o coração:
-No dia, em que eu morrer, por favor, não coloquem meu nome no túmulo!
Assim foi pedido e assim foi feito. Mas a esposa resolveu, em homenagem a ele, mandar escrever na lápide a seguinte frase:
AQUI JAZ UM HOMEM DE BEM, UM BOM FILHO, BOM PAI E BOM MARIDO QUE JAMAIS TRAIU SUA ESPOSA.
Isto foi o bastante para tirar o sossego do morto porque, ao ler a inscrição no túmulo, cada um dos visitantes do cemitério, não tinha dúvidas ao afirmar:
-Este foi o ÚNICO!

De domínio público

Um mineiro conseguiu autorização para colocar uma barraca de doces, em frente a uma Agência Bancaria.
Um dia, um patrício apareceu e pediu dinheiro emprestado ao doceiro que, na mesma hora, respondeu:
-Impossível! Quando vim para a porta do Banco, fiz um trato com o Gerente:
Nem o banco venderia doces, nem eu emprestaria dinheiro...

De domínio público

Dois sujeitos estão bebendo, num barzinho. De repente, um deles tira do bolso um relógio de ouro, para ver as horas e o outro companheiro de bar, pergunta:
-Que belo relógio! Quanto lhe custou?
-Este aqui custou só seis meses de cadeia...-

De Domínio Público

Se você tem algum problema na vida, pense sobre o seguinte:
-Só há duas coisas que podem incomodar você:
Ser bem ou mal sucedido!
Se você for bem sucedido, não há motivo para se incomodar; se, por outro lado, você for mal sucedido, das duas, uma:
Ou você conserva a saúde ou você fica doente!
-Se você conserva a saúde, não há motivo para se incomodar mas, se você ficar doente, das duas, uma:
Ou você sara ou você morre1
Se você sara, não há motivo para se incomodar mas, se você morrer, das duas, uma:
Ou você vai para o Céu ou vai para o Inferno.
Se você for para o Céu, não há motivo algum para se incomodar mas, se você for para o Inferno, você gastará tanto tempo, cumprimentando seus amigos, parentes e conhecidos que não lhe sobrará tempo algum para se incomodar.
Não é legal?

De domínio Público

Tuniquinho foi ao enterro do pai de um coleguinha e, aproximando-se do amigo, perguntou?
-Como foi que o seu pai morreu?
-Morreu como um passarinho... imagina que ele acabou de almoçar, passou mal, tirou os óculos e... pronto! Foi tudo num segundo!
-Puxa vida – continuou Tuniquinho – e ainda teve tempo de tirar os óculos?
-Graças a Deus! Assim ele nem viu a morte chegar...

De domínio público

Num restaurante, diante de um cliente bem exigente, o garçom pergunta:
-O senhor, que reclama de tudo, seria capaz de diferenciar um frango de uma galinha?
-É claro – respondeu o cliente – faço a diferença pelos dentes!
-Pelos dentes? Mas, como? Eles não têm dentes!
-Eles não, mas eu tenho!

De domínio público

Joãozinho pergunta ao pai:
-Pai! O que é “pena de Talião”?
O pai abaixa os óculos e responde:
-É aquela de “olho por olho, dente por dente”.
-Ainda não entendi nada – responde o garotinho.
E o pai, definitivo:
-É simples, meu filho: Se você me der um tapa, eu também te dou um tapa; se você me matar, eu também te mato!

De domínio público

A menininha, chega com a testa sangrando e a mãe, assustada, pergunta:
-O que foi isso, minha filha? Você tomou um tombo?
-Não mamãe, é que eu dei uma dentada na testa!
-Uma dentada? Como pode, minha filha, se a boca é mais embaixo?
A menina, sem perder a pose, retruca:
-É que eu trepei numa cadeira, mamãe...

De domínio público

Se você pretende se casar, veja o que os mais experientes pensam a respeito do assunto:
“Casamento é como um cavalo bravio! No dia que que alguém quer montar nele, todos vêm ajudar:
Um amarra o estribo; um outro, segura o freio e os outros, ainda, ajudam-no a subir na sela.
Mas, assim que o coitado está montado, todos largam o anilam que começa a dar pinote, como um louco!
Nesse instante, todos juntos, gritam:
-“Guenta” firme!...

De domínio público

O capitão estava instruindo a tropa e, precisando de um voluntário para demonstrações, pergunta:
-Por acaso, tem aqui algum soldado valete?
Zé Custódio se apresenta e o capitão manda colocar o recruta bem na frente do novo canhão, e ordena que o mesmo seja disparado.
Ainda surdo do barulho, enquanto se levanta e sacode a poeira, Zé Cust[ódio é abraçado pelo capitão que o saúda!
-Parabéns, soldado! Você mostrou que é mesmo valente! Vou lá trazer uma Medalha de Honra ao Mérito, para você!
Zé Custódio, olha para os lados e fala baixinho, no ouvido do comandante:
-Aproveita e traz também uma cueca nova. A minha está cheia, até na boca...

De domínio público

No quartel, o sargentão conversa com o recruta, enquanto amarra a sela num belo cavalo alazão:
-Meu jovem, você já montou a cavalo, alguma vez na sua vida?
-Nuca, senhor! Responde o soldado.
-Muito bem! Aqui está o belo cavalo que nunca foi montado! Assim vocês vão aprender ao mesmo tempo. Pode montar!

De domínio público

Dois metalúrgicos conversam. Diz o primeiro:
-Tenho orgulho de meu pai! Ele tudo fez para levantar a classe operaria!
-Foi ele líder sindical? Perguntou o outro.
-Nada disso! Ele foi fabricante de despertadores...

De domínio público

Duas amigas conversam. Em dado momento, a primeira delas fala para a segunda:
-Observei que você e seu marido brigam demais! Será que vocês têm opiniões tão diferentes assim?
-Nada disso – respondeu a outra – Nós brigamos porque temos opiniões exatamente iguais!
-Como assim? Iguais?
-É simples, - explicou a segunda – Acontece que ele quer mandar em tudo e eu quero exatamente a mesma coisa...

De domínio público


Numa reunião de família, Cacá se aproxima da tia e pergunta:
-Tia, você ouviu o que a Sandrinha disse de você, lá na cozinha?
-Não – respondeu a tia – “Eu estava lá na sala, falando mal dela...”

quinta-feira, agosto 17, 2006

De domínio público

Um rapaz, naquela fase de “aborrecente”, olha-se no espelho e resolve perguntar ao seu melhor amigo:
-Já reparei que tenho um rosto meio... digamos... delicado demais e isso anda me aborrecendo! Diga-me sinceramente: Você acha que devo deixar a barba crescer?
-Sinceramente?
-É claro! Quero saber sua opinião!
-Eu acho que não. O melhor é deixar como está.
-Uai; por que é que você pensa assim?
-Desculpe-me, mas se você deixar a barba crescer, vai ficar parecendo uma mulher barbada...

De domínio público

Um garoto de oito anos de idade, pergunta ao pai, influente político local:
-Papai, que é um traidor?
-Traidor, meu filho, é um safado que abandona nosso Partido, para ingressar no Partido de nosso adversário político.
O menino pensa um pouco e pergunta ao pão:
-Um homem que abandona o outro Partido e ingressa no nosso Partido, é um traidor também?
-Não – responde o pai. “Este é um aliado!”.

De domínio público

Vários soldados conversavam num quartel, contando suas proezas.
O gaúcho enfatizava: “Olha aqui, tchê! Na minha primeira batalha, matei cinco inimigos.”.
O carioca sem perder o pique, esclareceu: “Pois eu, logo de primeira, matei uma dúzia, somente no pescoção!”.
O paulista, para não ficar pra trás, enquanto comia “dois pastel”, jurou que havia matado mais de cinqüenta inimigos, só com uma baioneta.
Como o mineirinho tivesse ficado em silêncio, os três perguntaram, ao mesmo tempo:
-E você, mineirinho? Quantos matou?
Já de saco cheio de ouvir tanta mentira, o soldado tirou um cigarro de palha, da orelha e respondeu:
-Eu? Eu não matei ninguém! Logo na primeira batalha, eu dei bobeira e morri!

Do domínio público


Marinete, para poder trabalhar, colocou anúncio no jornal procurando uma babá, para tomar conta de seus quatro filhos menores.
O diálogo dela, com a primeira candidata que apareceu, foi mais ou menos assim:
-Você tem experiência?
-Não muita – respondeu a candidata.
-Gosta de criança? – perguntou Marinete.
-Adoro
-E por que você saiu do último emprego?
-Ah... (Suspirou a moça). “É que eu sempre esquecia de dar banho nas crianças...”.
Imediatamente fez-se ouvir um coro de quatro vozes que pedia, insistentemente:
-Fica com ela, mamãe! Fica com ela...

segunda-feira, agosto 14, 2006

Comentando

É sabido que o estudo do modo de agir dos animais poder nos fornecer dados importantes a respeito do comportamento humano.
Só para exemplificar, aí estão os experimentos de Pavlov, a respeito do “reflexo condicionado”, feitos em ratos de laboratório.
Mereceu-nos atenção, por isso, um documentário apresentado no “Animal Planet”, focalizando os métodos de caça dos leões selvagens.
Em resumo, ficamos sabendo que são as leoas que caçam e em grupo, quando asa presas são animais maiores, como os búfalos, que são capazes de dilacerar, com seus chifres, um leão adulto, com extrema facilidade.
Uma manada de búfalos, em deslocamento, mostra a existência, entre eles, de animais enfraquecidos pela idade e é aí que entra o chamado “instinto de predador”, existente nos felinos.
Sem se fazerem notar, elas acompanham o rebanho e, após colocarem os filhotes em local seguro, passam a atacar o animal mais velho, de maneira impiedosa e feroz.
O “instinto de predador” faz a escolha certa e o búfalo ferido resiste por pouco tempo, sob os olhares atentos dos leõezinhos, ao longe.
Nem mesmo a reação dos búfalos mais jovens consegue resultado, e, após matar a vítima, os felinos começam a devorar a presa, ali mesmo.
Há, aparentemente, todo um ritual, com os filhotes e o macho dominante sendo chamados para participarem do banquete a céu aberto.
O comportamento destes animais guarda certa semelhança com o modo de agir de certos grupos humanos, com a diferença fundamental de que, enquanto os leões atacam para saciar a fome, os “racionais”, ao fazê-lo são movidos por motivos menos nobres.
Da mesma forma que as leoas agem em bando, assim também procuram agir os assaltantes que se juntam em grupos, bem organizados.
Escolhem ambos, como vítimas, aquelas criaturas com menor poder de reação, geralmente as mais velhas ou combalidas.
Como acontece com os animais, o “instinto de predador” já está presente entre os jovens humanos e, como comprovação, basta ver como eles se tornam inconseqüentes quando se agrupam, muitas vezes desafiando pessoas e costumes, especialmente se não tiverem tido uma educação mais eficiente, capaz de inibir os desvios comportamentais.
O grande dilema das sociedades permissivas, como a nossa, é traçar e impor limites para os jovens, em casa, na rua, na escola.
Sem esses limites, não há como frear os impulsos causados pelos instintos humanos, dentre os quais, atavicamente, se salienta o que batizamos como “instinto de predador”, indispensável à sobrevivência da espécie, em priscas eras, onde as atividades de caça e de pesca eram a única forma de garantir a sobrevivência dos grupos humanos.
Todos esses aportes vão estruturando a personalidade e a única maneira de direcioná-la para o Bem é através de uma educação de qualidade em que educando, família e sociedade estejam integradas, de maneira real.
Urge, para tal, a tomada de uma série de medidas, não somente pontuais, capaz de livrar nossos jovens das situações que, exercitando o “instinto de predador”, possam levá-lo á marginalidade.
Mesmo na condição de búfalo ferido, aqui estamos, alertando para a gravidade da situação, não só em São Paulo, mas em todo o país, inclusive de cidades aparentemente pacatas, como Muriaé.
E que medidas sejam tomadas com rapidez, inteligência e coragem, antes que seja tarde demais, tanto para os búfalos quanto para os leões...

