domingo, julho 30, 2006

Histórias do meu sertão



Ao descobrir que estava sendo enganado pela mulher, o Serapião resolveu dar cabo à própria vida!
Antes porém, quis lavar a sua honra e, para isso, deu uma tremenda surra na mulher, após o que, levando uma corda debaixo do braço, enfiou-se pelo mato.
Dois dias depois, os amigos, preocupados com o seu desaparecimento, foram procurá-lo e, para surpresa geral, encontraram-no, pendurado pela cintura, numa árvore enorme.
-Que é que você anda fazendo, homem de Deus, pendurado pelas cadeiras?
O Serapião, enfraquecido pela fome e pela sede, respondeu:
-Estou enojado da vida e vim me matar!
-Mas não é assim, pendurado pela cintura, que a gente se mata! Por que você não passou a corda pelo pescoço?
Enquanto o pessoal providenciava o salvamento, Serapião saiu-se com essa:
-Bem que experimente, mas me deu uma falta de ar...

Histórias do meu sertão



Um velho professor de matemática resolveu dar um passeio, pelas margens do Rio São Francisco.
Impressionado com a beleza do “Velho Chico”, o homem desejou atravessar para o outro lado e, para tal, pediu carona a um barqueiro que, prontamente, se colocou à sua disposição.
Durante a travessia, o Professor perguntou ao barqueiro:
-Por acaso o senhor já ouviu falar em álgebra?
-Álgebra? Não senhor... Nunca ouvi falar...
-Perdeu a metade de sua vida! Sentenciou o velho mestre.
Mais adiante, o Professor voltou ao assunto de sua preferência:
-E, por acaso, o Senhor já ouviu falar em Trigonometria?
-Trigo...trigo...trigo o que? Perguntou o canoeiro.
- Trigonometria – completou o mestre.
-Não, jamais ouvi falar nisso – disse o homem.
E o mestre comentou:
- Se você jamais ouviu falar em trigonometria, pode estar certo, perdeu um quarto de sua vida!
A certa altura, ao verificar que entrava água no barco, o homem da canoa perguntou:
-Por acaso o Doutor sabe nadar?
O Professor, sem entender a pergunta, isto é, a razão da pergunta, responde-a:
- Não! Jamais aprendi a nadar. Por quê?
Do alto de sua imensa sabedoria prática, o canoeiro responde:
-Então o Senhor perdeu a sua vida toda!

Histórias do meu sertão



No imenso galinheiro havia duzentas galinhas e um só galo, o já idoso Nicolau.
Não precisa dizer que o galo não dava conta de tantas galinhas, razão pela qual o dono da criação resolveu comprar um outro galo, a que deu o nome de Raul.
No primeiro dia, Raul acordou cedo e cobriu todas as galinhas, deixando Nicolau a ver navios.
Ao se ver preterido, o velho Nicolau chamou Raul para um canto e propôs:
-Quando o dia amanhecer, vamos colocar as galinhas em fila indiana. Você começa de um lado e eu começo do outro. Assim, não poderei reclamar de nada.
Raul, que era de boa paz, aceitou a proposição e passaram da palavra à ação.
No dia seguinte, as galinhas fizeram uma fila enorme e, de um lado, ficou Raul, enquanto do outro, Nicolau se posicionou.
Dado o sinal de partida, Raul ia dizendo, enquanto cobria as galinhas:
-Com licença, amorzinho. Obrigado! E partia para a outra.
Lá pelas tantas, o galinheiro horrorizado ouviu o seguinte:
-Com licença, Nicolau. Obrigado!
Depois dessa, Nicolau ficou desmoralizado e teve que se aposentar.

Histórias do meu sertão.



Dr Fernando Motta vem me contar um caso verídico, acontecido lá pelas bandas da Praia Seca, aqui mesmo no Estado do Rio de Janeiro.
Um fazendeiro saía toda manhã, para inspecionar o serviço da fazenda, deixando a sua fogosa esposa a ver navios.
Não demorou muito para que ela começasse a “pular a cerca”, traindoo marido com um fazendeiro vizinho.
Um belo dia, o capataz da fazenda chegou perto do marido e falou:
-Patrão: Eu vou contar uma coisa que todo mundo já sabe: Sua mulher está traindo o senhor com o seu melhor amigo!
-Com o meu melhor amigo? Perguntou assustado o fazendeiro. Não é possível!
-É verdade sim , patrão! E o pior é que todo mundo sabe, menos o senhor!
O fazendeiro não se fez de rogado: Deu meia volta e, tirando a velha garrucha do coldre, entrou na casa. Logo a seguir, ouviram-se dois tiros.
O capataz correu até a casa, a tempo de ver dar o último suspiro o belo cachorro policial do fazendeiro.

Histórias do meu sertão


Um espertalhão, dirigindo-se a uma pequena cidade do interior, espalhou para todo mundo que o “Seu” Vigário havia tomado, dele, quinhentos mil réis emprestados.
Como o Padre negasse, ficou a palavra dele contra a do espertalhão e o assunto foi levado a julgamento, numa pequena sala da Delegacia.
O delegado perguntou ao vigarista se não havia testemunha e ele, obviamente, disse que não, que confiava na palavra do Padre e coisas assim.
Um dos presentes, ao ver o rumo do interrogatório, teve pena do “seu” Vigário e , tomando a palavra, disse aos presentes:
-Sr. Delegado: Deve estar havendo um grande equívoco! Este Senhor, que mal chegou à nossa cidade, está acusando a pessoa errada.
Na verdade, quem tomou os 500 mil réis emprestados, fui eu! Assim eu pago a conta e tudo fica acabado.
O vigarista não perdeu tempo: Fingindo não dar muita importância a esse depoimento, virou-se para o Delegado e falou:
-Vamos por parte. Esses são outros quinhentos!
O que me interessa agora é receber o dinheiro que emprestei para o Padre. O que emprestei para esse senhor aí, eu vou cobrar depois...
Mais não disse nem precisou dizer. E foi assim que nasceu a expressão : “Esses são outros quinhentos”.

Histórias do meu sertão



O gerente do Banco do Brasil, naquela época em que o empréstimo rural, para ser conseguido, dependia da boa vontade do chefe da Agência, quis conhecer o sítio do “seu” Laureano, antes de fazer a concessão.
Prendada dona de casa, a esposa do “seu” Laureano preparou o único peru que havia em seu quintal e ficaram esperando pela ilustre visita.
O gerente chegou e foi aquela festa. Como um bom negociante do dinheiro público, quis ele conhecer cada detalhe do sítio e, após duas horas de caminhada, voltou ele para o almoço, na casa modesta.
Sentaram-se à mesa e a refeição começou a ser posta. Conversa vai, conversa vem e, na porta da cozinha, aparece a esposa de Laureano, mostrando ao visitante o saboroso PERU ASSADO, em cima de uma reluzente bandeja de prata, enfeitada com frutas.
Mal a senhora deu dois passos em direção à mesa quando, num gesto infeliz, escorregou e lá se foi o peru, rolando pelo chão empoeirado.
O gerente se assustou mas a esposa de Laureano quase desmaia, sem saber o que fazer.
Foi aí que se viu a presença de espírito do matuto: Sem piscar uma só vez, ele se vira para a esposa e fala:
-“Tem portância não! Pega esse aí, joga no lixo e traz o OUTRO que tá lá dentro...”
Diante de tanta “fartura”, o Gerente se emocionou e o Banco do Brasil emprestou o dinheiro a Laureano.

