domingo, maio 21, 2006

COMENTANDO

Os nossos comentários publicados no numero 33 deste jornal, citava exemplos de mau atendimento do comércio de Muriaé e aprece que a coisa melhorou um pouco, de lá para cá.

Relativamente ao comércio informal, no entanto, tudo indica que há a necessidade de o poder público promover uma seleção natural, evitando que uma ou outra conduta inadequada crie barreiras para a classe.

A ação de apoio aos ambulantes feitas pela administração municipal, antes de ser um desrespeito ao comércio formal, é importante fator de inclusão social,, como provou, no Rio de Janeiro, o Sr. Leonel Brizola ao construir o camelódromo.

Razoável seria fazer que as partes se respeitassem num pacto de boa convivência, pois, como se diz normalmente, “há lugar para todos”.

É inegável, porém que, assim como há comerciantes estabelecidos que não respeitam a lei, também alguns ambulantes extrapolam em suas ações, agindo de maneira não convencional, como iremos provar agora.

Por esses dias, ao passarmos pela Rua Barão do Monte Alto, vimos um vendedor de frutas que expunha suas mercadorias sobre a calçada e, como estávamos interessados em comprá-las, perguntamos o preço da dúzia.

Em voz alta e de maneira ríspida, o vendedor respondeu que não iria dar o preço porque sabia que eu não iria comprar coisa alguma.

Numa reação natural, antes de me afastar, disse-lhe que ele não era um bom vendedor, ao negar-me o preço da mercadoria.

Sem nenhuma reserva, passou ele a falar mais alto, seguindo-se pela calçada e dizendo “que eu estava mexendo com o capeta”, que eu “não gostava de aleijado” e coisas assim, sem o maior sentido.

Ao ouvir tais disparates, parei e disse-lhe que estava, apenas, querendo saber o preço das frutas, fato que o deixou mais irritado ainda, diante de dezenas de pessoas que passavam assustados com a cena.

Retirei-me do local, deixando-o falando sozinho, assim que fui informado de que, com vários clientes, aquele vendedor já havia feito a mesma coisa.

Embora possamos compreender o grau de insatisfação que uma pessoa assim possa ter, também acreditamos que, se ela não for suficientemente orientada, com o passar do tempo irá se tornar um perigo para a população, como acabamos de demonstrar.

Merecem elas um tratamento digno, sejam deficientes, desempregados, menores abandonados, presos, idosos carentes, mas, de forma alguma, podem ficar jogando sobre terceiros, as culpas de suas desditas, sob a forma de agressões verbais ou d ameaças, como temos visto, em muitas ocasiões.

Temos sim, o dever moral de facilitar a inclusão de todos os portadores de deficiência ou de incapacidade, passageira ou não, mas no caso de nos sentirmos impotentes diante da dimensão do problema, o poder público deve ser acionado, especialmente no caso de conduta inadequada, de quem quer que seja.

Infelizmente, casos como o aqui narrado são muito comuns, fazendo acorvadada a população de uma cidade ordeira e altamente civilizada com a de Muriaé, periodicamente invadida por mendigos que, trazendo crianças ao colo, procuram sensibilizar os pedestres ou por pessoas que se fazem passar por ambulantes, mas que não tem o menor respeito nem pela população nem pela classe que representam ou dizem representar...