domingo, agosto 06, 2006

Comentando


Se, dos recentes episódios da esfera policial em São Paulo, não forem tiradas lições para a reforma das leias que regem o assunto, definitivamente mergulharemos mais fundo, neste poço sem saída que é a violência urbana em nosso País.
A ação descontrolada de elementos que cumprem pena em presídios seguida de forte reação policial, com centenas de mortos, mostram o quanto estamos desprotegidos da ação marginal que não respeita as leis e zomba da autoridade.
Bem esclarecedor, também foi o espetáculo montado com o desdobramento dos dois casos de homicídio havidos naquele Estado, os cometidos por Suzane Richtofen e cia contra os próprios pais e aquele outro, de idêntica crueldade, liderado por um jovem de 16 anos, o “Champinha” que, por sinal, nem foi a julgamento...
Em princípio, para aqueles que associam a violência à pobreza, fica difícil explicar o crime cometido por Suzane, Daniel e Christian, da mesma forma que Paulo Freire, antes de nos deixar, buscava, em vão, entender como um jovem bem formado, de família “classe A”, pela educação e pelos recursos financeiros, havia colocado fogo em um índio, numa calçada de Brasília...
Seria muito fácil tentar também explicar a violência pelo grau de escolaridade, pela leitura das estatísticas dos presídios, mas, a grande verdade é que os ricos têm como escapar das grades, ao contrário dos pobres!
Quando se fala em violência, parece-nos que não temos como conceituá-la baseados em fundamentos sociais, como escolaridade, condições financeiras e econômicas e, até religiosas, pois, como temos visto, a chamada “bancada da fé”, no Congresso Nacional, não tem dado bons exemplos de conduta moral, no decorrer dos tempos.
Urge pois que busquemos respostas para questões que nos angustiam pois, pelo que se vê, não existe CRISE DE VIOLÊNCIA no País e, sim, uma degeneração moral, no decorrer dos tempos.
E faz parte dessa degradação aquilo que, há tanto tempo, temos denunciado nas religiões, a prática do charlatanismo, com o anúncio de curas e milagres, aos borbotões, como se isso fosse possível, de acordo com a evolução do conhecimento humano!
Tomando por base aquilo que tem acontecido na própria Igreja Católica Apostólica Romana, seria muito bom que certos leigos e, infelizmente, certos padres daqui e de além-mar, lessem o Direito Romano, naquilo que se refere a “milagres”!
Eles saberiam, por exemplo, que o anúncio de qualquer “milagre” é atribuição de um Bispo, jamais de um padre ou de um leigo, depois de cuidadosa investigação científica.
Quando “milagres” são anunciados, como em certos programas de televisão, pelo Direito Romano, está havendo usurpação do poder e, possivelmente, em 99,9% dos casos, charlatanismo!
Uma outra interpretação desta verdade só pode ser aceita se dermos guarida ao fundamentalismo religioso!
E o fundamentalismo explica, entre outras coisas, a “guerra santa” em que se mata, “em nome de Deus”.
Responsabilidade maior em todo esse processo está com nossos políticos que, por imobilismo, pouco fazem para mudar nossas leis.
O resto é conversa fiada!

quarta-feira, agosto 02, 2006

Trovas e contra trovas

Mote – por amar a rosa, temos que suportar os espinhos.

Trova

Pode ser feia, dengosa,
Mas são teus os meus carinhos:
É por amar essa rosa,
Que eu suporto os seus espinhos.

Contra trova

Suporto dor e fracasso,
Suporto choro e inhaca,
Suporto até o cansaço,
Até sogra-jararaca...

Trovas e contra trovas

Mote – Barbado, só coco-da-bahia

Trova

Quer carona? Eu já te digo:
Fosse mulher, eu daria!
Pois barbado, meu amigo,
É só coco da bahia.

Contra trova

Homem nenhum, nesse mundo,
Entra nessa condução,
O bicho fede e é imundo,
Com barba? Só camarão...

Trovas e contra trovas

Mote – A boca que muitas vezes beijei, hoje me nega um bom dia.

Trova

Minha vida – agora eu sei-,
É repleta de ironia:
A boca que eu mais beijei,
Hoje me nega um bom dia...

Contra trova

Ela anda tão serelepe,
Desfilando o namorado,
Mas não quero que se estrepe,
Tenho pena do coitado...

Trovas e contra trovas

Mote – Preciso de uma sogra

Trova

Minha vida de solteiro,
Está ficando uma droga!
Por isso, meu companheiro,
Eu preciso de uma sogra...

Contra trova

Solteiro vive na noite,
Cultivando tanto vício,
A sogra; amigo, esse açoite,
Nos leva todos pro Hospício...

Trovas e contra trovas

Mote – Pobre e prego, só levam na cabeça.

Trova

Ser pobre é duro, não nego
E não há quem não padeça;
O coitado é como o prego:
Sempre leva na cabeça...

Contra trova

Inda bem que, com certeza,
Meu Deus não errou em nada,
De tanto estar na dureza,
Agüenta essa martelada...

Trovas e contra trovas

Mote – Nas curvas do seu sorriso, capotei meu coração.

Trova

Veja só que prejuízo
Eu tive, na direção:
-Nas curvas do seu sorriso,
Capotei meu coração...

Contra trova

Capotar é prejuízo,
O coração “amarela”,
Vou fugindo do sorriso,
Botando só na banguela...

Trovas e contra trovas

Mote – mulher feia é que nem chuchu, come-se mas não tem gosto de nada

Trova

A mulher feia tem nome:
“Chuchu à beira da estrada”,
Às vezes a gente come,
Mas não tem gosto de nada...

Contra trova

Mulher feia é bem melhor,
O bom cabrito não berra,
Tem bonita que dá dó,
E mais que chuchu na serra...

Trovas e contra trovas

Mote – Marido velho é como gato de armazém: Só dorme no saco...

Trova

Marido velho, meu bem,
Só sabe “jogar buraco”;
Como o gato de armazém,
Só dorme em cima do saco...

Contra trova

Pra total desilusão
Da pobre dona Maria,
O “gatão” que era João,
Hoje é essa porcaria...

Histórias do meu sertão

A figura do Pai sempre foi vista como a do Super-homem, pelas crianças, em todos os lugares do mundo.
Nas pequenas cidades, nos vilarejos, essa figura se acentua pela opressão que os pais exercem sobre os filhos.
Mas, apesar disso, Joãozinho não deixava de insistir com seu pai, sempre que sua curiosidade apontava em determinada direção.
Certa vez, o menino perguntou ao pai:
-Papai, por que é que a minha calça só tem dois botões e a do senhor tem cinco?
O pai, que nunca havia pensado nisso, encontrou a saída, na seguinte resposta:
-Sabe, Joãozinho, é que o seu piu-piu é pequeninho e o do papai é maior.
Joãozinho pareceu conformado mas, um dia, ao vir da Missa, correu em direção ao pai e falou:
-Papai! O senhor já viu o tamanho do piu-piu do Padre Jairo?
O pai, assustado com aquela pergunta e já pensando no pior, voltou-se para o menino e falou:
-Não, meu filho! Mas... como é que você sabe? Aquele sem-vergonha mostrou para você?
-Nada disso, pai – continuou o menino. Mas, o senhor já viu a quantidade de botões que tem a batina dele?

Histórias do meu sertão

Tristeza maior não poderia ter havido, na família do Zé do Bode: Ao dar a luz a uma ninhada, a porca morreu, só escapando um leitãozinho, muito enfraquecido, por sinal.
A solução seria levar o único sobrevivente para dentro de casa, tratando dele como se fosse um filho recém nascido.
Cercado de tantos cuidados, o porquinho melhorou e foi crescendo dentro de casam passando a ser uma pessoa da família, querido por todos.
Quando chegou o Natal, o meu amigo Zé do Bode que, em virtude de seu trabalho, não teve tempo de se afeiçoar ao leitãozinho, teve a infeliz idéia de propor que, na ceia, sua esposa fizesse o leitão assado.
-Mas a gente gosta dele, pai! Como é que o senhor tem coragem de pensar nisso? Disseram os filhos.
Contudo, Zé do Bode era teimoso! Com ele, não havia discussão!
-Falei, tá falado! ...Prepare o leitão, que hoje é Natal! Ordenou ele à esposa.
Quando a noite chegou, a família do Zé do Bode toda reunida á mesa, lá estava ele, o leitão assado com aquela horrível maçã enfiada na boca.
No dia seguinte, Zé do Bode apareceu no serviço, com enorme dor de cabeça e um dos seus companheiros comentou:
-Já sei, você deve ter comido demais na ceia, não é mesmo?
-Nada disso – respondeu Zé do Bode – Eu estou é morrendo de fome. E, falando nisso, depois você passa lá em casa e leve um leitão que sobrou de ontem

Histórias do meu sertão

A precocidade sexual dos habitantes do campo parece estar diretamente ligada ao convívio com a natureza, a observação aos hábitos dos animais e à sensação de liberdade que o horizonte sem fim dá àquela gente.
Mauricinho, um destes habitantes, tinha seus treze anos de idade e estava assistindo à missa quando o Padre, sabedor dos hábitos rurais começou a falar sobre amor.
E, ao cair no terreno do pecado, o Padre insistiu em ser pecado maior obrigar alguém a fazer aquilo que esse alguém não gostaria de fazer.
Ao ouvir tal prédica, Mauricinho começou a chorar,. O Padre esperou que todos saíssem da Igreja e, aproximando-se de Mauricinho, perguntou o que estava havendo com ele.
Mauricinho, com os olhos cheios de lágrimas, disse:
-É que eu errei, senhor Padre.
- Como assim? Perguntou o homem de Deus.
Mauricinho explicou: Num momento de fraqueza, ele havia obrigado sua melhor amiga a manter relações sexuais com ele.
E o Padre, para entrar em detalhes, perguntou novamente:
-Mas Ela não gritou? Não fez objeção?
Com os olhos brilhando, Mauricinho concluiu:
-E como, seu Padre! Ela virava a cabeça de um lado para o outro e berrava: Bé-é-é-é...