EDITORIAL

De maneira alguma queremos trazer para um u plano inferior a OAB - Ordem dos Advogados do Brasil, especialmente na luta travada pela redemocratização do País.
Tal atitude preservacionista não nos impede, contudo, de reconhecer que, no tocante aos direitos que a OAB adquiriu sobre a classe que representa, ela extrapolou, de maneira arbitrária e injustificada, ao se colocar num patamar superior aos das universidades em matéria de ensino, quando passa a exigir a aprovação em exame por ela elaborado, para a validade dos diplomas de bacharel em Direito.
Seria catastrófico se as ordens, conselhos ou sindicatos de outras categorias profissionais seguissem o modelo da OAB e causa espécie a passividade com que o mundo jurídico recebe a aprecia tal situação.
Talvez baseada no princípio de que “se não há lei que proíbe, passa a ser legal’, tal imposição fere os princípios de autonomia universitária e mostra uma Ordem que parece não acreditar nem nas leis do País, no tocante à punição de maus profissionais, nem na lei natural da sobrevivência do mais apto, ao tentar eliminá-los, a priori.
Fala-se, inclusive, que há muito mais interesse financeiro na exigência do que se imagina, mas a verdade é que, uma entidade da dimensão histórica da OAB não pode nem deve descer a tais níveis, como se fosse um gueto jurídico, “criando dificuldades para se obter facilidades”.
Ou será que estou errado?

EDITORIAL

O surto de meningite, em nossa cidade, revelou situações críticas em que a presteza do atendimento à população deixou muito a desejar, apesar dos esforços do poder público municipal.
Consta que as primeiras suspeitas da doença surgiram em novembro do ano passado e, de lá para cá, houve muitos desencontros na busca da identificação do agente etiológico.
Autoridades estaduais, aqui e da capital dos mineiros, vieram a público, mais de uma vez, confirmar e desmentir o surto, para desespero da população e dos agentes sanitários municipais.
Basta ver o que aconteceu em relação às dezenas de eventos havidos, antes, durante e depois da confirmação final do surto em que fatos e boatos se misturavam e até entidades que não tinham nada com o assunto, se intrometessem indevidamente, com “pareceres técnicos”, desprovidos de base científica.
Assim como “profetas do passado”, eles só se manifestaram para criar mais confusão, numa luta travada através das televisões, como se o surto de meningite fosse um episódio a ser tratado, unicamente, sob a ótica financeira ou da política, do ponto de vista eleitoral.
Se alguém ainda não prestou às vítimas do mal, as homenagens devidas, aqui fica nossa solidariedade às famílias atingidas pela doença, esclarecendo que esta deveria ter sido a primeira obrigação de um Estado sério, que zela, realmente, pelo bem-estar de seus cidadãos.
Cidadãos esses que, coincidentemente, pagam impostos e merecem respeito!

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Música tema – Pássaro Ferido – Roberto e Erasmo Carlos

O sol da manhã começa a brilhar, jorrando cascatas de luz sobre os edifícios e bate em meu rosto, à procura daquele sorriso que se perdeu, no emaranhado das lembranças do nosso caso de amor.
Uma a uma, vão surgindo em meu pensamento as doces recordações de um tempo feliz em que, nós dois, como livres passarinhos, voávamos pelo universo infinito dos sonhos...
Ah! Amor!
Da mesma forma que o pássaro não espera pelo tiro do caçador, uma bala perdida cortou meus sonhos de felicidade, quando vi você partir para bem longe, em busca de novas ilusões...
Com o peito ferido e as asas mutiladas, senti a tarde chegar, silenciosa e fria, anunciando minhas noites de angustia e solidão.
Esperei por você, com a ansiedade de todas as esperas.
Busquei você por todos os meus caminhos e, ao ver desfeito o nosso ninho de amor, deixei rolar o pranto, nas lágrimas de uma saudade sem fim...
Por isso, ao sentir o sol da manhã jorrando cascatas de luz sobre os edifícios, toco, com minhas mãos trêmulas o meu rosto e, em vez de um sorriso, apenas encontro lágrimas que, saindo do peito de um PÁSSARO Ferido, vão se perder no espaço vazio de seu coração...

Rio, 20/04/90

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Música tema – Ternura Antiga – J. Ribamar e Dolores Duran

Dizem que, lá fora, há luzes e calor.
Mas abro a janela e o vento frio invade toda a minha alma.
A rua está vazia e escura...
É que estive pensando em ti, nos momentos em que trocávamos juras de amor, envolvidos por um clima de imensa ternura.
O telefone emudecido acompanha minha amargura e o silêncio traz novas lágrimas a meus olhos, que não se cansam de chorar.
Há tanto tempo não ouço tua voz e, sem esta crença, não consigo viver.
Ah! Amor!
Se me fosse possível, eu te esqueceria, mas não posso deixar de te amar, pois és a minha própria vida!
E enquanto espero, deixo-me envolver pelas lembranças de teu perfume, de teus lábios, de teus carinhos, afastando a descrença que teima em aparecer, de quando em vez, trazendo-me essa amargura e essa agonia, que tanto me fazem sofrer.
Não venha me dizer que, lá fora, há luzes e calor!
Abro as janelas de meu coração e o vento frio invade toda minh’alma...
A rua está vazia e escura, como escura e vazia está toda a minha vida...


Rio, 02/02/90

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Música tema – Ternura Antiga – J. Ribamar e Dolores Duran

Dizem que, lá fora, há luzes e calor.
Mas abro a janela e o vento frio invade toda a minha alma.
A rua está vazia e escura...
É que estive pensando em ti, nos momentos em que trocávamos juras de amor, envolvidos por um clima de imensa ternura.
O telefone emudecido acompanha minha amargura e o silêncio traz novas lágrimas a meus olhos, que não se cansam de chorar.
Há tanto tempo não ouço tua voz e, sem esta crença, não consigo viver.
Ah! Amor!
Se me fosse possível, eu te esqueceria, mas não posso deixar de te amar, pois és a minha própria vida!
E enquanto espero, deixo-me envolver pelas lembranças de teu perfume, de teus lábios, de teus carinhos, afastando a descrença que teima em aparecer, de quando em vez, trazendo-me essa amargura e essa agonia, que tanto me fazem sofrer.
Não venha me dizer que, lá fora, há luzes e calor!
Abro as janelas de meu coração e o vento frio invade toda minh’alma...
A rua está vazia e escura, como escura e vazia está toda a minha vida...


