MURIAÉ - OS "SANTOS DE CASA"
É estranho verificar que a expressão “vício de origem” não é usada adequadamente, como era de se esperar.Se quiséssemos dar um exemplo de bom uso da expressão, escolheríamos o daquela construção cujos alicerces foram fincados em terreno instável.Bem mais cedo do que se imagina, por este “vício de origem”, o prédio iria apresentar algum tipo de comprometimento, como todos sabemos.O segundo sentido que a expressão adquire abrange o campo moral e implica em juízo de valor, como nas frases “árvore má não produz bons frutos” ou “filho de peixe, peixinho é...”Não é difícil inferir que, nestes casos, a expressão pode levar-nos a atitudes preconceituosas que devem ser evitadas.Indo mais fundo nestas citações, podemos assegurar que, mesmo nas Sagradas Escrituras, há férteis exemplos desta natureza.Todos sabemos que Cristo, justamente por temer julgamento preconceituoso, não fez um só milagre na cidade que o viu crescer, sob a alegação explícita de que “não dariam crédito ao filho de um carpinteiro”.A expressão “santo de casa não faz milagre” tem origem nesta passagem bíblica e revela o lado perverso da expressão “vício de origem”.E acreditamos ter deixado claro o cuidado que devemos ter com a interpretação que se dá à referida expressão.Gostaríamos de ver isto mudado mas parece que tal desvirtuamento é tão antigo quanto a origem do homem sobre a face da terra.O fenômeno, certa vez, levou C.go Ivo Sebastião da Cunha a afirmar que “Muriaé despreza o que tem e ama o que não tem”.Se analizarmos a relação de muriaenses, de berço ou de coração, que fazem sucesso lá fora, sem o devido reconhecimento entre nós, passamos a desconfiar que C.go Ivo tinha certa razão, no seu desabafo.Temos, como exemplo, figuras extraordinárias como Sérgio Campos (Artes Plásticas), Sílvio Coutinho (Cinema, Teatro e TV), Marco Aurélio Moreira, Sebastião Lazaroni, Domingos Wilson Amaral (Esportes), José Wilson Gurgel (Administração), Profª Maria Rita (Educação), Nerson da Capetinga (Humor), Antônio Guarino (Administração), Antônio Ivan Faria (Comunicação), Prof. José Alvimar Ferreira (Medicina), além da legião de “mannarinos”, “pompeis”, “brunos”, etc, etc que tanto orgulho trouxeram para suas famílias e para a terra em que nasceram e que não foram aqui citados nominalmente, por absoluta falta de espaço!O destaque destes ilustres filhos desta terra preenche quase todos os campos do conhecimento humano, atingindo notoriedade nacional e para os quais só nos resta bater palmas!Se “santo de casa não faz milagre”, podemos afirmar que foi um verdadeiro milagre que tantos tenham vencido “lá fora” pois, como se sabe, nem mesmo o apoio familiar tiveram, pela origem humilde.Ao fazermos tal registro, reafirmamos que, para nós a expressão “vício de origem” só deveria ser aplicada naquilo que, de início, se baseou na astúcia, no engodo, na esperteza, como muitas obras que aí estão, espalhadas por todo o país e cujos autores, em vez de homenagens, deveriam é estar recebendo visitas, em dias e horas marcados, nas penitenciárias que se espalham por todo o território nacional, por este Brasil que já se acostumou a soltar fogos para quem “rouba mas faz”, esquecendo-se de seus verdadeiros heróis, como os que acima citamos e os que não citamos, por absoluta falta de espaço!
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