Histórias do meu sertão

A precocidade sexual dos habitantes do campo parece estar diretamente ligada ao convívio com a natureza, a observação aos hábitos dos animais e à sensação de liberdade que o horizonte sem fim dá àquela gente.
Mauricinho, um destes habitantes, tinha seus treze anos de idade e estava assistindo à missa quando o Padre, sabedor dos hábitos rurais começou a falar sobre amor.
E, ao cair no terreno do pecado, o Padre insistiu em ser pecado maior obrigar alguém a fazer aquilo que esse alguém não gostaria de fazer.
Ao ouvir tal prédica, Mauricinho começou a chorar,. O Padre esperou que todos saíssem da Igreja e, aproximando-se de Mauricinho, perguntou o que estava havendo com ele.
Mauricinho, com os olhos cheios de lágrimas, disse:
-É que eu errei, senhor Padre.
- Como assim? Perguntou o homem de Deus.
Mauricinho explicou: Num momento de fraqueza, ele havia obrigado sua melhor amiga a manter relações sexuais com ele.
E o Padre, para entrar em detalhes, perguntou novamente:
-Mas Ela não gritou? Não fez objeção?
Com os olhos brilhando, Mauricinho concluiu:
-E como, seu Padre! Ela virava a cabeça de um lado para o outro e berrava: Bé-é-é-é...

Histórias do meu sertão

Uma das expressões mais comuns, pelo interior é “correr cotia”. Correr cotia significa se arrepender de um negócio fechado, desfazendo-o. Quem corre cotia, fica sendo conhecido como pessoa sem palavra, de pouca confiança, para negócios.
Mas, quando os dois se arrependem, não há problema, como, aliás, aconteceu com meus amigos Manuelino e Zé.
Certa feita, Manuelino se entusiasmou com a propaganda que o Zé tava fazendo de um relógio-despertador e acabaram fechando um negócio: Em troca do relógio, Manuelino deu um belo galo, que enfeitava o seu galinheiro.
Uma semana depois, o Zé descobriu que o galo era cego de um olho e foi se queixar com Manuelino:
- Mas você tinha que ter avisado que o galo era cego de um olho, reclamou o Zé.
- É, mas você também tinha que ter avisado que o seu relógio só anda atrasado! Retrucou Manuelino.
Diante de tantas queixas, os dois resolveram desfazer o negócio.
É claro que, tendo sido de comum acordo, nenhum dos dois poderia ser acusado de ter “corrido a cotia”, uma fama indesejável para eles;
Ao Zé, bastou dar um ajuste no relógio para que ele não mais se atrasasse e o Manuelino ficou todo contente, ouvindo o galo cantar toda manhã.
Mas, o que eles não sabiam é que, com a volta do galo, as galinhas do Manuelino voltaram a ter a alegria de antes, uma alegria que se foi, quando o rei do terreiro foi trocado por um velho relógio-despertador.
Afinal, em terra de cego, quem tem um olho é rei...

Comentando


Sob a direção de Itabajara Catta Preta e gerência de Joel Vidon ,em finais dos anos 50, circulou o Flâmula, jornal feito com esmero e para o qual colaboramos, por bom período, com nossas crônicas.
Sem dúvida, pessoas como Itabajara Catta Preta e Itamar Magalhães, só para citar dois dos mais lídimos representantes de nossa cultura, muito contribuíram para que a fracionada história desta cidade não se perdesse completamente, graças aos jornais que criaram e dirigiram, com extremo sacrifício, como sabemos.
A leitores atentos, como nosso competente João Carlos Vargas, no manuseio dos exemplares do Flâmula, não terá escapado um vocábulo com que o articulista se despede de seus leitores, o hoje desconhecido por muitos, “anauê”.
Era com esta palavra que os chamados “camisas verdes”, os integralistas, se cumprimentavam, ao se encontrarem e eles foram, aqui em Muriaé, tão numerosos quanto sonhadores! A palavra, incorporada ao Movimento Integralista Nacional, criado por Plínio Salgado e que se baseava no tripé “Deus -Pátria e Família”, era de origem indígena e o movimento, desarticulado por Getulio Vargas, conseguiu reunir os mais expressivos intelectuais da época, com Gustavo Barroso, Dom Hélder Câmara e o próprio Plínio Salgado, poeta, filósofo e escritor de nomeada.
Símbolos do Integralismo, a camisa verde e a letra grega sigma, que tem o significado de somatório, na matemática passaram a ser vistos com desconfiança pelo sistema, assim como o anauê, a saudação a que nos referimos anteriormente.
No lugar do Integralismo, surgiu o PRP – Partido de Representação Popular, de que o Flâmula era o porta-voz em Muriaé e região.
Ao manusearmos o número 20 deste jornal, editado em 27 de março de 1958, deparamo-nos com matérias interessantes que vão desde a bem traçada biografia de Lincoln Moreira Marinho, à crônica que ressalta a vitória do Nacional sobre a Portuguesa, do Rio de Janeiro, por 3 a zero, com três gols de Corisco, um dos maiores atacantes do futebol brasileiro, ao lado do inquestionável Dominguinhos, e do campeoníssimo Marco Aurélio Moreira.
A Portuguesa era da primeira divisão do Rio e vinha de uma vitória sobre o Cruzeiro,
em Belo Horizonte, na excursão que fazia, por Minas.
O fantástico é que o jornal, em outro artigo, falava do fracasso do futebol brasileiro, nos mundiais de 50 e 54 e alertava que poderíamos perder a Copa de 58, caso não vencêssemos a tremedeira, diante dos selecionados europeus, isso em março de 1958!
A CBF contratou um psicólogo e, meses após, conseguimos nosso primeiro título mundial, ao afastar a tremedeira de que falava o jornal.
Só para estabelecer o contraste, na seleção de 2006, esta que perdeu para a França nas quartas de final, a chamada assistência psicológica, ficou por conta de um pastor de determinada igreja evangélica contratado por Kaká e Lucio e que viajou à Europa às custas dos dois jogadores...Sinais dos tempos!
Ao vencermos, em 58, com a decisiva participação de Pelé, Garrincha, Nilton Santos e Didi, perdemos o chamado complexo de “cachorro vira-lata” e nos tornamos uma nação verdadeiramente respeitada no esporte bretão.
Uma nação, como vimos, sonhada por Itabajara Catta Preta, por Itamar Magalhães e por tantos outros que ajudaram a redigir a história de Muriaé e, de maneira profética, da seleção brasileira de futebol, campeã mundial, por tantas vezes!
A todos eles, nossas homenagens, quase meio século depois!

terça-feira, agosto 01, 2006

Histórias do meu sertão

Zé Romão, matuto inteligente, não suportava mentiras. Se, por acaso, algum mentiroso se fazia presente diante dele, Zé Romão não fazia por menos: Inventava mentira maior, só para deixar o mentiroso sem graça.
Um dia, numa roda de amigos, um pessoal começou a contar vantagens. E, de vantagem em vantagem, ele disse que, no Rio Tocantins, havia flagrado um peixe tão grande, mas tão grande, que dez juntas de bois não conseguiram tirar o peixe dágua.
Zé Romão ouviu a história com paciência e, fingindo acreditar nela, começou a contar a sua história:
Segundo ele, quando mais jovem, começou a fazer um caldeirão de cobre. Mas não era um caldeirão comum não!
Para se ter uma idéia, depois de pronto, se uma pessoa entrasse dentro dele, uma outra pessoa, colocada no canto oposto, não seria capaz de ver a primeira. E, se desse um grito, não seria ouvido.
O amigo mentiroso, diante daquele absurdo, perguntou:
-Mas, meu amigo Zé Romão; para é que serviria um caldeirão deste tamanho todo?
Zé Romão cuspiu de lado e, com um leve sorriso nos lábios, respondeu:
-Prá que? Ora bolas... para assar o peixe que você fisgou...

Histórias do meu sertão

Basílio sempre foi conhecido, lá pelas bandas de Uberaba, como um grande mentiroso.
Mas- verdade seja dita- ele só saía com uma das suas quando provocado. Foi o que aconteceu, quando um rico industrial paulista resolveu tirar umas férias no campo e se hospedou a fazenda onde Basílio morava.
Mas, como todo bom paulista, o homem só gostava de falar em trabalho e, de conversa em conversa, contou a Basílio que, na sua fábrica de armas, em São Paulo, ele havia descoberto uma espingarda de tiro certeiro.
Cansado de ouvi-lo, o Basílio contou que, quando era mais jovem, ele também, apesar de morar no campo, havia inventado uma bala que não errava o alvo, fosse ela atirada de espingarda, de atiradeira, de estilingue ou, mesmo, com a mão.
-E como era essa bala? – perguntou o empresário.
Basílio não se fez de rogado:
-Era uma bala comum. Acontece que, antes de atirar, eu passava a ponta dela no nariz de meu cachorro caçador. Aí – prosseguiu Basílio – era só atirar! A danadinha saía em perseguição ao alvo e não descansava, enquanto não atingisse o alvo.
Realmente, esses mineiros têm uma fértil imaginação.

Trovas e contra trovas

Mote – Os conselhos que me dás , deverias ser o primeiro a segui-los...

Trova

Chega de blá blá blá
E não me ponha mais grilos:
Os conselhos que me dá,
Você devia segui-los!

Contra trova

No balcão da solidão
Conselho já tem assento,
Pois então não ouça não,
Obedeça ao pensamento...

Trovas e contra trovas

Mote – Paraíso tem sabor de mel, de mãe e de mulher fiel

Trova

Se o Paraíso aqui fosse,
Teria sabor de mel,
Do amor de mãe – que é tão doce-
E o da mulher que é fiel...