Rio, 02/02/90

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Música tema – Brigas – Evaldo Gouveia e Jair Amorim

-Amor, deixemos de tolices!
Não é possível continuar assim, maltratando o amor que existe entre nós, destruindo, num só instante, aquilo que construímos, por toda a vida...
De que vale ficar brigando, por coisas tão banais se, um minuto depois, voltamos a sorrir, como se nada tivesse acontecido?!
Nós sabemos que o nosso amor a tudo pode resistir mas, de que vale o amor, se brigamos tanto assim? Para que deixar de lado tantos momentos felizes, se não vivo sem você e você não pode viver sem mim?
Esqueça, por favor, as palavras dessa gente que inveja o nosso amor pois o quê eles querem é a nossa separação...
Para que nos juntarmos a eles, pobres e infelizes, se temos o amor a nos unir?
Não, amor!
O amor não se maltrata assim e, em nossas brigas, ele morre, a cada dia, um pouquinho mais...
E, sem amor, de que vale a vida?
Enquanto é tempo, salvemos o nosso amor pois, se ele se vai, morro eu, morre você, morremos todos nós...

Rio 06/07/90

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Música tema – História de um amor – Carlos Almaran
Música de fundo – a critério


Fiz de tudo para esquecer-te e tudo foi em vão!
Levado pelas mãos da inconsciência, penetrei em ricos e luxuosos salões, onde lindas mulheres ofereciam seus corpos sensuais, em troca de algumas moedas...
Passei noites e mais noites, tentando afogar minhas lembranças nas taças transbordantes das mais finas bebidas, pelos bares da vida... Tudo em vão!
Após alguns instantes de falso prazer, eu me via ali perdido, porque não estavas ao meu lado. Pouco a pouco, a saudade ia tomando conta de toda minha alma, trazendo-me lágrimas aos olhos e ao coração.
Não sei porque Deus me faz querer-te assim, aumentando o meu sofrimento, se já não posso ver-te e nem sentir o teu perfume, o perfume do teu corpo, bem junto ao meu, como nos tempos de outrora!
Toda a minha vida, eu a depositei em tuas mãos, fazendo de nosso amor, a minha religião, fazendo de teu corpo o templo e de teus lábios, o altar onde depositava meus beijos, repletos de felicidade!
Uma religião que se fez compreender o BEM e o MAL, iluminando meus caminhos, até o instante da nossa separação;;;
Sei que não irás mais voltar!
E assim, irei pelos caminhos escuros de minha vida sem razão, curtindo a imensa dor de uma saudade gigantesca, porque tu, querido amor, não estás mais ao meu lado...


Rio
26/01/90

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Música tema – Renúncia – Roberto Martins – Mário Rossi

-Amor:
De uns tempos para cá, tu mudaste muito!
Pouco a pouco eu te sentia mais longe de mim, como se a rotina do nosso convívio te fosse um sacrifício, cada dia mais pesado, mais insuportável...
De todas as formas possíveis, tentei buscar uma explicação para o teu comportamento mas não encontrei resposta... Talvez o amor tinha acabado.
Mas, para mim, é muito difícil acreditar que o nosso amor, tão lindo, tenha se diluído, com o passar do tempo. Entretanto, não consigo encontrar outro motivo.
Apesar de eu te querer ainda, com a mesma intensidade de antes, sinto que não me cabe o direito de ter pedir aquilo que não tens mais para dar... Por isso, é preferível que te vás, deixando-me sozinho, com minha dor.
Ah! Amor:
Como é difícil dizer-te coisas que agora digo, pois és tudo aquilo que mais quis, durante toda a minha vida! Mas sinto que devo renunciar a tudo, para o nosso bem.
Sei que, pela vida, jamais voltarei a encontrar um amor igual ao teu e espero que encontres alguém que te ame tanto, tanto quanto te amei.
Quando, mais tarde, a tristeza de tua ausência me trouxer a saudade, voltarei a pensar nos nossos momentos felizes,,, E, pensando em ti, serei feliz pela certeza de que renunciei à minha própria vida por que te amei, amei demais, com todas as forças do coração...

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Música Tema – Pensando em Ti – David Nasser e Herivelto Martins
Música de fundo - a critério


Tudo começou de forma inocente, como uma brincadeira sem conseqüências mais sérias...
Não podia eu sequer imaginar que o destino, tão imprevisível quanto as forças da natureza, fosse escrever, em linhas cruzadas, mais uma das suas histórias inacreditáveis no livro da minha vida...
Sim, querida!
Quando eu te vi pela primeira vez, nada em ti despertou a minha atenção. Eras, apenas, mais uma pessoa bonita e gentil, cruzando por mim, nos caminhos repletos de desencontros...
Contudo, o teu jeito frágil, a meiguice que perfuma tuas palavras, tua maneira de olhar o lado bom das coisas e (por que não dizer?) a beleza de tua alma, tudo isso foi me envolvendo de uma forma quase imperceptível e, quando dei por mim, descobri que passaste a ser o centro da minha vida, em torno do qual giravam todas as minhas emoções.
Mais ainda!
Se, antes de te conhecer, eu encontrava tempo para ir me iludindo com novas emoções, na interminável busca da felicidade, hoje, tua presença querida preencheu todos os espaços vazios de minha alma.
Nada mais me importa, nada mais me interessa e teu vulto é uma presença constante em todas as coisas que envolvem...
Ao fazer minhas orações, eu me perco em pensamentos que te buscam, com ansiedade e desespero!
Ah! Amor.
Não venhas me censurar mas a verdade é que, ao dormir, ao amanhecer, em tudo aquilo que faço, em todas as horas, em todos os minutos, eu levo a vida pensando em ti... unicamente em ti...

Rio, 4/9/90

Trovas e contra trovas

Mote – Se trabalho for alegria, quero morrer triste...

Trova

Se o trabalho é uma alegria,
Eu lhes digo, com certeza,
Se pudesse, escolheria,
Ir morrendo, de tristeza...


Contra trova

Trabalho bom é o meu
Meu trabalho é uma beleza.
Em pleno dia ou no breu,
Fiscalizo a natureza...

Trovas e contra trovas

Mote – De minha embriaguez, cada mulher foi a taça...

Trova

Meu vício, vejam vocês,
Foi bênção e foi desgraça
Pois, de cada embriaguez,
Cada mulher foi a taça...

Contra trova

Embriagado na vida,
Com prazer na embriaguez,
Tanta Rosa e Margarida,
Meu amor, é tua vez...

Trovas e contra trovas

Mote – Troco mulher de 40 por duas de 20

Trova

Meu coração não agüenta,
Mas eu quero esse requinte:
Trocar mulher de quarenta,
Por duas “gatas” de vinte...

Contra trova

Você está de brincadeira,
Vai parar é num esquife,
E vai dar é trabalheira,
Prá poder caber o chifre...

Trovas e contra trovas

Mote – A cal é virgem porque o pincel é brocha.

Trova

Eu digo só pra você
Que, de mim, tanto debocha:
Cal é virgem, só porque
O seu pincel ficou brocha...


Contra trova

Deixa de ser faroleiro
Não me vem com essa hipótese...
Seu pincel está inteiro,
É por causa dessa prótese...

Trovas e contra trovas

Mote – Se eu correr, o guarda pega, se eu parar o Banco toma.

Trova

Que peça a vida nos pega!
Vira e mexe, ela me embroma:
Se eu correr, o bicho pega;
Se eu parar, o Banco toma...

Contra trova

Pelo menos um consolo,
Nesse buraco ou cratera,
Banco pegando, que rolo,
Guarda levando, já era...

Trovas e contra trovas

Mote – Se casamento fosse bom, não precisava testemunha...

Trova

Você me diz, num momento,
Tudo aquilo que eu supunha:
Fosse bom o casamento,
Prá que tanta testemunha?

