terça-feira, junho 06, 2006

Da Educação Formal

Sempre que se fala em EDUCAÇÃO FORMAL, os especialistas têm opiniões semelhantes, raramente contraditórias.
Entre os pontos coincidentes está aquele que preconiza uma educação em tempo integral e que se preocupa com o emocional da criança.
Na experiência de Anízio Teixeira , com a Escola Parque, já se falava sobre o assunto, colocando em prática aspectos polêmicos da educação.
Tudo aquilo que foi feito na Escola Parque serviu de modelo para vários governantes na criação de vários tipos de escolas, como os CIEPs, os CAICs, os GOTs e similares.
Infelizmente, como sempre acontece, a visão estreita dos governantes fez com que várias dessas escolas, inclusive a de Anísio Teixeira, fossem perdendo a qualidade “POR MEDIDA DE ECONOMIA”!.
Rememorando os primeiros tempos da E.E.Prof. Orlando de Lima Fariam com as áreas técnicas em pleno funcionamento, ali também o poder público interferiu negativamente , acabando com os cursos de Técnicas Comerciais, Agrícolas, Industriais além da Educação para o Lar!
Todas as instalações feitas para abrigar tais cursos, todo o material doado ao Estado, todo o tempo gasto para a qualificação dos professores, foi desprezado pelo Governo de Minas, “por medida de economia”...
E a única despesa que o Estado tinha com esses cursos era com o pagamento dos professores, um vergonhoso salário, como sabemos.
Um dos pontos, porém, mais importantes da formação Integral da criança está na educação que recebe do núcleo familiar, de seus parentes.
Como a criança passa bom tempo de seu dia, em contato com familiares, é preciso que todos tenham, para com ela, uma atitude educativa.
O despreparo de muitos para esta função é que, quase sempre, gera uma atitude de desinteresse, por parte do aluno.
Relativamente a esse tema, é verdade que poucos livros de orientação existem para os pais, pelo menos entre nós.
Podemos adiantar, porém que existem algumas regras básicas sobre o assunto, e dentre elas, está a necessidade de se mostrar ao educando que a escola é um prêmio para quem pode freqüentá-la.
O maior dos equívocos que se comete é associar o estudo a castigo, como pode se ver quando a mãe ou o pai, para punir a criança, tenta obrigá-la a ficar, “de castigo”, estudando.
É inacreditável saber que, em passado remoto, escolas colocavam alunos “de castigo”, após as aulas, para estudarem mais um pouco, ou os chamavam para sessões de “estudo”, aos domingos, também para puni-los.
Um absurdo, como também era o de nomear regentes de classe, simples colegas para zelarem pela disciplina da sala, num calor incentivo ao ‘dedurismo” tão deletério e pernicioso.
Muitos educadores, ainda, cometem o equivoco de só permitir a prática de esportes a alunos que conseguem boas notas!
Sabe-se perfeitamente bem que é justamente esse tipo de aluno que mais precisa de estímulo e a prática de desportos pode aumentar-lhes a auto-estima, revertendo todo o quadro de aversão aos livros.
O esporte pode fazer com que o aluno goste da escola e, em conseqüência, passe também a gostar do estudo!
Na proibição que se faz, mais portas são fechadas, no sentido de integrar a criança á comunidade em que vive.
Honestamente, não encontramos um só defensor de peso desta prática discriminatória!
O uso de expressões como “vai ficar de castigo, estudando” ou “ se não tirar boas notas, não pode praticar esportes”, faz parte de uma pedagogia ultrapassada, nada acrescentando à personalidade da criança e apenas demonstra que quem as utiliza, não se preparou adequadamente para a dignificante missão de EDUCAR!