Contra trova

Então, Paraíso sei.
Nem vou me preocupar
Nele então, eu vou ser rei,
De tanto saber amar...

Trovas e contra trovas

Mote – Boa de bico é a cegonha...

Trova

Você fala e não diz nada
E disso, não tem vergonha;
Já me disseram, na estrada:
Boa de bico é a cegonha...

Contra trova

É verdade, sim senhor,
Nesse caso eu não me engano,
Mas trem para causar dor,
É bicada de tucano...

Trovas e contra trovas

Mote – Mulher na direção? Salve-se quem puder!

Trova

Falam que sou machista
Mas pode ver, quem quiser:
Se a mulher é a motorista,
Salve-se, então, quem puder!

Contra trova

Não caio nessa lorota,
A verdade é bem bonita,
Pois eu perdi minha rota,
Quando conheci a Rita...

Trovas e contra trovas

Mote- Namoro com mulher casada, tem gosto de 45...

Trova

Namoro muito, na estrada,
Mas, com casada, não brinco:
Namorar mulher casada,
Tem gosto de quarenta e cinco...

Contra trova

Não tenho medo de nada,
Essa verdade não cala,
Mesma que seja casada,
Atirando, chupo a bala...

Trovas e contra trovas

Mote – Mais perigosas que as curvas das estradas, são as das mulheres...

Trova

Eu toco, enquanto puder,
Por estradas sinuosas;
Mas são mesmo as da mulher,
As curvas mais perigosas!

Contra trova

Pois nas curvas de Teresa,
Eu perdi a direção,
Em meio a tanta beleza,
Capotei meu coração...

Trovas e contra trovas

Mote – Se ruga fosse sinal de velhice, meu saco era Matusalém...

Trova

Se ruga fosse sinal
De velhice, Ó Santo Meu!,
Este meu saco, afinal,
Estaria num museu...

Contra trova

Essa é uma grande verdade,
No museu, ele estaria,
Mas não há, na humanidade,
Nada com tanta valia...
(experimenta ter que andar segurando...)

Trovas e contra trovas

Mote – Fui matar a saudade e voltei morrendo...

Trova

Há coisas que, na verdade,
Eu juro que não entendo:
Eu fui matar a saudade
E, dela, voltei morrendo...

Contra trova

De saudades, vou morrendo,
Mas nelas, também, eu vivo;
Dos amores, vou correndo,
Para ver se sobrevivo...

domingo, julho 30, 2006

Histórias do meu sertão



Ao descobrir que estava sendo enganado pela mulher, o Serapião resolveu dar cabo à própria vida!
Antes porém, quis lavar a sua honra e, para isso, deu uma tremenda surra na mulher, após o que, levando uma corda debaixo do braço, enfiou-se pelo mato.
Dois dias depois, os amigos, preocupados com o seu desaparecimento, foram procurá-lo e, para surpresa geral, encontraram-no, pendurado pela cintura, numa árvore enorme.
-Que é que você anda fazendo, homem de Deus, pendurado pelas cadeiras?
O Serapião, enfraquecido pela fome e pela sede, respondeu:
-Estou enojado da vida e vim me matar!
-Mas não é assim, pendurado pela cintura, que a gente se mata! Por que você não passou a corda pelo pescoço?
Enquanto o pessoal providenciava o salvamento, Serapião saiu-se com essa:
-Bem que experimente, mas me deu uma falta de ar...

Histórias do meu sertão



Um velho professor de matemática resolveu dar um passeio, pelas margens do Rio São Francisco.
Impressionado com a beleza do “Velho Chico”, o homem desejou atravessar para o outro lado e, para tal, pediu carona a um barqueiro que, prontamente, se colocou à sua disposição.
Durante a travessia, o Professor perguntou ao barqueiro:
-Por acaso o senhor já ouviu falar em álgebra?
-Álgebra? Não senhor... Nunca ouvi falar...
-Perdeu a metade de sua vida! Sentenciou o velho mestre.
Mais adiante, o Professor voltou ao assunto de sua preferência:
-E, por acaso, o Senhor já ouviu falar em Trigonometria?
-Trigo...trigo...trigo o que? Perguntou o canoeiro.
- Trigonometria – completou o mestre.
-Não, jamais ouvi falar nisso – disse o homem.
E o mestre comentou:
- Se você jamais ouviu falar em trigonometria, pode estar certo, perdeu um quarto de sua vida!
A certa altura, ao verificar que entrava água no barco, o homem da canoa perguntou:
-Por acaso o Doutor sabe nadar?
O Professor, sem entender a pergunta, isto é, a razão da pergunta, responde-a:
- Não! Jamais aprendi a nadar. Por quê?
Do alto de sua imensa sabedoria prática, o canoeiro responde:
-Então o Senhor perdeu a sua vida toda!

Histórias do meu sertão



No imenso galinheiro havia duzentas galinhas e um só galo, o já idoso Nicolau.
Não precisa dizer que o galo não dava conta de tantas galinhas, razão pela qual o dono da criação resolveu comprar um outro galo, a que deu o nome de Raul.
No primeiro dia, Raul acordou cedo e cobriu todas as galinhas, deixando Nicolau a ver navios.
Ao se ver preterido, o velho Nicolau chamou Raul para um canto e propôs:
-Quando o dia amanhecer, vamos colocar as galinhas em fila indiana. Você começa de um lado e eu começo do outro. Assim, não poderei reclamar de nada.
Raul, que era de boa paz, aceitou a proposição e passaram da palavra à ação.
No dia seguinte, as galinhas fizeram uma fila enorme e, de um lado, ficou Raul, enquanto do outro, Nicolau se posicionou.
Dado o sinal de partida, Raul ia dizendo, enquanto cobria as galinhas:
-Com licença, amorzinho. Obrigado! E partia para a outra.
Lá pelas tantas, o galinheiro horrorizado ouviu o seguinte:
-Com licença, Nicolau. Obrigado!
Depois dessa, Nicolau ficou desmoralizado e teve que se aposentar.

Histórias do meu sertão.



Dr Fernando Motta vem me contar um caso verídico, acontecido lá pelas bandas da Praia Seca, aqui mesmo no Estado do Rio de Janeiro.
Um fazendeiro saía toda manhã, para inspecionar o serviço da fazenda, deixando a sua fogosa esposa a ver navios.
Não demorou muito para que ela começasse a “pular a cerca”, traindoo marido com um fazendeiro vizinho.
Um belo dia, o capataz da fazenda chegou perto do marido e falou:
-Patrão: Eu vou contar uma coisa que todo mundo já sabe: Sua mulher está traindo o senhor com o seu melhor amigo!
-Com o meu melhor amigo? Perguntou assustado o fazendeiro. Não é possível!
-É verdade sim , patrão! E o pior é que todo mundo sabe, menos o senhor!
O fazendeiro não se fez de rogado: Deu meia volta e, tirando a velha garrucha do coldre, entrou na casa. Logo a seguir, ouviram-se dois tiros.
O capataz correu até a casa, a tempo de ver dar o último suspiro o belo cachorro policial do fazendeiro.

Histórias do meu sertão


Um espertalhão, dirigindo-se a uma pequena cidade do interior, espalhou para todo mundo que o “Seu” Vigário havia tomado, dele, quinhentos mil réis emprestados.
Como o Padre negasse, ficou a palavra dele contra a do espertalhão e o assunto foi levado a julgamento, numa pequena sala da Delegacia.
O delegado perguntou ao vigarista se não havia testemunha e ele, obviamente, disse que não, que confiava na palavra do Padre e coisas assim.
Um dos presentes, ao ver o rumo do interrogatório, teve pena do “seu” Vigário e , tomando a palavra, disse aos presentes:
-Sr. Delegado: Deve estar havendo um grande equívoco! Este Senhor, que mal chegou à nossa cidade, está acusando a pessoa errada.
Na verdade, quem tomou os 500 mil réis emprestados, fui eu! Assim eu pago a conta e tudo fica acabado.
O vigarista não perdeu tempo: Fingindo não dar muita importância a esse depoimento, virou-se para o Delegado e falou:
-Vamos por parte. Esses são outros quinhentos!
O que me interessa agora é receber o dinheiro que emprestei para o Padre. O que emprestei para esse senhor aí, eu vou cobrar depois...
Mais não disse nem precisou dizer. E foi assim que nasceu a expressão : “Esses são outros quinhentos”.

Histórias do meu sertão



O gerente do Banco do Brasil, naquela época em que o empréstimo rural, para ser conseguido, dependia da boa vontade do chefe da Agência, quis conhecer o sítio do “seu” Laureano, antes de fazer a concessão.
Prendada dona de casa, a esposa do “seu” Laureano preparou o único peru que havia em seu quintal e ficaram esperando pela ilustre visita.
O gerente chegou e foi aquela festa. Como um bom negociante do dinheiro público, quis ele conhecer cada detalhe do sítio e, após duas horas de caminhada, voltou ele para o almoço, na casa modesta.
Sentaram-se à mesa e a refeição começou a ser posta. Conversa vai, conversa vem e, na porta da cozinha, aparece a esposa de Laureano, mostrando ao visitante o saboroso PERU ASSADO, em cima de uma reluzente bandeja de prata, enfeitada com frutas.
Mal a senhora deu dois passos em direção à mesa quando, num gesto infeliz, escorregou e lá se foi o peru, rolando pelo chão empoeirado.
O gerente se assustou mas a esposa de Laureano quase desmaia, sem saber o que fazer.
Foi aí que se viu a presença de espírito do matuto: Sem piscar uma só vez, ele se vira para a esposa e fala:
-“Tem portância não! Pega esse aí, joga no lixo e traz o OUTRO que tá lá dentro...”
Diante de tanta “fartura”, o Gerente se emocionou e o Banco do Brasil emprestou o dinheiro a Laureano.

EDITORIAL

De maneira alguma queremos trazer para um u plano inferior a OAB - Ordem dos Advogados do Brasil, especialmente na luta travada pela redemocratização do País.
Tal atitude preservacionista não nos impede, contudo, de reconhecer que, no tocante aos direitos que a OAB adquiriu sobre a classe que representa, ela extrapolou, de maneira arbitrária e injustificada, ao se colocar num patamar superior aos das universidades em matéria de ensino, quando passa a exigir a aprovação em exame por ela elaborado, para a validade dos diplomas de bacharel em Direito.
Seria catastrófico se as ordens, conselhos ou sindicatos de outras categorias profissionais seguissem o modelo da OAB e causa espécie a passividade com que o mundo jurídico recebe a aprecia tal situação.
Talvez baseada no princípio de que “se não há lei que proíbe, passa a ser legal’, tal imposição fere os princípios de autonomia universitária e mostra uma Ordem que parece não acreditar nem nas leis do País, no tocante à punição de maus profissionais, nem na lei natural da sobrevivência do mais apto, ao tentar eliminá-los, a priori.
Fala-se, inclusive, que há muito mais interesse financeiro na exigência do que se imagina, mas a verdade é que, uma entidade da dimensão histórica da OAB não pode nem deve descer a tais níveis, como se fosse um gueto jurídico, “criando dificuldades para se obter facilidades”.
Ou será que estou errado?

