domingo, julho 23, 2006

Comentando Oliveira Goiabada


Naquele dia de sol, ao passarmos pelo largo do Machado, no Rio de Janeiro, reencontramos Agnaldo Timóteo, vendendo CDs e , do agradável bate-papo, ele chegou a lamentar que o Oliveira Goiabada não houvesse jogado no Botafogo carioca.
-Oliveira foi o maior zagueiro que vi jogar, em toda a minha vida – justificava o cantor, com o que concordamos, em gênero, número e grau.
Tivemos bastante tempo para falar ainda de outros craques que brilharam aqui em Muriaé e que nada ficaram a dever aos maiores atletas nacionais de todos os tempos, como o imarcável Corisco, o ‘milagroso” Guardiano, o “Arquiteto” Marco Aurélio Moreira, o genial Dominguinhos, o Pompílio e o Haroldo Passos, o Mario Venâncio, o Quebinha, o Alcemar, o Ronaldão e tantos outros de iguais méritos.
Para se ter idéia do nível do futebol muriaense, certa vez, para enfrentar o Paulistano, tradicional clube da Barra, o Nacional trouxe, como reforço, nada mais do que Didi que já despontava no Rio de Janeiro, como craque de primeira.
Didi jogou o tempo todo pelo NAC, fez o gol da vitória, com sua “folha seca” e, tempos depois, foi representar o Brasil na Suécia, onde se tornou campeão mundial, ao lado de Garrincha, Nilton Santos, Vavá e tantos outros craques da geração e 50, inclusive um tal Pelé.
Agnaldo Timóteo, polêmico como sempre foi, me garantiu que os craques do passado, se tivessem um mês de preparação física, poderiam enfrentar e vencer qualquer seleção mundial dos tempos atuais e cita, como exemplo, os memoráveis jogos do Botafogo e do Flamengo com o Honved , um time da Hungria que, pelo preparo físico e pela qualidade de seus jogadores, estava revolucionando o mundo.
Aproveitando-se da excursão pelo país, os jogadores do Honved pediram asilo político em vários países mas continuaram jogando e, após vencer algumas partidas, acabaram sendo derrotados pelo Botafogo e pelo Flamengo, devido a uma melhor preparação física dos times brasileiros, conseguidas em pouco mais de um mês, pelo placar memorável de sete a seis.
Após aquele agradável reencontro, deixamos Timóteo com seus CDs e suas recordações e pegamos o Metrô, em direção á Tijuca.
Ao nos recordarmos daquela conversa, verificamos que há muita lógica nos argumentos de Agnaldo pois, ao vermos jogar o jovem Lenny, do Fluminense, com 17 anos de idade, e Romário com 40, passamos a entender melhor a importância do craque, visto que, se Lenny ainda não teve tempo de estruturar a sua musculatura e se Romário já perdeu quase toda a rigidez muscular conseguida, a única coisa que faz a diferença, que os torna artilheiros diferenciados é de terem nascido craques.
E craques, Muriaé sempre teve, para dar e vender, como os já citados, além de muitos outros, como Oliveira Goiabada, cujo único defeito foi o de não ter vestido a gloriosa camisa do Botafogo, o time da Estrela Solitária!