domingo, julho 30, 2006

Histórias do meu sertão


Um espertalhão, dirigindo-se a uma pequena cidade do interior, espalhou para todo mundo que o “Seu” Vigário havia tomado, dele, quinhentos mil réis emprestados.
Como o Padre negasse, ficou a palavra dele contra a do espertalhão e o assunto foi levado a julgamento, numa pequena sala da Delegacia.
O delegado perguntou ao vigarista se não havia testemunha e ele, obviamente, disse que não, que confiava na palavra do Padre e coisas assim.
Um dos presentes, ao ver o rumo do interrogatório, teve pena do “seu” Vigário e , tomando a palavra, disse aos presentes:
-Sr. Delegado: Deve estar havendo um grande equívoco! Este Senhor, que mal chegou à nossa cidade, está acusando a pessoa errada.
Na verdade, quem tomou os 500 mil réis emprestados, fui eu! Assim eu pago a conta e tudo fica acabado.
O vigarista não perdeu tempo: Fingindo não dar muita importância a esse depoimento, virou-se para o Delegado e falou:
-Vamos por parte. Esses são outros quinhentos!
O que me interessa agora é receber o dinheiro que emprestei para o Padre. O que emprestei para esse senhor aí, eu vou cobrar depois...
Mais não disse nem precisou dizer. E foi assim que nasceu a expressão : “Esses são outros quinhentos”.