EDITORIAL

O surto de meningite, em nossa cidade, revelou situações críticas em que a presteza do atendimento à população deixou muito a desejar, apesar dos esforços do poder público municipal.
Consta que as primeiras suspeitas da doença surgiram em novembro do ano passado e, de lá para cá, houve muitos desencontros na busca da identificação do agente etiológico.
Autoridades estaduais, aqui e da capital dos mineiros, vieram a público, mais de uma vez, confirmar e desmentir o surto, para desespero da população e dos agentes sanitários municipais.
Basta ver o que aconteceu em relação às dezenas de eventos havidos, antes, durante e depois da confirmação final do surto em que fatos e boatos se misturavam e até entidades que não tinham nada com o assunto, se intrometessem indevidamente, com “pareceres técnicos”, desprovidos de base científica.
Assim como “profetas do passado”, eles só se manifestaram para criar mais confusão, numa luta travada através das televisões, como se o surto de meningite fosse um episódio a ser tratado, unicamente, sob a ótica financeira ou da política, do ponto de vista eleitoral.
Se alguém ainda não prestou às vítimas do mal, as homenagens devidas, aqui fica nossa solidariedade às famílias atingidas pela doença, esclarecendo que esta deveria ter sido a primeira obrigação de um Estado sério, que zela, realmente, pelo bem-estar de seus cidadãos.
Cidadãos esses que, coincidentemente, pagam impostos e merecem respeito!

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Música tema – Pássaro Ferido – Roberto e Erasmo Carlos

O sol da manhã começa a brilhar, jorrando cascatas de luz sobre os edifícios e bate em meu rosto, à procura daquele sorriso que se perdeu, no emaranhado das lembranças do nosso caso de amor.
Uma a uma, vão surgindo em meu pensamento as doces recordações de um tempo feliz em que, nós dois, como livres passarinhos, voávamos pelo universo infinito dos sonhos...
Ah! Amor!
Da mesma forma que o pássaro não espera pelo tiro do caçador, uma bala perdida cortou meus sonhos de felicidade, quando vi você partir para bem longe, em busca de novas ilusões...
Com o peito ferido e as asas mutiladas, senti a tarde chegar, silenciosa e fria, anunciando minhas noites de angustia e solidão.
Esperei por você, com a ansiedade de todas as esperas.
Busquei você por todos os meus caminhos e, ao ver desfeito o nosso ninho de amor, deixei rolar o pranto, nas lágrimas de uma saudade sem fim...
Por isso, ao sentir o sol da manhã jorrando cascatas de luz sobre os edifícios, toco, com minhas mãos trêmulas o meu rosto e, em vez de um sorriso, apenas encontro lágrimas que, saindo do peito de um PÁSSARO Ferido, vão se perder no espaço vazio de seu coração...

Rio, 20/04/90

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Música tema – Ternura Antiga – J. Ribamar e Dolores Duran

Dizem que, lá fora, há luzes e calor.
Mas abro a janela e o vento frio invade toda a minha alma.
A rua está vazia e escura...
É que estive pensando em ti, nos momentos em que trocávamos juras de amor, envolvidos por um clima de imensa ternura.
O telefone emudecido acompanha minha amargura e o silêncio traz novas lágrimas a meus olhos, que não se cansam de chorar.
Há tanto tempo não ouço tua voz e, sem esta crença, não consigo viver.
Ah! Amor!
Se me fosse possível, eu te esqueceria, mas não posso deixar de te amar, pois és a minha própria vida!
E enquanto espero, deixo-me envolver pelas lembranças de teu perfume, de teus lábios, de teus carinhos, afastando a descrença que teima em aparecer, de quando em vez, trazendo-me essa amargura e essa agonia, que tanto me fazem sofrer.
Não venha me dizer que, lá fora, há luzes e calor!
Abro as janelas de meu coração e o vento frio invade toda minh’alma...
A rua está vazia e escura, como escura e vazia está toda a minha vida...


Rio, 02/02/90

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Música tema – Ternura Antiga – J. Ribamar e Dolores Duran

Dizem que, lá fora, há luzes e calor.
Mas abro a janela e o vento frio invade toda a minha alma.
A rua está vazia e escura...
É que estive pensando em ti, nos momentos em que trocávamos juras de amor, envolvidos por um clima de imensa ternura.
O telefone emudecido acompanha minha amargura e o silêncio traz novas lágrimas a meus olhos, que não se cansam de chorar.
Há tanto tempo não ouço tua voz e, sem esta crença, não consigo viver.
Ah! Amor!
Se me fosse possível, eu te esqueceria, mas não posso deixar de te amar, pois és a minha própria vida!
E enquanto espero, deixo-me envolver pelas lembranças de teu perfume, de teus lábios, de teus carinhos, afastando a descrença que teima em aparecer, de quando em vez, trazendo-me essa amargura e essa agonia, que tanto me fazem sofrer.
Não venha me dizer que, lá fora, há luzes e calor!
Abro as janelas de meu coração e o vento frio invade toda minh’alma...
A rua está vazia e escura, como escura e vazia está toda a minha vida...


Rio, 02/02/90

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Música tema – Brigas – Evaldo Gouveia e Jair Amorim

-Amor, deixemos de tolices!
Não é possível continuar assim, maltratando o amor que existe entre nós, destruindo, num só instante, aquilo que construímos, por toda a vida...
De que vale ficar brigando, por coisas tão banais se, um minuto depois, voltamos a sorrir, como se nada tivesse acontecido?!
Nós sabemos que o nosso amor a tudo pode resistir mas, de que vale o amor, se brigamos tanto assim? Para que deixar de lado tantos momentos felizes, se não vivo sem você e você não pode viver sem mim?
Esqueça, por favor, as palavras dessa gente que inveja o nosso amor pois o quê eles querem é a nossa separação...
Para que nos juntarmos a eles, pobres e infelizes, se temos o amor a nos unir?
Não, amor!
O amor não se maltrata assim e, em nossas brigas, ele morre, a cada dia, um pouquinho mais...
E, sem amor, de que vale a vida?
Enquanto é tempo, salvemos o nosso amor pois, se ele se vai, morro eu, morre você, morremos todos nós...

Rio 06/07/90

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Música tema – História de um amor – Carlos Almaran
Música de fundo – a critério


Fiz de tudo para esquecer-te e tudo foi em vão!
Levado pelas mãos da inconsciência, penetrei em ricos e luxuosos salões, onde lindas mulheres ofereciam seus corpos sensuais, em troca de algumas moedas...
Passei noites e mais noites, tentando afogar minhas lembranças nas taças transbordantes das mais finas bebidas, pelos bares da vida... Tudo em vão!
Após alguns instantes de falso prazer, eu me via ali perdido, porque não estavas ao meu lado. Pouco a pouco, a saudade ia tomando conta de toda minha alma, trazendo-me lágrimas aos olhos e ao coração.
Não sei porque Deus me faz querer-te assim, aumentando o meu sofrimento, se já não posso ver-te e nem sentir o teu perfume, o perfume do teu corpo, bem junto ao meu, como nos tempos de outrora!
Toda a minha vida, eu a depositei em tuas mãos, fazendo de nosso amor, a minha religião, fazendo de teu corpo o templo e de teus lábios, o altar onde depositava meus beijos, repletos de felicidade!
Uma religião que se fez compreender o BEM e o MAL, iluminando meus caminhos, até o instante da nossa separação;;;
Sei que não irás mais voltar!
E assim, irei pelos caminhos escuros de minha vida sem razão, curtindo a imensa dor de uma saudade gigantesca, porque tu, querido amor, não estás mais ao meu lado...


Rio
26/01/90

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Música tema – Renúncia – Roberto Martins – Mário Rossi

-Amor:
De uns tempos para cá, tu mudaste muito!
Pouco a pouco eu te sentia mais longe de mim, como se a rotina do nosso convívio te fosse um sacrifício, cada dia mais pesado, mais insuportável...
De todas as formas possíveis, tentei buscar uma explicação para o teu comportamento mas não encontrei resposta... Talvez o amor tinha acabado.
Mas, para mim, é muito difícil acreditar que o nosso amor, tão lindo, tenha se diluído, com o passar do tempo. Entretanto, não consigo encontrar outro motivo.
Apesar de eu te querer ainda, com a mesma intensidade de antes, sinto que não me cabe o direito de ter pedir aquilo que não tens mais para dar... Por isso, é preferível que te vás, deixando-me sozinho, com minha dor.
Ah! Amor:
Como é difícil dizer-te coisas que agora digo, pois és tudo aquilo que mais quis, durante toda a minha vida! Mas sinto que devo renunciar a tudo, para o nosso bem.
Sei que, pela vida, jamais voltarei a encontrar um amor igual ao teu e espero que encontres alguém que te ame tanto, tanto quanto te amei.
Quando, mais tarde, a tristeza de tua ausência me trouxer a saudade, voltarei a pensar nos nossos momentos felizes,,, E, pensando em ti, serei feliz pela certeza de que renunciei à minha própria vida por que te amei, amei demais, com todas as forças do coração...

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Música Tema – Pensando em Ti – David Nasser e Herivelto Martins
Música de fundo - a critério


Tudo começou de forma inocente, como uma brincadeira sem conseqüências mais sérias...
Não podia eu sequer imaginar que o destino, tão imprevisível quanto as forças da natureza, fosse escrever, em linhas cruzadas, mais uma das suas histórias inacreditáveis no livro da minha vida...
Sim, querida!
Quando eu te vi pela primeira vez, nada em ti despertou a minha atenção. Eras, apenas, mais uma pessoa bonita e gentil, cruzando por mim, nos caminhos repletos de desencontros...
Contudo, o teu jeito frágil, a meiguice que perfuma tuas palavras, tua maneira de olhar o lado bom das coisas e (por que não dizer?) a beleza de tua alma, tudo isso foi me envolvendo de uma forma quase imperceptível e, quando dei por mim, descobri que passaste a ser o centro da minha vida, em torno do qual giravam todas as minhas emoções.
Mais ainda!
Se, antes de te conhecer, eu encontrava tempo para ir me iludindo com novas emoções, na interminável busca da felicidade, hoje, tua presença querida preencheu todos os espaços vazios de minha alma.
Nada mais me importa, nada mais me interessa e teu vulto é uma presença constante em todas as coisas que envolvem...
Ao fazer minhas orações, eu me perco em pensamentos que te buscam, com ansiedade e desespero!
Ah! Amor.
Não venhas me censurar mas a verdade é que, ao dormir, ao amanhecer, em tudo aquilo que faço, em todas as horas, em todos os minutos, eu levo a vida pensando em ti... unicamente em ti...

