DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS
Mesmo sabendo que os amigos poderão encarar os comentários de hoje como fruto de imaginação fértil ou delirante, asseguro que gostaria que assim fosse...
A princípio, pretendo demonstrar que o crescimento das cidades como Muriaé, com prédios altos cercando residências menores, poder trazer desconforto para os moradores, obrigados a presenciar cenas que, se não fossem trágicas seriam de uma comicidade ímpar.
Sendo um assunto bem delicado, envolvendo pessoas notórias, conhecidas, faremos uso de eufemismos, evitando o reconhecimento dos personagens por parte dos leitores, pois, ao cronista, interessa o fato, em si.
Quando a cidade era ainda uma bucólica comunidade interiorana, onde o mais alto prédio não ultrapassava os dois andares, aquele senhor, hoje vovô, construiu confortável apartamento com amplas janelas, bem iluminado, na boa incidência dos raios solares.
Um hábito, porém, ele conservava trazido dos tempos de solteiro, o de andar nu, completamente nu, por todas as dependências, desde que não houvesse visitas, é claro.
E à esposa que censurava esse modo de viver, ele respondia que “ninguém estava vendo” e, mais ainda, que “naquela casa, quem mandava era ele”.
Bastava ele ficar sozinho para sacar toda a roupa e ficar desfilando pela casa, ou melhor, apartamento, sem nenhum escrúpulo nem pudor.
Isto não cessou nem quando, do outro lado da rua, nos fundos de sua residência, enormes prédios fossem construídos, com o passar dos anos.
Como os amigos devem ter percebido, aqueles desfiles traziam o passar dos “anus”, mas não foi isso que escrevi vocês são testemunhas!
Houve sim, muitas reações da vizinhança, entre as quais a de deixar fechadas as janelas por onde podiam todos ver o citado desfile, mas protestos mesmo, estamos certos de que não aconteceram.
As diaristas, estas sim, é que não podiam deixar de ver o espetáculo gratuito, pois tinham que limpar os vidros, após o quê, formava-se um zum zum zum interminável.
Lançamentos imobiliários mais recentes, acabaram por tirar toda a privacidade de nosso personagem, mas, como dissemos ele não se importava com os maldosos comentários a respeito do tamanho de sua barriga, produto de muita cerveja e da falta de cintos...
O pior estava para vir, quando a garotinha de um dos prédios vizinhos, na inocência dos seus três anos de idade, começou a falara com a mãe que tinha visto um vovozinho pelado e a mãe, a princípio, acreditando que o próprio pai estivesse com um processo de “isquemia cerebral transitória” em andamento, resolveu levar o velho a uma consulta médica em que, felizmente, nada foi constatado.
Uma outra hipótese foi de a garotinha estar criando uma fantasia, logo descartada quando a diarista chamou a patroa e confessou que ela também, já havia visto o “vozinho pelado”, mais de uma vez.
Com ar de espanto, a mãe mandou lacrar a janela de seu apartamento e proibiu a limpeza dos vidros daquele quarto, ao que a faxineira reagiu com frase definitiva:
-Ah! Também se fosse o Gianicchini – exclamou a moça, valia a pena, mas esse vovozinho barrigudo tem é que criar vergonha na cara!
A princípio, pretendo demonstrar que o crescimento das cidades como Muriaé, com prédios altos cercando residências menores, poder trazer desconforto para os moradores, obrigados a presenciar cenas que, se não fossem trágicas seriam de uma comicidade ímpar.
Sendo um assunto bem delicado, envolvendo pessoas notórias, conhecidas, faremos uso de eufemismos, evitando o reconhecimento dos personagens por parte dos leitores, pois, ao cronista, interessa o fato, em si.
Quando a cidade era ainda uma bucólica comunidade interiorana, onde o mais alto prédio não ultrapassava os dois andares, aquele senhor, hoje vovô, construiu confortável apartamento com amplas janelas, bem iluminado, na boa incidência dos raios solares.
Um hábito, porém, ele conservava trazido dos tempos de solteiro, o de andar nu, completamente nu, por todas as dependências, desde que não houvesse visitas, é claro.
E à esposa que censurava esse modo de viver, ele respondia que “ninguém estava vendo” e, mais ainda, que “naquela casa, quem mandava era ele”.
Bastava ele ficar sozinho para sacar toda a roupa e ficar desfilando pela casa, ou melhor, apartamento, sem nenhum escrúpulo nem pudor.
Isto não cessou nem quando, do outro lado da rua, nos fundos de sua residência, enormes prédios fossem construídos, com o passar dos anos.
Como os amigos devem ter percebido, aqueles desfiles traziam o passar dos “anus”, mas não foi isso que escrevi vocês são testemunhas!
Houve sim, muitas reações da vizinhança, entre as quais a de deixar fechadas as janelas por onde podiam todos ver o citado desfile, mas protestos mesmo, estamos certos de que não aconteceram.
As diaristas, estas sim, é que não podiam deixar de ver o espetáculo gratuito, pois tinham que limpar os vidros, após o quê, formava-se um zum zum zum interminável.
Lançamentos imobiliários mais recentes, acabaram por tirar toda a privacidade de nosso personagem, mas, como dissemos ele não se importava com os maldosos comentários a respeito do tamanho de sua barriga, produto de muita cerveja e da falta de cintos...
O pior estava para vir, quando a garotinha de um dos prédios vizinhos, na inocência dos seus três anos de idade, começou a falara com a mãe que tinha visto um vovozinho pelado e a mãe, a princípio, acreditando que o próprio pai estivesse com um processo de “isquemia cerebral transitória” em andamento, resolveu levar o velho a uma consulta médica em que, felizmente, nada foi constatado.
Uma outra hipótese foi de a garotinha estar criando uma fantasia, logo descartada quando a diarista chamou a patroa e confessou que ela também, já havia visto o “vozinho pelado”, mais de uma vez.
Com ar de espanto, a mãe mandou lacrar a janela de seu apartamento e proibiu a limpeza dos vidros daquele quarto, ao que a faxineira reagiu com frase definitiva:
-Ah! Também se fosse o Gianicchini – exclamou a moça, valia a pena, mas esse vovozinho barrigudo tem é que criar vergonha na cara!
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