quarta-feira, agosto 02, 2006

Histórias do meu sertão

Tristeza maior não poderia ter havido, na família do Zé do Bode: Ao dar a luz a uma ninhada, a porca morreu, só escapando um leitãozinho, muito enfraquecido, por sinal.
A solução seria levar o único sobrevivente para dentro de casa, tratando dele como se fosse um filho recém nascido.
Cercado de tantos cuidados, o porquinho melhorou e foi crescendo dentro de casam passando a ser uma pessoa da família, querido por todos.
Quando chegou o Natal, o meu amigo Zé do Bode que, em virtude de seu trabalho, não teve tempo de se afeiçoar ao leitãozinho, teve a infeliz idéia de propor que, na ceia, sua esposa fizesse o leitão assado.
-Mas a gente gosta dele, pai! Como é que o senhor tem coragem de pensar nisso? Disseram os filhos.
Contudo, Zé do Bode era teimoso! Com ele, não havia discussão!
-Falei, tá falado! ...Prepare o leitão, que hoje é Natal! Ordenou ele à esposa.
Quando a noite chegou, a família do Zé do Bode toda reunida á mesa, lá estava ele, o leitão assado com aquela horrível maçã enfiada na boca.
No dia seguinte, Zé do Bode apareceu no serviço, com enorme dor de cabeça e um dos seus companheiros comentou:
-Já sei, você deve ter comido demais na ceia, não é mesmo?
-Nada disso – respondeu Zé do Bode – Eu estou é morrendo de fome. E, falando nisso, depois você passa lá em casa e leve um leitão que sobrou de ontem