Contra trova

Deixa de ser tão teimoso,
Pode ir mudando de “time”,
Isso tudo é enganoso:
Casamento não é crime!

Trovas e contra trovas

Mote – “Pelas ruas da cidade conheço o Prefeito...”

Trova

Escutem, pois é verdade:
(Contra a verdade, que jeito?)
Pelas ruas da cidade,
Vou conhecendo o Prefeito...

Contra trova

Tanto buraco na rua,
Isso eu sei, não tem mais jeito,
Vou passear lá na lua,
Ao menos, não tem prefeito...

Trovas e contra trovas

Mote – “também fui novo um dia”.

Trova

Quem é velho, sempre é visto
Pelo novo, co’ironia;
-Mas ouça o que diz o povo:
“O velho foi novo, um dia”.

Contra trova

Fui jovem, é bem verdade,
Eu sou velho e não sou triste,
Vou vivendo da saudade,
A esperança ainda em riste.
(pelo menos ela)...

quarta-feira, julho 26, 2006

Trovas e contra trovas

Mote – Coroa de minissaia é vitrine de varizes.

Trova

Minha senhora, não caia
Nos erros das aprendizes:
“Coroa” de minissaia
É vitrine de varizes...

Contra trova


Saia dessa tentação,
Respeite os tempos felizes,
Minissaia? Use não:
É vitrine de varizes...

Trovas e contra trovas

Mote – Não mando a minha sogra pro inferno porque tenho pena do diabo

Trova

Torço pro frio do inverno
De minha sogra “dar cabo”!
Não mando a velha pro inferno,
Pois tenho dó do diabo!

Contra trova

A minha sogra, por certo,
Para o céu vai sem clemência,
Diabo, por ser esperto,
Não suporta concorrência!

Trovas e contra trovas

Mote – Não acorde a má sorte, se ela está dormindo...

Trova

Siga em frente, firme e forte,
Só coisas boas “curtindo”:
Mas não desperte a má sorte
Se acaso, estiver dormindo...

Contra trova

De má sorte falo pouco,
A minha nunca foi boa,
Já estou ficando louco,
No rastro dessa coroa...

Trovas e contra trovas

Mote – Mulher e pernilongo, só se calam no tapa!

Trova

Neste assunto, não me alongo
E a verdade não me escapa:
A mulher e o pernilongo
Só ficam quietos, no tapa!

Contra trova

Mulher, quando faladeira,
De falar ficando rouca,
Eu só vejo uma maneira:
Grudando boca com boca!

Trovas e contra trovas

Mote – Perigo não é animal na pista: É animal no volante...

Trova

Animal solto, na pista,
Não é tão horripilante:
O perigo é o motorista
Ser “animal” no volante!


Contra trova

Tem animal no volante,
É comum no mundo inteiro,
É um perigo bem constante,
O danado do “barbeiro”...

Trovas e contra trovas

Mote – Alegria de chofer é moça pedindo carona.

Trova

Desminta-me quem puder,
Que a verdade vem à tona:
Alegria de chofer
É moça pedindo carona...


Contra trova


Ela pode ter defeito,
Mesmo que ela esteja só,
Tem que reparar direito
Se a moça não tem gogó!

Trovas e contra trovas

Mote – Mulher é como pipoca : quanto mais pula, mais está na boca do povo...

Trova

Mulher é como pipoca:
Vou comparando, de novo!
Quanto mais pula, a “dondoca”,
Mais tá na boca do povo!


Contra trova

Se Maria é tão falada,
Não me importo não senhor,
Ela é minha namorada,
É só dela o meu amor...

Trovas e contra trovas

Mote – Depois que fiquei rico, não corro atrás de mulher, corro na frente...

Trova

Fiquei rico, meu rapaz,
E agora, todo contente,
De mulher, não corro atrás:
-Eu corro mesmo é na frente!


Contra trova.

Por outro lado, destarte,
Isso não me atrai mais não,
Tem mulher em toda parte,
Menos a minha paixão...

Comentando Ítalo José Mannarino


Quando tocado por fortes emoções, não sei como dissimular os sentimentos e, a bem da verdade, muito raramente busco fazê-lo
Um dos motivos capazes de provocar-me transtornos desse tipo é a lembrança de fatos e pessoas especiais, daquelas que impregnaram meu coração com o perfume da amizade, do companheirismo, da afeição recíproca e da fraternidade.
Enumerá-las, uma por uma, até que não chega a ser uma tarefa difícil mas devo confessar que Ítalo José Mannarino se encaixa perfeitamente nesta descrição.
Reservo-me o direito de não me alongar, falando sobre a personalidade ímpar, o caráter, a compostura moral, a integridade e a generosidade desse extraordinário e distante amigo, mas gostaria de revelar um fato que revela, um pouco, da grandeza e da dignidade desse ilustre muriaense.
O Rio de Janeiro, onde morávamos, possuía uma reputação nada recomendável em matéria fiscal e, certo dia, a empresa onde eu trabalhava foi visitada por agentes do Ministério do Trabalho, sendo um deles bem idoso, falante e até simpático.
Tinham eles a missão de fiscalizar o estabelecimento e tentei deixá-los à vontade sendo que, após algumas horas, o mais velho voltou, entrou na minha sala, fechou a porta e se sentou à minha frente.
Em poucos minutos, aquele senhor “despejou” sobre minha mesa uma enorme relação de irregularidades, anunciando pesadíssima multa.
Indagado por mim, a respeito do valor da multa, o fiscal encerrou o assunto, garantindo-me que, por “DEZ POR CENTO” daquele total, ele ignoraria tudo e só voltaria no próximo ano...
Num primeiro instante, fingi não ter entendido a “proposta” e solicitei que ele destacasse a multa a fim de que pudéssemos pagá-la e recorrer da notificação.
Tomado de surpresa, ele ainda tentou ponderar sobre as “vantagens oferecidas” mas, quando lhe perguntei se não tinha vergonha dos seus filhos e dos seus netos, ele se levantou, ameaçando ir embora.
Em seguida, pediu que o encaminhasse ao dono da empresa , a fim de conversar sobre o caso.
Indiquei-lhe o caminho e pedi à Secretária que fizesse o encaminhamento, dando o assunto por encerrado.
Relatei o fato a alguns amigos até que, meses após, ao participar de um imponente “Congresso de Transportes Intermodal de Cargas”, ao discutir o tema Segurança no Trabalho, fomos informados de que, no Rio de Janeiro, havia aparecido um chefe incorruptível, incapaz de aceitar ou de permitir que se aceitasse vantagens extras, e que esse homem era, nada mais nada menos do que Ítalo José Mannarino, funcionário de carreira que, na DRT, começava a impor sua filosofia de trabalho, para desespero de funcionários corruptos e desonestos!
Isto me fez lembrar o episódio havido na sede da empresa e passei a me sentir orgulhoso da atuação do amigo, hoje distante.
No relado desta história, abstive-me de citar os nomes dos principais envolvidos pois aqueles fiscais já devem ter se aposentado do trabalho e, quiçá, da vida!
Há sim, muitos outros motivos pessoais e profissionais que tornam Dr. Ítalo José Mannarino uma criatura verdadeiramente especial!
Ao fazer tal registro, sinto o coração tocado por fortes emoções, sentimentos despertados por um simples “e-mail” que exala o perfume de uma amizade, de um companheirismo, de uma afeição recíproca e de uma fraternidade que, somente pessoas de uma envergadura moral de Ítalo José Mannarino são capazes de promover!