Rio, 4/9/90

Trovas e contra trovas

Mote – Se trabalho for alegria, quero morrer triste...

Trova

Se o trabalho é uma alegria,
Eu lhes digo, com certeza,
Se pudesse, escolheria,
Ir morrendo, de tristeza...


Contra trova

Trabalho bom é o meu
Meu trabalho é uma beleza.
Em pleno dia ou no breu,
Fiscalizo a natureza...

Trovas e contra trovas

Mote – De minha embriaguez, cada mulher foi a taça...

Trova

Meu vício, vejam vocês,
Foi bênção e foi desgraça
Pois, de cada embriaguez,
Cada mulher foi a taça...

Contra trova

Embriagado na vida,
Com prazer na embriaguez,
Tanta Rosa e Margarida,
Meu amor, é tua vez...

Trovas e contra trovas

Mote – Troco mulher de 40 por duas de 20

Trova

Meu coração não agüenta,
Mas eu quero esse requinte:
Trocar mulher de quarenta,
Por duas “gatas” de vinte...

Contra trova

Você está de brincadeira,
Vai parar é num esquife,
E vai dar é trabalheira,
Prá poder caber o chifre...

Trovas e contra trovas

Mote – A cal é virgem porque o pincel é brocha.

Trova

Eu digo só pra você
Que, de mim, tanto debocha:
Cal é virgem, só porque
O seu pincel ficou brocha...


Contra trova

Deixa de ser faroleiro
Não me vem com essa hipótese...
Seu pincel está inteiro,
É por causa dessa prótese...

Trovas e contra trovas

Mote – Se eu correr, o guarda pega, se eu parar o Banco toma.

Trova

Que peça a vida nos pega!
Vira e mexe, ela me embroma:
Se eu correr, o bicho pega;
Se eu parar, o Banco toma...

Contra trova

Pelo menos um consolo,
Nesse buraco ou cratera,
Banco pegando, que rolo,
Guarda levando, já era...

Trovas e contra trovas

Mote – Se casamento fosse bom, não precisava testemunha...

Trova

Você me diz, num momento,
Tudo aquilo que eu supunha:
Fosse bom o casamento,
Prá que tanta testemunha?

Contra trova

Deixa de ser tão teimoso,
Pode ir mudando de “time”,
Isso tudo é enganoso:
Casamento não é crime!

Trovas e contra trovas

Mote – “Pelas ruas da cidade conheço o Prefeito...”

Trova

Escutem, pois é verdade:
(Contra a verdade, que jeito?)
Pelas ruas da cidade,
Vou conhecendo o Prefeito...

Contra trova

Tanto buraco na rua,
Isso eu sei, não tem mais jeito,
Vou passear lá na lua,
Ao menos, não tem prefeito...

Trovas e contra trovas

Mote – “também fui novo um dia”.

Trova

Quem é velho, sempre é visto
Pelo novo, co’ironia;
-Mas ouça o que diz o povo:
“O velho foi novo, um dia”.

Contra trova

Fui jovem, é bem verdade,
Eu sou velho e não sou triste,
Vou vivendo da saudade,
A esperança ainda em riste.
(pelo menos ela)...

quarta-feira, julho 26, 2006

Trovas e contra trovas

Mote – Coroa de minissaia é vitrine de varizes.

Trova

Minha senhora, não caia
Nos erros das aprendizes:
“Coroa” de minissaia
É vitrine de varizes...

Contra trova


Saia dessa tentação,
Respeite os tempos felizes,
Minissaia? Use não:
É vitrine de varizes...

Trovas e contra trovas

Mote – Não mando a minha sogra pro inferno porque tenho pena do diabo

Trova

Torço pro frio do inverno
De minha sogra “dar cabo”!
Não mando a velha pro inferno,
Pois tenho dó do diabo!

Contra trova

A minha sogra, por certo,
Para o céu vai sem clemência,
Diabo, por ser esperto,
Não suporta concorrência!

Trovas e contra trovas

Mote – Não acorde a má sorte, se ela está dormindo...

Trova

Siga em frente, firme e forte,
Só coisas boas “curtindo”:
Mas não desperte a má sorte
Se acaso, estiver dormindo...

Contra trova

De má sorte falo pouco,
A minha nunca foi boa,
Já estou ficando louco,
No rastro dessa coroa...

Trovas e contra trovas

Mote – Mulher e pernilongo, só se calam no tapa!

Trova

Neste assunto, não me alongo
E a verdade não me escapa:
A mulher e o pernilongo
Só ficam quietos, no tapa!

Contra trova

Mulher, quando faladeira,
De falar ficando rouca,
Eu só vejo uma maneira:
Grudando boca com boca!

Trovas e contra trovas

Mote – Perigo não é animal na pista: É animal no volante...

Trova

Animal solto, na pista,
Não é tão horripilante:
O perigo é o motorista
Ser “animal” no volante!


Contra trova

Tem animal no volante,
É comum no mundo inteiro,
É um perigo bem constante,
O danado do “barbeiro”...

Trovas e contra trovas

Mote – Alegria de chofer é moça pedindo carona.

Trova

Desminta-me quem puder,
Que a verdade vem à tona:
Alegria de chofer
É moça pedindo carona...


Contra trova


Ela pode ter defeito,
Mesmo que ela esteja só,
Tem que reparar direito
Se a moça não tem gogó!

Trovas e contra trovas

Mote – Mulher é como pipoca : quanto mais pula, mais está na boca do povo...

Trova

Mulher é como pipoca:
Vou comparando, de novo!
Quanto mais pula, a “dondoca”,
Mais tá na boca do povo!


Contra trova

Se Maria é tão falada,
Não me importo não senhor,
Ela é minha namorada,
É só dela o meu amor...

Trovas e contra trovas

Mote – Depois que fiquei rico, não corro atrás de mulher, corro na frente...

Trova

Fiquei rico, meu rapaz,
E agora, todo contente,
De mulher, não corro atrás:
-Eu corro mesmo é na frente!


Contra trova.

Por outro lado, destarte,
Isso não me atrai mais não,
Tem mulher em toda parte,
Menos a minha paixão...

Comentando Ítalo José Mannarino


Quando tocado por fortes emoções, não sei como dissimular os sentimentos e, a bem da verdade, muito raramente busco fazê-lo
Um dos motivos capazes de provocar-me transtornos desse tipo é a lembrança de fatos e pessoas especiais, daquelas que impregnaram meu coração com o perfume da amizade, do companheirismo, da afeição recíproca e da fraternidade.
Enumerá-las, uma por uma, até que não chega a ser uma tarefa difícil mas devo confessar que Ítalo José Mannarino se encaixa perfeitamente nesta descrição.
Reservo-me o direito de não me alongar, falando sobre a personalidade ímpar, o caráter, a compostura moral, a integridade e a generosidade desse extraordinário e distante amigo, mas gostaria de revelar um fato que revela, um pouco, da grandeza e da dignidade desse ilustre muriaense.
O Rio de Janeiro, onde morávamos, possuía uma reputação nada recomendável em matéria fiscal e, certo dia, a empresa onde eu trabalhava foi visitada por agentes do Ministério do Trabalho, sendo um deles bem idoso, falante e até simpático.
Tinham eles a missão de fiscalizar o estabelecimento e tentei deixá-los à vontade sendo que, após algumas horas, o mais velho voltou, entrou na minha sala, fechou a porta e se sentou à minha frente.
Em poucos minutos, aquele senhor “despejou” sobre minha mesa uma enorme relação de irregularidades, anunciando pesadíssima multa.
Indagado por mim, a respeito do valor da multa, o fiscal encerrou o assunto, garantindo-me que, por “DEZ POR CENTO” daquele total, ele ignoraria tudo e só voltaria no próximo ano...
Num primeiro instante, fingi não ter entendido a “proposta” e solicitei que ele destacasse a multa a fim de que pudéssemos pagá-la e recorrer da notificação.
Tomado de surpresa, ele ainda tentou ponderar sobre as “vantagens oferecidas” mas, quando lhe perguntei se não tinha vergonha dos seus filhos e dos seus netos, ele se levantou, ameaçando ir embora.
Em seguida, pediu que o encaminhasse ao dono da empresa , a fim de conversar sobre o caso.
Indiquei-lhe o caminho e pedi à Secretária que fizesse o encaminhamento, dando o assunto por encerrado.
Relatei o fato a alguns amigos até que, meses após, ao participar de um imponente “Congresso de Transportes Intermodal de Cargas”, ao discutir o tema Segurança no Trabalho, fomos informados de que, no Rio de Janeiro, havia aparecido um chefe incorruptível, incapaz de aceitar ou de permitir que se aceitasse vantagens extras, e que esse homem era, nada mais nada menos do que Ítalo José Mannarino, funcionário de carreira que, na DRT, começava a impor sua filosofia de trabalho, para desespero de funcionários corruptos e desonestos!
Isto me fez lembrar o episódio havido na sede da empresa e passei a me sentir orgulhoso da atuação do amigo, hoje distante.
No relado desta história, abstive-me de citar os nomes dos principais envolvidos pois aqueles fiscais já devem ter se aposentado do trabalho e, quiçá, da vida!
Há sim, muitos outros motivos pessoais e profissionais que tornam Dr. Ítalo José Mannarino uma criatura verdadeiramente especial!
Ao fazer tal registro, sinto o coração tocado por fortes emoções, sentimentos despertados por um simples “e-mail” que exala o perfume de uma amizade, de um companheirismo, de uma afeição recíproca e de uma fraternidade que, somente pessoas de uma envergadura moral de Ítalo José Mannarino são capazes de promover!

