DE CONSELHOS E DE IMPROVISOS
É invariavelmente lamentável a argumentação de Lula, em seus temidos improvisos, nos palanques presidenciais.
Só para exemplificar, em Angicos, ao defender a transposição do Rio São Francisco, nosso Presidente, com aquela habitual veemência, afirmou que “só poderia ser contra a obra quem ainda não tivesse carregado uma lata d’água na cabeça, por cinco ou seis léguas de distância, para preparar a comida do almoço”.
Bastaria alguém ter lembrado a Lula que, dentre os opositores do projeto do Governo, há muitos cientistas de renome e que, mais ainda, o respeito ao contraditório é uma das vigas da democracia, para que nosso primeiro mandatário tivesse mais cautela em suas palavras.
E o argumento dos que se opõem à transposição é bem sólido, uma vez que, segundo eles, se o problema da fome no Nordeste fosse o de falta d’água não haveria tanta miséria às margens dos grandes rios que cortam a região nem em volta dos enormes açudes que lá existem.
Lula parece que se esqueceu que a falta d’água potável era muito comum, na maioria das cidades brasileiras, na primeira metade do século passado, isto é, no período da infância da maior parte da população adulta, de hoje.
As cidades, como Muriaé, mesmo situadas na rica região Sudeste possuíam, em geral, uma “mina d’água”, que abastecia a população e de onde os moradores retiravam água para beber e cozinhar, sendo comum os “carregadores de água” que, em muitas delas, ainda não desapareceram.
Comumente, Lula também faz referencia à infância pobre que teve com a presença ameaçadora da fome a todos obrigando a trabalhar e, igualmente se esquece de que, à mesma época, idêntico fenômeno ocorria em quase todas as famílias do interior, como subproduto do descaso com que todos os governos trataram a questão do emprego, no nosso país.
O fato é que, mesmo nos dias de hoje, a sombra perversa da miséria e da fome ainda ronda os lares mais humildes, nos campos e nas cidades, em virtude do desemprego ou do subemprego.
Muitos dos 53 milhões de eleitores de Lula têm uma história de vida semelhante à dele e uma das razões de sua vitória foi que ele prometeu modificá-la, caso fosse eleito.
O outro erro, muito comum nas falas presidenciais, é o de estabelecer uma estranha relação entre “pobreza e honestidade”, criando a ilação de que ser rico é ser desonesto.
As mensagens passadas, inclusive em propagandas institucionais, são incorretas visto que honestos há entre pobres e ricos, judeus e cristãos, gordos e magros, negros e brancos, altos e baixos, pois a honestidade não é uma prerrogativa de classes ou grupos e, sim, é um atributo individual.
Restabelecer, em seus pronunciamentos, os caminhos do pensamento lógico, deveria ser a preocupação principal dos assessores de Lula.
Os seus assessores, que tanto temem seus improvisos, deveriam adverti-lo a respeito do assunto.
Sendo ele criado na esteira do diálogo talvez aceitasse o conselho amigo de pensar bem, antes de falar.
Aqui fica nossa observação, embora estejamos convictos de que conselho nada vale, pois se dado a um insensato, ele não vai segui-lo e, se dado a quem não precisa dele, é perda de tempo...
Só para exemplificar, em Angicos, ao defender a transposição do Rio São Francisco, nosso Presidente, com aquela habitual veemência, afirmou que “só poderia ser contra a obra quem ainda não tivesse carregado uma lata d’água na cabeça, por cinco ou seis léguas de distância, para preparar a comida do almoço”.
Bastaria alguém ter lembrado a Lula que, dentre os opositores do projeto do Governo, há muitos cientistas de renome e que, mais ainda, o respeito ao contraditório é uma das vigas da democracia, para que nosso primeiro mandatário tivesse mais cautela em suas palavras.
E o argumento dos que se opõem à transposição é bem sólido, uma vez que, segundo eles, se o problema da fome no Nordeste fosse o de falta d’água não haveria tanta miséria às margens dos grandes rios que cortam a região nem em volta dos enormes açudes que lá existem.
Lula parece que se esqueceu que a falta d’água potável era muito comum, na maioria das cidades brasileiras, na primeira metade do século passado, isto é, no período da infância da maior parte da população adulta, de hoje.
As cidades, como Muriaé, mesmo situadas na rica região Sudeste possuíam, em geral, uma “mina d’água”, que abastecia a população e de onde os moradores retiravam água para beber e cozinhar, sendo comum os “carregadores de água” que, em muitas delas, ainda não desapareceram.
Comumente, Lula também faz referencia à infância pobre que teve com a presença ameaçadora da fome a todos obrigando a trabalhar e, igualmente se esquece de que, à mesma época, idêntico fenômeno ocorria em quase todas as famílias do interior, como subproduto do descaso com que todos os governos trataram a questão do emprego, no nosso país.
O fato é que, mesmo nos dias de hoje, a sombra perversa da miséria e da fome ainda ronda os lares mais humildes, nos campos e nas cidades, em virtude do desemprego ou do subemprego.
Muitos dos 53 milhões de eleitores de Lula têm uma história de vida semelhante à dele e uma das razões de sua vitória foi que ele prometeu modificá-la, caso fosse eleito.
O outro erro, muito comum nas falas presidenciais, é o de estabelecer uma estranha relação entre “pobreza e honestidade”, criando a ilação de que ser rico é ser desonesto.
As mensagens passadas, inclusive em propagandas institucionais, são incorretas visto que honestos há entre pobres e ricos, judeus e cristãos, gordos e magros, negros e brancos, altos e baixos, pois a honestidade não é uma prerrogativa de classes ou grupos e, sim, é um atributo individual.
Restabelecer, em seus pronunciamentos, os caminhos do pensamento lógico, deveria ser a preocupação principal dos assessores de Lula.
Os seus assessores, que tanto temem seus improvisos, deveriam adverti-lo a respeito do assunto.
Sendo ele criado na esteira do diálogo talvez aceitasse o conselho amigo de pensar bem, antes de falar.
Aqui fica nossa observação, embora estejamos convictos de que conselho nada vale, pois se dado a um insensato, ele não vai segui-lo e, se dado a quem não precisa dele, é perda de tempo...
2 Comments:
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