domingo, julho 23, 2006

Comentando Oliveira Goiabada


Naquele dia de sol, ao passarmos pelo largo do Machado, no Rio de Janeiro, reencontramos Agnaldo Timóteo, vendendo CDs e , do agradável bate-papo, ele chegou a lamentar que o Oliveira Goiabada não houvesse jogado no Botafogo carioca.
-Oliveira foi o maior zagueiro que vi jogar, em toda a minha vida – justificava o cantor, com o que concordamos, em gênero, número e grau.
Tivemos bastante tempo para falar ainda de outros craques que brilharam aqui em Muriaé e que nada ficaram a dever aos maiores atletas nacionais de todos os tempos, como o imarcável Corisco, o ‘milagroso” Guardiano, o “Arquiteto” Marco Aurélio Moreira, o genial Dominguinhos, o Pompílio e o Haroldo Passos, o Mario Venâncio, o Quebinha, o Alcemar, o Ronaldão e tantos outros de iguais méritos.
Para se ter idéia do nível do futebol muriaense, certa vez, para enfrentar o Paulistano, tradicional clube da Barra, o Nacional trouxe, como reforço, nada mais do que Didi que já despontava no Rio de Janeiro, como craque de primeira.
Didi jogou o tempo todo pelo NAC, fez o gol da vitória, com sua “folha seca” e, tempos depois, foi representar o Brasil na Suécia, onde se tornou campeão mundial, ao lado de Garrincha, Nilton Santos, Vavá e tantos outros craques da geração e 50, inclusive um tal Pelé.
Agnaldo Timóteo, polêmico como sempre foi, me garantiu que os craques do passado, se tivessem um mês de preparação física, poderiam enfrentar e vencer qualquer seleção mundial dos tempos atuais e cita, como exemplo, os memoráveis jogos do Botafogo e do Flamengo com o Honved , um time da Hungria que, pelo preparo físico e pela qualidade de seus jogadores, estava revolucionando o mundo.
Aproveitando-se da excursão pelo país, os jogadores do Honved pediram asilo político em vários países mas continuaram jogando e, após vencer algumas partidas, acabaram sendo derrotados pelo Botafogo e pelo Flamengo, devido a uma melhor preparação física dos times brasileiros, conseguidas em pouco mais de um mês, pelo placar memorável de sete a seis.
Após aquele agradável reencontro, deixamos Timóteo com seus CDs e suas recordações e pegamos o Metrô, em direção á Tijuca.
Ao nos recordarmos daquela conversa, verificamos que há muita lógica nos argumentos de Agnaldo pois, ao vermos jogar o jovem Lenny, do Fluminense, com 17 anos de idade, e Romário com 40, passamos a entender melhor a importância do craque, visto que, se Lenny ainda não teve tempo de estruturar a sua musculatura e se Romário já perdeu quase toda a rigidez muscular conseguida, a única coisa que faz a diferença, que os torna artilheiros diferenciados é de terem nascido craques.
E craques, Muriaé sempre teve, para dar e vender, como os já citados, além de muitos outros, como Oliveira Goiabada, cujo único defeito foi o de não ter vestido a gloriosa camisa do Botafogo, o time da Estrela Solitária!

Comentando



Soou como lamentável prova de incivilidade a troca de farpas entre Ronaldo – o Fenômeno e o Presidente Lula, no desdobramento da Vídeo- Conferencia realizada antes da Copa do Mundo, na ALEMANHA.
Esse fato fez-nos lembrar o ocorrido na Copa de 70, quando João Saldanha levou o Brasil a memoráveis vitórias e o então Presidente Médici veio a público pedir a convocação de Dario, o “Peito de Aço” e Saldanha, assim como Ronaldo, irritou-se e respondeu, pelos jornais:
“Na hora de escolher os Ministros, ele não me pede opinião, assim não aceito opinião dele, na hora de convocar os jogadores!”
Sem perda de tempo, o ditatorial presidente Médici mandou demitir Saldanha, convocar Dario e, para o lugar do técnico foi indicado o mais afável Zagallo.
Uma troca que deu certo pois, mesmo em Saldanha, foi o Brasil campeão no México, numa épica campanha.
A sorte de Ronaldo é que apesar de não ser um primor em matéria de etiqueta, a vocação democrática de Lula é inquestionável, tendo passado por vários testes, desde a ascensão política desse operário do ABC paulista.
Lula se desculpou através de uma carta e o episódio se encerrou, para alegria geral, especialmente para os fãs de Ronaldo que, em matéria de cordialidade no tratamento que sempre deu aos fãs e admiradores é inigualável!
Enquanto, entre nós, fica a sensação de que falhou a Assessoria do Presidente, também veio a certeza do grau de stress que se abateu sobre Ronaldo na luta diária que trava contra a balança.
Mas um episódio ocorrido aqui mesmo, em nossa Muriaé, vem demonstrar que os “gordinhos” não são assim sempre afáveis, sorridentes, generosos, alegres, como diz a lenda.
Ao buscarmos um documento numa das mais importantes repartições públicas da cidade, ouvimos a discussão, em voz alta, de dois funcionários, a respeito de Lula.
Referindo-se aos episódios lamentáveis da invasão do prédio da Câmara pelo MSLT, um dos funcionários acusava Lula de ter comandado a invasão enquanto outro defendia o Presidente.
A conversa se espalhou pelo salão e chegou a meus ouvidos que diante de tantas bobagens apenas comentei:
“Verdadeiramente Lula é horroroso mas, mesmo assim, está em primeiro lugar nas pesquisas eleitorais! Imaginem se ele fosse bom...”
Lá, do outro lado da linha, no fim da fila, uma jovem senhora, daquele tipo que Nelson Rodrigues definiria como “a vizinha gorda e patusca, com nariz de cadáver”, encerrou a conversa com uma sentença inapelável:
“Há coisas que não entendo! O Lula jamais ganhará a eleição, porque só vota nele quem não tiver vergonha na cara!”
Silêncio geral, seguido de uma certa sensação de mal-estar, provocado por aquela reação inusitada...
Ao analisar o mal-humor da jovem e gorda senhora, compreendi a reação de Ronaldo – O Fenômeno e cheguei à conclusão de que ele, realmente deve estar com uns quilinhos a mais, apesar da luta contra a balança...

Trovas e contra trovas

Mote – Há muito tempo que a “massa” não vê o pão.

Trova

Nesta vida – que desgraça-,
Há sempre contradição:
Há muito tempo que a massa
Nem passa perto do pão!


Contra trova

Uma verdade é bem nobre,
A conhece toda gente,
Um frango em mesa de pobre?
Um dos dois está doente...

Trovas e contra trovas

Mote– Se não houvesse distância, não haveria saudade.

Trova

Desde os meus tempos de infância
Eu escuto esta verdade:
Se não houvesse distância,
Não haveria saudade...

Contra trova

A distância, na verdade,
Alimenta o meu desejo,
Vou morrendo de saudade
Vivendo naquele beijo...