domingo, julho 23, 2006

Comentando Oliveira Goiabada


Naquele dia de sol, ao passarmos pelo largo do Machado, no Rio de Janeiro, reencontramos Agnaldo Timóteo, vendendo CDs e , do agradável bate-papo, ele chegou a lamentar que o Oliveira Goiabada não houvesse jogado no Botafogo carioca.
-Oliveira foi o maior zagueiro que vi jogar, em toda a minha vida – justificava o cantor, com o que concordamos, em gênero, número e grau.
Tivemos bastante tempo para falar ainda de outros craques que brilharam aqui em Muriaé e que nada ficaram a dever aos maiores atletas nacionais de todos os tempos, como o imarcável Corisco, o ‘milagroso” Guardiano, o “Arquiteto” Marco Aurélio Moreira, o genial Dominguinhos, o Pompílio e o Haroldo Passos, o Mario Venâncio, o Quebinha, o Alcemar, o Ronaldão e tantos outros de iguais méritos.
Para se ter idéia do nível do futebol muriaense, certa vez, para enfrentar o Paulistano, tradicional clube da Barra, o Nacional trouxe, como reforço, nada mais do que Didi que já despontava no Rio de Janeiro, como craque de primeira.
Didi jogou o tempo todo pelo NAC, fez o gol da vitória, com sua “folha seca” e, tempos depois, foi representar o Brasil na Suécia, onde se tornou campeão mundial, ao lado de Garrincha, Nilton Santos, Vavá e tantos outros craques da geração e 50, inclusive um tal Pelé.
Agnaldo Timóteo, polêmico como sempre foi, me garantiu que os craques do passado, se tivessem um mês de preparação física, poderiam enfrentar e vencer qualquer seleção mundial dos tempos atuais e cita, como exemplo, os memoráveis jogos do Botafogo e do Flamengo com o Honved , um time da Hungria que, pelo preparo físico e pela qualidade de seus jogadores, estava revolucionando o mundo.
Aproveitando-se da excursão pelo país, os jogadores do Honved pediram asilo político em vários países mas continuaram jogando e, após vencer algumas partidas, acabaram sendo derrotados pelo Botafogo e pelo Flamengo, devido a uma melhor preparação física dos times brasileiros, conseguidas em pouco mais de um mês, pelo placar memorável de sete a seis.
Após aquele agradável reencontro, deixamos Timóteo com seus CDs e suas recordações e pegamos o Metrô, em direção á Tijuca.
Ao nos recordarmos daquela conversa, verificamos que há muita lógica nos argumentos de Agnaldo pois, ao vermos jogar o jovem Lenny, do Fluminense, com 17 anos de idade, e Romário com 40, passamos a entender melhor a importância do craque, visto que, se Lenny ainda não teve tempo de estruturar a sua musculatura e se Romário já perdeu quase toda a rigidez muscular conseguida, a única coisa que faz a diferença, que os torna artilheiros diferenciados é de terem nascido craques.
E craques, Muriaé sempre teve, para dar e vender, como os já citados, além de muitos outros, como Oliveira Goiabada, cujo único defeito foi o de não ter vestido a gloriosa camisa do Botafogo, o time da Estrela Solitária!

Comentando



Soou como lamentável prova de incivilidade a troca de farpas entre Ronaldo – o Fenômeno e o Presidente Lula, no desdobramento da Vídeo- Conferencia realizada antes da Copa do Mundo, na ALEMANHA.
Esse fato fez-nos lembrar o ocorrido na Copa de 70, quando João Saldanha levou o Brasil a memoráveis vitórias e o então Presidente Médici veio a público pedir a convocação de Dario, o “Peito de Aço” e Saldanha, assim como Ronaldo, irritou-se e respondeu, pelos jornais:
“Na hora de escolher os Ministros, ele não me pede opinião, assim não aceito opinião dele, na hora de convocar os jogadores!”
Sem perda de tempo, o ditatorial presidente Médici mandou demitir Saldanha, convocar Dario e, para o lugar do técnico foi indicado o mais afável Zagallo.
Uma troca que deu certo pois, mesmo em Saldanha, foi o Brasil campeão no México, numa épica campanha.
A sorte de Ronaldo é que apesar de não ser um primor em matéria de etiqueta, a vocação democrática de Lula é inquestionável, tendo passado por vários testes, desde a ascensão política desse operário do ABC paulista.
Lula se desculpou através de uma carta e o episódio se encerrou, para alegria geral, especialmente para os fãs de Ronaldo que, em matéria de cordialidade no tratamento que sempre deu aos fãs e admiradores é inigualável!
Enquanto, entre nós, fica a sensação de que falhou a Assessoria do Presidente, também veio a certeza do grau de stress que se abateu sobre Ronaldo na luta diária que trava contra a balança.
Mas um episódio ocorrido aqui mesmo, em nossa Muriaé, vem demonstrar que os “gordinhos” não são assim sempre afáveis, sorridentes, generosos, alegres, como diz a lenda.
Ao buscarmos um documento numa das mais importantes repartições públicas da cidade, ouvimos a discussão, em voz alta, de dois funcionários, a respeito de Lula.
Referindo-se aos episódios lamentáveis da invasão do prédio da Câmara pelo MSLT, um dos funcionários acusava Lula de ter comandado a invasão enquanto outro defendia o Presidente.
A conversa se espalhou pelo salão e chegou a meus ouvidos que diante de tantas bobagens apenas comentei:
“Verdadeiramente Lula é horroroso mas, mesmo assim, está em primeiro lugar nas pesquisas eleitorais! Imaginem se ele fosse bom...”
Lá, do outro lado da linha, no fim da fila, uma jovem senhora, daquele tipo que Nelson Rodrigues definiria como “a vizinha gorda e patusca, com nariz de cadáver”, encerrou a conversa com uma sentença inapelável:
“Há coisas que não entendo! O Lula jamais ganhará a eleição, porque só vota nele quem não tiver vergonha na cara!”
Silêncio geral, seguido de uma certa sensação de mal-estar, provocado por aquela reação inusitada...
Ao analisar o mal-humor da jovem e gorda senhora, compreendi a reação de Ronaldo – O Fenômeno e cheguei à conclusão de que ele, realmente deve estar com uns quilinhos a mais, apesar da luta contra a balança...

Trovas e contra trovas

Mote – Há muito tempo que a “massa” não vê o pão.

Trova

Nesta vida – que desgraça-,
Há sempre contradição:
Há muito tempo que a massa
Nem passa perto do pão!


Contra trova

Uma verdade é bem nobre,
A conhece toda gente,
Um frango em mesa de pobre?
Um dos dois está doente...

Trovas e contra trovas

Mote– Se não houvesse distância, não haveria saudade.

Trova

Desde os meus tempos de infância
Eu escuto esta verdade:
Se não houvesse distância,
Não haveria saudade...

Contra trova

A distância, na verdade,
Alimenta o meu desejo,
Vou morrendo de saudade
Vivendo naquele beijo...

Trovas e contra trovas

Mote - quem inventou o trabalho não tinha o que fazer.

Trova

Pulando de galho em galho,
Levo a vida, sem saber;
Quem inventou o trabalho,
Não tinha o que fazer...

Contra trova

Quero um trabalho “demais”,
Quero um trabalho bacana,
Onze férias anuais,
Só seis folgas por semana...

Trovas e contra trovas

Mote – Bezerro rejeitado não escolhe a teta...

Trova

Por ser feio e desprezado,
Eu faço qualquer mutreta!
- O bezerro abandonado,
Não deve escolher a teta...

Contra trova

É por isso minha amada,
Que não paro de t’amar,
Minha sorte abandonada,
Vem cá, me dê de mamar!

Trovas e contra trovas

Mote – Lá fora chove, aqui, pinga!

Trova

Se chove, devo parar,
“tirando o meu da seringa”;
Não posso me lamentar:
-Lá fora chove, aqui, pinga...

Contra trova

Este mundo é arretado,
Não quero ficar sozim,
Não vou chover no molhado;
O que quero é “pinga em mim”...

Trovas e contra trovas

Mote – velhice é doença que a medicina não cura

Trova –

Pra dizer, peço licença,
Esta verdade é a mais pura:
-A velhice é uma doença
Que a Medicina não cura!


Contra trova

Doença pior existe,
Bem pior que a velhice,
É uma doença bem triste,
‘Tou falando da burrice...

Trovas e contra trovas

Mote – Na subida, Deus me ajuda; na descida, Deus me acuda...


Trova

Deus está sempre a meu lado
E, na subida, me ajuda;
Mas peço, quando embalado,
Que na descida me acuda!

Contra trova

N’ embalo da minha vida
Eu deixei muita saudade.
Na subida e na descida,
Foi tanto amor de verdade...

Trovas e contra trovas

Mote – Velho não manda brasa, manda fumaça...

Trova

Velho sabido, não casa
E, do casório, acha graça;
Pois ele não “manda brasa”:
O velho manda “é fumaça”.

Contra trova

Meu avô, aos seus oitenta,
Casou de novo; acho graça
Camisinha el’ arrebenta
Ou derrete, faz fumaça...

sábado, julho 22, 2006

Trovas e contra trovas

Mote – Se é verdade que o mundo gira, voltarei a te encontrar.

Trova



Disseram que o mundo gira,
E me custa acreditar;
Se, acaso, não for mentira,
Voltarei a te encontrar...

Contra trova



Nas curvas da minha vida,
Capotei meu coração,
Hoje, nova despedida,
Amanhã, recordação...

Trovas e contra trovas

Mote – O coração é velho, mas a máquina é nova.

Trova

Cuidado, presta atenção,
Eu posso te dar a prova,
-Se é velho o meu coração,
Minha “máquina” está nova...

Contra trova


Na boca, pus dentadura,
Essa é a melhor hipótese,
Para que fique bem dura,
Na máquina, botei prótese...

Trovas e contra trovas

Mote – é de saudades que choro.

Trova

Sem parar, eu vou tocando,
Pelas vias, onde moro;
Enquanto em ti vou pensando,
É de saudades que choro...

Contra trova

A saudade me atormenta,
Maltrata meu coração,
Saudade, doce pimenta,
Temperando esse estradão.

Trovas e contra trovas

Mote – Sogra não é parente; é castigo.

Trova

-Não se engane, minha gente,
Pois é verdade o que eu digo:
-A sogra não é parente;
A sogra é mesmo um castigo.

Contra trova

Não fale assim desse jeito,
O bom cabrito não berra,
Meu casamento é perfeito!
Sogra? Debaixo da terra...

Trovas e contra trovas

Mote – Mulher feia e morcego, só saem à noitinha...

Trova

Não vou perder meu sossego,
Prefiro ficar “na minha!”:
-A mulher feia e o morcego,
Só “vão à luta” à notinha...

Contra trova

Depois de três, quatro doses,
Não reclamo desse fardo,
Passam por metamorfoses,
Todo gato, fica pardo...

Trovas e contra trovas

Mote – Se disserem que te esqueci, saiba que já morri...

Trova

Se, um dia, alguém te disser,
Que o teu amor esqueci,
Reza por mim, Ó mulher,
Pois, nesse dia, morri.

