domingo, maio 07, 2006

DA INCLUSÃO SOCIAL

Fala-se hoje, com grande intensidade, em INCLUSÃO SOCIAL, sendo que o termo já faz parte do vocabulário pedagógico das escolas.
Ao voltarmos nossas vistas para o passado, constatamos que a palavra não é nova, já tendo feito parte de programas políticos, há anos.
Louva-se, portanto a atitude da CNBB, quando a entidade propõe o tema para debate na Campanha da Fraternidade se 2006.
A abrangência do termo, contudo, permite incluir como EXCLUÍDOS, os desempregados, os menores abandonados, os moradores de rua, os idosos carentes, os presos e os deficientes de todas as espécies.
Relativamente a isso, até que poderíamos desenvolver uma escala, com diversos graus de exclusão, de zero a dez.
Como vivemos numa sociedade dominada pelas estatísticas, fica aqui a sugestão para os antropologistas de plantão...
O certo é que, por onde andarmos, sempre encontraremos alguém necessitando de apoio incondicional e isto, desde que o mundo é mundo.
Nas Sagradas Escriturasm são incontáveis os exemplos que nos ensinam a encarar o problema e, um deles é a parábola do bom samaritano, uma obra de arte, do ponto de vista ético e literário.
Temos, no entanto que ter cuidado, diante da forma como certos religiosos se aproveitam disso para “venderem seu peixe”.
Isso se viu claramente no lançamento da Campanha da Fraternidade deste ano, quando alguns bispos começaram a criticar as ações sociais do governo, de forma desrespeitosa.
Gostaríamos de saber qual seria a reação da CNBB se Lula passasse a criticar os casos de pedofilia já flagradosm a discriminação contra a mulher, a oposição aos diversos tipos de pesquisas científicas e tantos outros temas polêmicos que se abateram sobre a Igreja.
O mínimo que aconteceria a ele seria uma excomunhão solene, transmitida pelas televisões, para gáudio do tucanato.
É claro que, como cidadãos, os padres têm o direito e, mais que isso, o dever de dar suas opiniões sobre temas em aberto mas, como entidade, a Igreja não pode fazê-lo sem ferir a constituição federal.
Falar que “Lula é caótico”, participar agressivamente das demandas sociais como as do MST, é no mínimo temerário!
A atitude de quem prega a INCLUSÃO é bem diferente da tomada por alguns bispos da CNBB.
Lamentavelmente, o braço social da Igreja, em muitos casos, não temn se mostrado judicioso, como era de se esperar.
A divisão que se acentua na própria Igreja, talvez seja reflexo da atuação de muitos desses pastores.
Renovar não significa destruir o passado e, no significado da palavra EVANGELHO, isto nos foi ensinado há dois mil anos!
Desta forma, apesar de sabermo que a tarefa de INCLUIR é de todos, não concordamos com os excessos verbais de quem quer que seja.
E, no caso da CNBB, todos sabemos o quanto está a Igreja distante de ter incluído todos os fiéis em seu corpo físico, faltando-lhe autoridade para exigir que os outros o façam.
Assim, embora saibamos o quanto de assinstencialismo existe nos programas sociais do governo, condená-los é um tremendo equívoco!
Milhões de brasileiros estão saindo do fundo do poço, deixando de morrer por causa desses programas.
O apoio aos mesmos é, no mínimo que se pode esperar de quem deve lutar por maior justiça social!
Resta esperar que as vaidades pessoais não se sobreponham aos princípios de humanidade que devem reger as relações entre a Igreja e o Estado!