Trovas e contra trovas

Mote - quem inventou o trabalho não tinha o que fazer.

Trova

Pulando de galho em galho,
Levo a vida, sem saber;
Quem inventou o trabalho,
Não tinha o que fazer...

Contra trova

Quero um trabalho “demais”,
Quero um trabalho bacana,
Onze férias anuais,
Só seis folgas por semana...

Trovas e contra trovas

Mote – Bezerro rejeitado não escolhe a teta...

Trova

Por ser feio e desprezado,
Eu faço qualquer mutreta!
- O bezerro abandonado,
Não deve escolher a teta...

Contra trova

É por isso minha amada,
Que não paro de t’amar,
Minha sorte abandonada,
Vem cá, me dê de mamar!

Trovas e contra trovas

Mote – Lá fora chove, aqui, pinga!

Trova

Se chove, devo parar,
“tirando o meu da seringa”;
Não posso me lamentar:
-Lá fora chove, aqui, pinga...

Contra trova

Este mundo é arretado,
Não quero ficar sozim,
Não vou chover no molhado;
O que quero é “pinga em mim”...

Trovas e contra trovas

Mote – velhice é doença que a medicina não cura

Trova –

Pra dizer, peço licença,
Esta verdade é a mais pura:
-A velhice é uma doença
Que a Medicina não cura!


Contra trova

Doença pior existe,
Bem pior que a velhice,
É uma doença bem triste,
‘Tou falando da burrice...

Trovas e contra trovas

Mote – Na subida, Deus me ajuda; na descida, Deus me acuda...


Trova

Deus está sempre a meu lado
E, na subida, me ajuda;
Mas peço, quando embalado,
Que na descida me acuda!

Contra trova

N’ embalo da minha vida
Eu deixei muita saudade.
Na subida e na descida,
Foi tanto amor de verdade...

Trovas e contra trovas

Mote – Velho não manda brasa, manda fumaça...

Trova

Velho sabido, não casa
E, do casório, acha graça;
Pois ele não “manda brasa”:
O velho manda “é fumaça”.

Contra trova

Meu avô, aos seus oitenta,
Casou de novo; acho graça
Camisinha el’ arrebenta
Ou derrete, faz fumaça...

sábado, julho 22, 2006

Trovas e contra trovas

Mote – Se é verdade que o mundo gira, voltarei a te encontrar.

Trova



Disseram que o mundo gira,
E me custa acreditar;
Se, acaso, não for mentira,
Voltarei a te encontrar...

Contra trova



Nas curvas da minha vida,
Capotei meu coração,
Hoje, nova despedida,
Amanhã, recordação...

Trovas e contra trovas

Mote – O coração é velho, mas a máquina é nova.

Trova

Cuidado, presta atenção,
Eu posso te dar a prova,
-Se é velho o meu coração,
Minha “máquina” está nova...

Contra trova


Na boca, pus dentadura,
Essa é a melhor hipótese,
Para que fique bem dura,
Na máquina, botei prótese...

Trovas e contra trovas

Mote – é de saudades que choro.

Trova

Sem parar, eu vou tocando,
Pelas vias, onde moro;
Enquanto em ti vou pensando,
É de saudades que choro...

Contra trova

A saudade me atormenta,
Maltrata meu coração,
Saudade, doce pimenta,
Temperando esse estradão.

Trovas e contra trovas

Mote – Sogra não é parente; é castigo.

Trova

-Não se engane, minha gente,
Pois é verdade o que eu digo:
-A sogra não é parente;
A sogra é mesmo um castigo.

Contra trova

Não fale assim desse jeito,
O bom cabrito não berra,
Meu casamento é perfeito!
Sogra? Debaixo da terra...

Trovas e contra trovas

Mote – Mulher feia e morcego, só saem à noitinha...

Trova

Não vou perder meu sossego,
Prefiro ficar “na minha!”:
-A mulher feia e o morcego,
Só “vão à luta” à notinha...

Contra trova

Depois de três, quatro doses,
Não reclamo desse fardo,
Passam por metamorfoses,
Todo gato, fica pardo...

Trovas e contra trovas

Mote – Se disserem que te esqueci, saiba que já morri...

Trova

Se, um dia, alguém te disser,
Que o teu amor esqueci,
Reza por mim, Ó mulher,
Pois, nesse dia, morri.

Contra trova

Dessa morte, te garanto,
Que não corro mais perigo,
Viúva, com tanto pranto,
Carrego uma já comigo...

Trovas e contra trovas

Mote – procuro um Doutor para o mal da saudade.

Trova

Procuro por um Doutor,
A maior autoridade,
Que me cure deste amor,
E me livre da saudade...

Contra trova

Não há nada que assegure,
Nem toda penicilina,
Esse mal, não há quem cure,
Mesmo em toda Medicina...

Trovas e contra trovas

Mote – Pinto que não bica não sai de dentro da casaca.

Trova

Da mulher pobre ou da rica,
Se puder, tiro uma lasca;
-O pintinho que não bica,
Não sai de dentro da casca...

Contra trova.

Eu, na verdade não digo,
Sobre esse assunto me calo,
Eu não vou correr perigo,
Do pinto virar um “galo”...

quinta-feira, julho 20, 2006

Trovas e contra trovas

Mote – Levo a solidão na boléia

Trova

O dia todo, inteirinho,
Pela cidade ou sertão,
Eu nunca “toco” sozinho;
Vai comigo a solidão...

Contra trova

A solidão me acompanha,
Pelo campo ou na cidade.
Quando o coração, arranha,
Faz companhia à saudade...

Trovas e contra trovas

Mote – Estou apaixonado, e não sou correspondido

Trova

O sofrimento é meu fado
Pois o meu caso é perdido:
-Por você, apaixonado,
Eu não sou correspondido!


Contra trova

Amar quem não me quer bem,
Disso já fui vacinado,
Por isso digo: a ninguém,
Coração anda emprestado...

Trovas e contra trovas

Mote – não julgue livro pela capa, nem mulher pelo sorriso...

Trova

De um erro ninguém escapa,
Mas evitá-lo é preciso:
-Julgar livro pela capa,
E a mulher, pelo sorriso...

Contra trova

Essa verdade me faz,
Gostar cada vez mais dela,
Critique, se for capaz,
Só por ser ela banguela...

Trovas e contra trovas

Mote – Quem não vive para servir, não serve para viver

Trova

Eu não posso me omitir:
O mundo está por fazer!
Quem não vive prá servir,
Não serve para viver!

Contra trova

Se for pensar desse jeito,
Não digo que esteja errado,
Que quê eu faço com prefeito,
Senador e deputado...

Trovas e contra trovas

Mote – Vivo sorrindo, embora isto me custe o pranto

Trova

Lá fora, o dia está lindo
Mas, aqui dentro, nem tanto...
Eu passo os dias sorrindo,
Embora me custe o pranto...

Contra trova

A tristeza me domina,
Vou vivendo a disfarçar,
Bela luz que me ilumina,
Meu sorriso é te amar...

Trovas e contra trovas

Mote – Em casa que mulher manda, até o galo canta fino.

Trova

Em casa que mulher manda,
Anda de saia, o menino;
O marido anda de banda,
Mesmo o galo canta fino...

