DE LOBISTAS E CARROS BICOMBUSTÍVEIS

Para defender interesses próprios ou de terceiros, os lobistas são uma força que não pode ser ignorada e, muito menos, desprezada!
A afirmação de que “chegou a hora e a vez dos carros bicombustiveis” já movimentou os lobistas, no sentido de tentar fazer obrigatória a conversão de toda a frota oficial do nosso País;
Recordando recentes acontecimentos, os motoristas foram surpreendidos pela determinação de trocar o extintor de incêndios do carro, uma vez que aquele que estava sendo usado era “inadequado”...
A troca deveria ser feita por um outro modelo bem mais caro, deixando no ar a sensação de que estávamos sendo feitos de trouxa...
Buscando mais exemplos, quem não se lembra daquele pacote de medidas que, entre outras coisas, instituía como obrigatório, um kit de primeiros socorros, vendido aos milhões, até por nossos valentes camelôs, em cada esquina de cada cidade.
É desnecessário trazer à baila novos exemplos de insanidade...
No caso presente, dos carros flexíveis, fica claro que, a troca de TODOS os veículos oficiais iria incrementar as vendas que, como se sabe, seriam pagas com o dinheiro dos nossos impostos.
Se alguém ainda pensa que, no meio empresarial, há trouxas, é bom mudar de opinião, pois, nesse meio “o mais bob dá nó em pingo d’água”.
Parece, no entanto, que os governos que se sucedem têm agido como se cada proprietário de um veículo devesse ser punido com muitas taxas, grande parte delas ridículas e descabidas!
Em verdade, o dinheiro arrecadado de nossos motoristas, se fosse bem aplicado, daria para reformar todas as estradas desse País!
Lamentavelmente tal não acontece, pois ele é desviado para outras áreas, como acontece com a CPMF, cujos valores deveriam ser aplicados na Saúde, mas que também se perdem num saco sem fundos, por onde se escoam também as nossas esperanças...
O povo reclama, nós registramos, mas o governo responde cantando aquela musiquinha chata que virou sucesso: “tô nem aí, tô nem aí!”.
Se quiséssemos ser mais azedos, falaríamos como Cônego Ivo Sebastião da Cunha que, afirmava estar o Governo “indiferente como a Lua, ao ladrar dos cães”.
Enquanto isso, ao passar nas estradas federais ou procurar atendimento médico no SUS, não podemos deixar de recordar que, por ano, 140 dias do nosso salário vão para o Governo, em forma de impostos ou taxas.
Um absurdo que nossos políticos deveriam combater, em vez de cederem às pressões dos lobistas ou de se comprometerem com o Governo, no famoso toma-lá-dá-cá.
Diante de um quadro tão claro de descaso do poder publico pelo cidadão, não será surpresa se, para beneficiar as grandes montadoras de automóveis, o governo determinar a substituição de toda a frota oficial por veículos bicombustiveis!
Isto poderá provocar um aquecimento nas vendas internas, mas, como o dinheiro virá de nosso bolso, ficaremos mais pobres ainda, inibindo o consumo e abaixando a inflação...
A pior notícia é que não temos a quem recorrer contra tais medidas, pois elas partem de cima para baixo e Têm a força dos lobistas, com envolvente atuação em todos os setores do Governo.