terça-feira, agosto 01, 2006

Histórias do meu sertão

Zé Romão, matuto inteligente, não suportava mentiras. Se, por acaso, algum mentiroso se fazia presente diante dele, Zé Romão não fazia por menos: Inventava mentira maior, só para deixar o mentiroso sem graça.
Um dia, numa roda de amigos, um pessoal começou a contar vantagens. E, de vantagem em vantagem, ele disse que, no Rio Tocantins, havia flagrado um peixe tão grande, mas tão grande, que dez juntas de bois não conseguiram tirar o peixe dágua.
Zé Romão ouviu a história com paciência e, fingindo acreditar nela, começou a contar a sua história:
Segundo ele, quando mais jovem, começou a fazer um caldeirão de cobre. Mas não era um caldeirão comum não!
Para se ter uma idéia, depois de pronto, se uma pessoa entrasse dentro dele, uma outra pessoa, colocada no canto oposto, não seria capaz de ver a primeira. E, se desse um grito, não seria ouvido.
O amigo mentiroso, diante daquele absurdo, perguntou:
-Mas, meu amigo Zé Romão; para é que serviria um caldeirão deste tamanho todo?
Zé Romão cuspiu de lado e, com um leve sorriso nos lábios, respondeu:
-Prá que? Ora bolas... para assar o peixe que você fisgou...