Contra trova

A minha mulher fala grosso,
Disso não reclamo não,
Ela manda que é um colosso,
Dentro do meu coração...

Trovas e contra trovas

Mote – Vacinado contra casamento.

Trova

Contra tudo, vacinado,
Eu já fui e não agüento:
Contra gripe, mau olhado,
E até contra... casamento.


Contra trova

Na verdade, companheiro,
Casamento é bom que sobra,
Não há amor, nem verdadeiro,
Que resiste a uma sogra!

Trovas e contra trovas

Mote – Tambor faz barulho mas é oco por dentro

Trova

Falando com tanto orgulho,
Pareces, do mundo, o centro!
-Tambor também faz barulho
Mas é vazio, por dentro...

Contra trova

Vazio, eu posso ser,
Não reclamo se reclamas,
Mas sem ti, como viver?
Sem saber se tu me amas...

quarta-feira, julho 19, 2006

Baiacu

OS MISTÉRIOS DESTA VIDA

-Baiacu – um peixe que carrega muitas lendas, muitos mistérios.

Com aquelas mandíbulas vigorosas, ele se presta a muitos “serviços”... que o diga Pai João!

Criatura fantástica, esse Pai João! Dotado de incríveis poderes sobrenaturais, sempre desafiou os mais avançados princípios científicos, em seus “trabalhos” mas, acima de tudo, ele é um homem de bem!

Suas poderosas orações sempre feitas em beneficio do próximo, operavam verdadeiros milagres, como tivemos a oportunidade de constatar.

Ao contrário de muitos, ele jamais cobrou um só centavo por usas consultas, fiel ao princípio de que aquilo que recebeu de graça, de graça deve ser distribuído.

Pai espiritual, conselheiro, amigo, irmão, companheiro, são palavras muito pobres para defini-lo!

Pois foi como pai espiritual que, certo dia, Pai João foi procurado pela bonita e sonhadora Gina, em busca de solução para seu caso: é que ela, ao brincar com os próprios sentimentos, havia se apaixonado perdidamente por um homem casado, sem que ninguém, ninguém mesmo, desconfiasse daquela paixão! E ela queria desfazer aquele encantamento.

Pai João ouviu atentamente aquela história e, após consultar seus guias, deu à mulher a seguinte receita:

Gina teria que pegar um baiacu vivo, fazer uma incisão no abdômen do mesmo e inserir ali, um papelzinho com o nome e o telefone do homem amado. Logo depois, deveria soltar o baiacu na praia, deixando que as ondas o levassem para alto-mar. Assim, o encanto estaria desfeito!

Assim foi prescrito, assim foi feito, sob supervisão do mágico e bondoso pai de santo.

Mas o destino é mesmo imprevisível.

Mal haviam se retirado da praia, o baiacu, reunindo suas últimas forças, deu meia-volta e retornou, encalhando na areia espumosa. Ali, quase morto, foi visto por uma linda mulher, a Marli que, motivada pela compaixão, ao ver o peixe ferido, pensou em fazer um curativo na barriga do mesmo, ocasião em que encontrou aquele pedaço de papel, com um nome e um telefone escritos.

Após guardar o papel na bolsa, Marli soltou o baiacu e foi para casa.

Passaram-se os dias, os meses e nada de Gina se esquecer do bem amado! Pai João que acompanhava o caso, ficou abismado! Foi a primeira vez que aquele tipo de trabalho com o baiacu havia falhado!

Mas, do pior, Pai João jamais desconfiou, a doce Marli, apenas por curiosidade, quis conhecer o homem citado naquele papel encontrado na barriga do baiacu. Foi seu erro! Mesmo tendo diante de si, um homem muito bem casado, ela também se apaixonou por ele, sem nenhuma explicação lógica! Agora são duas a sofrer por amor.

Eis porque, quando alguém fala em baiacu, na minha presença, eu me lembro da história e repito, como Pai João:

-Baiacu- um peixe que carrega muitas lendas e muitos mistérios...

Trovas e contra trovas

TROVAS E CONTRATROVAS

"Não sou defunto, mas adoro uma coroa..."

-Panela velha - eu pergunto,
faz ou não comida boa?
-Ainda não sou defunto,
mas adoro uma "coroa"...


Nessa panela gostosa,
Vou meter minha colher.
Pode vir moça fogosa,
Venha de onde vier...

TROVAS E CONTRATROVAS

"Mulher e lona de freio, só servem bem "ajustadas"...

Não tem "coluna do meio",
na "Loteca" das estradas:
-Mulher e lona de freio,
só servem bem "ajustadas"...


Nas curvas da minha estrada,
Capotei meu coração.
Lona de freio folgada,
Resultado: Foi paixão...

TROVAS E CONTRATROVAS

"O amor é como fumaça, sufoca mas passa..."

Eu descobri, muito cedo,
que amor é como fumaça:
Sufoca e nos causa medo,
irrita um pouco, mas passa...


No meu peito o grande amor,
O resto da vida embaça
Mesmo que sofredor,
Vicia que nem cachaça...

TROVAS E CONTRATROVAS

"A morte é velha mas é sempre novidade..."


Esta verdade se espelha
numa tremenda verdade:
"A morte pode ser velha
mas é sempre novidade..."

Essa novidade, amigo,
Todos irão conhecer.
Mas com outro, não comigo.
Nem tão cedo quero ver...

TROVAS E CONTRATROVAS

"Por que me beijas no rosto, se a boca fica tão perto?"

Tu me dás grande desgosto
e disso estou muito certo:
-Por que me beijas no rosto,
se a boca fica tão perto?...


Minha amada bem que quero,
Beijar-te assim, por inteiro.
Mas tenho que ser sincero,
O que atrapalha é o mau cheiro...

TROVAS E CONTRATROVAS

"O amor nasce de um quase nada e morre de quase tudo..."

Mas que coisa complicada
é o tal do amor, não me iludo;
-Nasce do quase nada
e morre do quase tudo!


Mas minha amada; te digo,
Que jamais irá morrer.
Esse amor no qual prossigo,
Cada dia por viver.

TROVAS E CONTRATROVAS

"Teu beijo é doce como o de um beija flor"...

Esse teu beijo é tão doce
que me inspira um grande amor;
É leve como se fosse,
o beijo de um beija-flor!



Mas esse amor que me tinhas
Era bem pouco e acabou
Foi voando nas asinhas
Desse triste beija flor...

TROVAS E CONTRATROVAS

"Se vida de solteiro é vazia, a de casado enche..."

-Vida, vida! quem diria?
a vida é mesmo um buraco:
Se a de solteiro é vazia,
a de casado, enche o saco!


Dessa vida de casado,
Eu num posso reclamar.
O que eu acho que é errado;
É uma vez só se casar...
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TROVAS E CONTRATROVAS

"Beijo de sogra é veneno de cobra..."

O beijo mais perigoso
é mesmo o beijo da sogra:
É muito mais venenoso
do que o veneno de cobra!



Da sogra e da jararaca,
Há diferenças, pois veja:
Esses dois bichos “ataca”;
A cobra, ao menos, rasteja...

TROVAS E CONTRATROVAS

"Se barba fosse sinal de respeito, bode não era chifrudo..."

