terça-feira, maio 16, 2006

COMENTANDO CORREIO MURIAENSE

22 DE ABRIL 2006
É comum assistirmos a campanhas publicitárias feitas pelo Governo, tentando incentivar a doação de sangue e de órgãos, no país.
Se algumas conseguem atingir os objetivos, muitas outras pecam pelo mau gosto.
Dentre elas, uma houve em que o Governo do Rio de Janeiro “disponibilizava” as bancas de Jornais para o cadastramento de doadores, numa vulgarização que deve ter custado muito caro ao sistema.
O mais grave é que jamais se investiu adequadamente numa política racional de doações abrangendo nossas principais cidades.
Consequentemente as “filas de espera” de pessoas que necessitam de transplantes, tendem a aumentar, com o passar do tempo.
Embora saibamos que a doação é um ato de amor,, não podemos nos esquecer de que ela envolve princípios técnicos de alta complexidade e de valores crescentes e assim deve ser encarada.
Estamos seguros de que se a doação não for encarada com pragmatismo, dificilmente o País atingirá metas mais ambiciosas nesse campo da Medicina.
Sendo assim, defendemos a tese de que todo doador deveria ser encarado e tratado como um verdadeiro benfeitor social,, com total regalia a na área da saúde, com os acompanhamentos médicos e odontológicos gratuitos, tanto na área pública quanto na privada do sistema de saúde.
Erram aqueles que pensam que tal medida poderia dar idéia de mercantilizacão de órgãos, pois o objetivo da mesma é bem claro, que é o de zelar pela qualidade do órgão a ser doado.
Devemos acentuar que o tratamento diferenciado para o futuro doador irá garantir menor risco de transmissão de doenças e maior presteza da coleta de órgãos a serem transplantados.
Um dos mais sérios problemas na relação entre os transplantados e os doadores é a identificação, a tempo, de doenças que tornaram o órgão inadequado para o transplante, fator que seria eliminado com o acompanhamento médico dos envolvidos no processo.
Tal feito daria mais segurança, inclusive nas doações de sangue, doações essas que chegam a ser um drama, em caso de grandes demandas, onde muitas vítimas passam a depender de transfusões.
O ponto de vista que expressamos a respeito do assunto, pode e deve ser aprimorado, mas acreditamos que seja a solução para o problema.
Resta saber se haverá vontade política para ativar um sistema que, ale, de reconhecer o grande valor moral do doador, ainda lhe dê oportunidade de cuidar da própria saúde, sem custos adicionais.
A sugestão está lançada, como semente ao vento, n a esperança que caia em solo fértil, num país em que, sem plano de saúde, o cidadão não tem nem o direito de morrer em paz....