Contra trova

Dessa morte, te garanto,
Que não corro mais perigo,
Viúva, com tanto pranto,
Carrego uma já comigo...

Trovas e contra trovas

Mote – procuro um Doutor para o mal da saudade.

Trova

Procuro por um Doutor,
A maior autoridade,
Que me cure deste amor,
E me livre da saudade...

Contra trova

Não há nada que assegure,
Nem toda penicilina,
Esse mal, não há quem cure,
Mesmo em toda Medicina...

Trovas e contra trovas

Mote – Pinto que não bica não sai de dentro da casaca.

Trova

Da mulher pobre ou da rica,
Se puder, tiro uma lasca;
-O pintinho que não bica,
Não sai de dentro da casca...

Contra trova.

Eu, na verdade não digo,
Sobre esse assunto me calo,
Eu não vou correr perigo,
Do pinto virar um “galo”...

quinta-feira, julho 20, 2006

Trovas e contra trovas

Mote – Levo a solidão na boléia

Trova

O dia todo, inteirinho,
Pela cidade ou sertão,
Eu nunca “toco” sozinho;
Vai comigo a solidão...

Contra trova

A solidão me acompanha,
Pelo campo ou na cidade.
Quando o coração, arranha,
Faz companhia à saudade...

Trovas e contra trovas

Mote – Estou apaixonado, e não sou correspondido

Trova

O sofrimento é meu fado
Pois o meu caso é perdido:
-Por você, apaixonado,
Eu não sou correspondido!


Contra trova

Amar quem não me quer bem,
Disso já fui vacinado,
Por isso digo: a ninguém,
Coração anda emprestado...

Trovas e contra trovas

Mote – não julgue livro pela capa, nem mulher pelo sorriso...

Trova

De um erro ninguém escapa,
Mas evitá-lo é preciso:
-Julgar livro pela capa,
E a mulher, pelo sorriso...

Contra trova

Essa verdade me faz,
Gostar cada vez mais dela,
Critique, se for capaz,
Só por ser ela banguela...

Trovas e contra trovas

Mote – Quem não vive para servir, não serve para viver

Trova

Eu não posso me omitir:
O mundo está por fazer!
Quem não vive prá servir,
Não serve para viver!

Contra trova

Se for pensar desse jeito,
Não digo que esteja errado,
Que quê eu faço com prefeito,
Senador e deputado...

Trovas e contra trovas

Mote – Vivo sorrindo, embora isto me custe o pranto

Trova

Lá fora, o dia está lindo
Mas, aqui dentro, nem tanto...
Eu passo os dias sorrindo,
Embora me custe o pranto...

Contra trova

A tristeza me domina,
Vou vivendo a disfarçar,
Bela luz que me ilumina,
Meu sorriso é te amar...

Trovas e contra trovas

Mote – Em casa que mulher manda, até o galo canta fino.

Trova

Em casa que mulher manda,
Anda de saia, o menino;
O marido anda de banda,
Mesmo o galo canta fino...

Contra trova

A minha mulher fala grosso,
Disso não reclamo não,
Ela manda que é um colosso,
Dentro do meu coração...

Trovas e contra trovas

Mote – Vacinado contra casamento.

Trova

Contra tudo, vacinado,
Eu já fui e não agüento:
Contra gripe, mau olhado,
E até contra... casamento.


Contra trova

Na verdade, companheiro,
Casamento é bom que sobra,
Não há amor, nem verdadeiro,
Que resiste a uma sogra!

Trovas e contra trovas

Mote – Tambor faz barulho mas é oco por dentro

Trova

Falando com tanto orgulho,
Pareces, do mundo, o centro!
-Tambor também faz barulho
Mas é vazio, por dentro...

Contra trova

Vazio, eu posso ser,
Não reclamo se reclamas,
Mas sem ti, como viver?
Sem saber se tu me amas...

quarta-feira, julho 19, 2006

Baiacu

OS MISTÉRIOS DESTA VIDA

-Baiacu – um peixe que carrega muitas lendas, muitos mistérios.

Com aquelas mandíbulas vigorosas, ele se presta a muitos “serviços”... que o diga Pai João!

Criatura fantástica, esse Pai João! Dotado de incríveis poderes sobrenaturais, sempre desafiou os mais avançados princípios científicos, em seus “trabalhos” mas, acima de tudo, ele é um homem de bem!

Suas poderosas orações sempre feitas em beneficio do próximo, operavam verdadeiros milagres, como tivemos a oportunidade de constatar.

Ao contrário de muitos, ele jamais cobrou um só centavo por usas consultas, fiel ao princípio de que aquilo que recebeu de graça, de graça deve ser distribuído.

Pai espiritual, conselheiro, amigo, irmão, companheiro, são palavras muito pobres para defini-lo!

Pois foi como pai espiritual que, certo dia, Pai João foi procurado pela bonita e sonhadora Gina, em busca de solução para seu caso: é que ela, ao brincar com os próprios sentimentos, havia se apaixonado perdidamente por um homem casado, sem que ninguém, ninguém mesmo, desconfiasse daquela paixão! E ela queria desfazer aquele encantamento.

Pai João ouviu atentamente aquela história e, após consultar seus guias, deu à mulher a seguinte receita:

Gina teria que pegar um baiacu vivo, fazer uma incisão no abdômen do mesmo e inserir ali, um papelzinho com o nome e o telefone do homem amado. Logo depois, deveria soltar o baiacu na praia, deixando que as ondas o levassem para alto-mar. Assim, o encanto estaria desfeito!

Assim foi prescrito, assim foi feito, sob supervisão do mágico e bondoso pai de santo.

Mas o destino é mesmo imprevisível.

Mal haviam se retirado da praia, o baiacu, reunindo suas últimas forças, deu meia-volta e retornou, encalhando na areia espumosa. Ali, quase morto, foi visto por uma linda mulher, a Marli que, motivada pela compaixão, ao ver o peixe ferido, pensou em fazer um curativo na barriga do mesmo, ocasião em que encontrou aquele pedaço de papel, com um nome e um telefone escritos.

Após guardar o papel na bolsa, Marli soltou o baiacu e foi para casa.

Passaram-se os dias, os meses e nada de Gina se esquecer do bem amado! Pai João que acompanhava o caso, ficou abismado! Foi a primeira vez que aquele tipo de trabalho com o baiacu havia falhado!

Mas, do pior, Pai João jamais desconfiou, a doce Marli, apenas por curiosidade, quis conhecer o homem citado naquele papel encontrado na barriga do baiacu. Foi seu erro! Mesmo tendo diante de si, um homem muito bem casado, ela também se apaixonou por ele, sem nenhuma explicação lógica! Agora são duas a sofrer por amor.

Eis porque, quando alguém fala em baiacu, na minha presença, eu me lembro da história e repito, como Pai João:

-Baiacu- um peixe que carrega muitas lendas e muitos mistérios...

Trovas e contra trovas

TROVAS E CONTRATROVAS

"Não sou defunto, mas adoro uma coroa..."

-Panela velha - eu pergunto,
faz ou não comida boa?
-Ainda não sou defunto,
mas adoro uma "coroa"...


Nessa panela gostosa,
Vou meter minha colher.
Pode vir moça fogosa,
Venha de onde vier...

TROVAS E CONTRATROVAS

"Mulher e lona de freio, só servem bem "ajustadas"...

Não tem "coluna do meio",
na "Loteca" das estradas:
-Mulher e lona de freio,
só servem bem "ajustadas"...


Nas curvas da minha estrada,
Capotei meu coração.
Lona de freio folgada,
Resultado: Foi paixão...

TROVAS E CONTRATROVAS

"O amor é como fumaça, sufoca mas passa..."

Eu descobri, muito cedo,
que amor é como fumaça:
Sufoca e nos causa medo,
irrita um pouco, mas passa...


No meu peito o grande amor,
O resto da vida embaça
Mesmo que sofredor,
Vicia que nem cachaça...

TROVAS E CONTRATROVAS

"A morte é velha mas é sempre novidade..."


Esta verdade se espelha
numa tremenda verdade:
"A morte pode ser velha
mas é sempre novidade..."

Essa novidade, amigo,
Todos irão conhecer.
Mas com outro, não comigo.
Nem tão cedo quero ver...

TROVAS E CONTRATROVAS

"Por que me beijas no rosto, se a boca fica tão perto?"

Tu me dás grande desgosto
e disso estou muito certo:
-Por que me beijas no rosto,
se a boca fica tão perto?...


Minha amada bem que quero,
Beijar-te assim, por inteiro.
Mas tenho que ser sincero,
O que atrapalha é o mau cheiro...

TROVAS E CONTRATROVAS

"O amor nasce de um quase nada e morre de quase tudo..."

Mas que coisa complicada
é o tal do amor, não me iludo;
-Nasce do quase nada
e morre do quase tudo!


Mas minha amada; te digo,
Que jamais irá morrer.
Esse amor no qual prossigo,
Cada dia por viver.

TROVAS E CONTRATROVAS

"Teu beijo é doce como o de um beija flor"...

Esse teu beijo é tão doce
que me inspira um grande amor;
É leve como se fosse,
o beijo de um beija-flor!



Mas esse amor que me tinhas
Era bem pouco e acabou
Foi voando nas asinhas
Desse triste beija flor...

TROVAS E CONTRATROVAS

"Se vida de solteiro é vazia, a de casado enche..."

-Vida, vida! quem diria?
a vida é mesmo um buraco:
Se a de solteiro é vazia,
a de casado, enche o saco!


Dessa vida de casado,
Eu num posso reclamar.
O que eu acho que é errado;
É uma vez só se casar...
Posted by at 21:40 in POESIA Link Comments (0)

TROVAS E CONTRATROVAS

"Beijo de sogra é veneno de cobra..."

O beijo mais perigoso
é mesmo o beijo da sogra:
É muito mais venenoso
do que o veneno de cobra!



Da sogra e da jararaca,
Há diferenças, pois veja:
Esses dois bichos “ataca”;
A cobra, ao menos, rasteja...

TROVAS E CONTRATROVAS

"Se barba fosse sinal de respeito, bode não era chifrudo..."

Eu digo, sem preconceito,
pois eu também não me iludo;
-Se barba desse respeito,
bode não era chifrudo...


Nem tampouco camarão
Que é bem barbudo de fato
Termina num empadão
Ou croquete no meu prato.

TROVAS E CONTRATROVAS

"Mulher é como chita, uns acham feia e outras bonita"

-A mulher, amigo, creia,
parece mesmo co'a chita:
Se uns dizem que é muito feia,
outros dizem que é bonita...

Nesse caso o que se anseia
Poder ser mais racional
Mas desculpe mulher feia;
Beleza é fundamental.