Eu digo, sem preconceito,
pois eu também não me iludo;
-Se barba desse respeito,
bode não era chifrudo...


Nem tampouco camarão
Que é bem barbudo de fato
Termina num empadão
Ou croquete no meu prato.

TROVAS E CONTRATROVAS

"Mulher é como chita, uns acham feia e outras bonita"

-A mulher, amigo, creia,
parece mesmo co'a chita:
Se uns dizem que é muito feia,
outros dizem que é bonita...

Nesse caso o que se anseia
Poder ser mais racional
Mas desculpe mulher feia;
Beleza é fundamental.

Trovas e contra trovas

Mote – Erros da Medicina, a terra cobre

Trova

O doutor nem examina,
Se o doente é muito pobre;
Os erros da Medicina,
Bem depressa, a terra cobre!


Contra trova

Na verdade, isso hoje é mito,
Esse tempo já passou,
Pois logo dará conflito
Se ele não ressucitou...

Trovas e contra trovas

Mote – Não sou sereno mas gosto da madrugada...

Trova

Como o meu dia é pequeno,
Passo as noites pela estrada,
Eu sei que não sou sereno,
Mas gosto da madrugada!

Contra trova

Madrugada traz teu nome,
Moça bonita é raposa,
Maltratando um pobre homem,
Minha linda mariposa...

Trovas e contra trovas

Mote – Gaúcho não bebe mel, ele chupa a abelha...

Trova

Gaúcho, no seu papel,
Sempre ao Macho se assemelha;
Pois ele não bebe mel;
O gaúcho chupa a abelha!

Contra trova

De tanto cantar marra,
Parecendo que tem culpa,
Gaúcho pega e agarra,
O mel, depois ele chupa...

Trovas e contra trovas

Mote – Se rico mata o pobre, quem vai pra cadeia é o defunto.

Trova

Tanto poder tem o “cobre”
Que não desvio do assunto
Se o rico mata o pobre,
Vai pra cadeia, o defunto.

Contra trova

Verdade maior não há
Pois além de ser condenado,
O pobre ‘inda vai pagar,
As custas d’advogado!

Trovas e contra trovas

Mote – Mulher feia e cheque sem fundo, se me derem, eu protesto!

Trova

Mulher feia, Raimundo,
Se eu ganhar, eu não empresto;
Mas, feia e cheque sem fundo,
Se me derem, eu protesto!

Contra trova

Proteste, pois à vontade,
Dessa vida, leva nada.
Os tais fundos, na verdade,
Nem dela, falsificada...

Trovas e contra trovas

Mote – Mulher feia e cheque sem fundo, se me derem, eu protesto!

Trova

Mulher feia, Raimundo,
Se eu ganhar, eu não empresto;
Mas, feia e cheque sem fundo,
Se me derem, eu protesto!

Contra trova

Proteste, pois à vontade,
Dessa vida, leva nada.
Os tais fundos, na verdade,
Nem dela, falsificada...

Trovas e contra trovas

Mote – Mulher e lona de freio, só servem bem ajustadas.

Trova
Não tem “coluna do meio”,
Na “loteca” das estradas;
Mulher e lona de freio,
Só servem bem “ajustadas”.

Contra trova
Essa verdade comporta,
De todo meu coração,
Pois senão ele capota,
Em casa e no caminhão...

Trovas e contra trovas

Mote – Mulher e lona de freio, só servem bem ajustadas.

Trova
Não tem “coluna do meio”,
Na “loteca” das estradas;
Mulher e lona de freio,
Só servem bem “ajustadas”.

Contra trova
Essa verdade comporta,
De todo meu coração,
Pois senão ele capota,
Em casa e no caminhão...

Trovas e contra trovas

Mote – Mulher e lona de freio, só servem bem ajustadas.

Trova
Não tem “coluna do meio”,
Na “loteca” das estradas;
Mulher e lona de freio,
Só servem bem “ajustadas”.

Contra trova
Essa verdade comporta,
De todo meu coração,
Pois senão ele capota,
Em casa e no caminhão...

Trovas e contra trovas

Mote – Não sou defunto, mas adoro uma coroa...

Trova


Panela velha – eu pergunto,
Faz ou não comida boa?
Ainda não sou defunto
Mas adoro uma “coroa”...

Contra trova


Coroa em cima da testa,
Faz d’um homem virar rei
Toda coroa me empresta
Sensação que já passei...

Trovas e contra trovas

Mote – Não sou defunto, mas adoro uma coroa...

Trova


Panela velha – eu pergunto,
Faz ou não comida boa?
Ainda não sou defunto
Mas adoro uma “coroa”...

Contra trova


Coroa em cima da testa,
Faz d’um homem virar rei
Toda coroa me empresta
Sensação que já passei...

Trovas e contra trovas

Mote – “o amor é como fumaça, sufoca, mas passa...”

Trova
Eu descobri, muito cedo,
Que amor é como fumaça:
Sufoca e nos causa medo,
Irrita um pouco, mas passa...

Contra trova
Amor vive machucando,
Maltratando o coração,
Fumaça vai levantando,
Que baita poluição...

Trovas e contra trovas

Mote – “ A morte é velha, mas é sempre novidade...”

Trova

Esta verdade se espelha
Numa tremenda verdade:
“ A morte pode ser velha
Mas é sempre novidade...”

Contra trova

Novidade pra quem vai,
Pra quem fica, corriqueiro.
Quem entra nessa não sai,
Pergunte para o coveiro...

domingo, julho 09, 2006

Histórias do meu sertão. Banquete para o cacique...


No mais profundo sertão, alguns índios antropófagos assistiram à queda de um avião, bem perto de sua aldeia.
Para tristeza deles, só houve uma sobrevivente, uma loura alta, olhos verdes, seios fartos e pernas sensuais.
O cacique dos canibais prendeu a moça e levou-a para a tribo, enquanto o filho acendia a fogueira do imenso caldeirão onde, provavelmente, seria ela assada ou cozida.
O menino, ao ver a loura, um pedaço de mulher, sorriu de um canto ao outro do rosto e disse ao pai:
-Que bom, papai : Finalmente vamos ter carne fresquinha...
O pai olhou para o filho, colocou mais água no caldeirão e replicou:
-Tem razão, meu filho! Deixe a água ferver, vai lá dentro e traz sua mãe.
-Por que, papai? – perguntou o menino, acostumado com os rituais da tribo. O senhor quer que ela tempere a carne?
-Não, meu filho – respondeu o cacique- É que hoje, quem vai ser comida é ela...

HISTÓRIAS DO MEU SERTÃO – VIRIATO.


Viriato, alto personagem da república, apesar de muito festejado, guardava profunda mágoa, bem no fundo de seu coração.
É que, quando moço, ele havia morado numa cidadezinha do interior de onde, além das doces lembranças, ele trazia uma cruel recordação: é que, no dia de seu aniversário, Viriato havia preparado uma festa impecável para a qual toda a vila havia sido convidada.
No meio da festa, quando ele se preparava para fazer um belo discurso de agradecimento, o suspensório de sua calça se arrebentou e ele ficou ali, só de cuecas, na frente de todos os convidados!
Foi tanta a sua vergonha que ele se mudou do lugar, jurando nunca mais voltar à sua terra natal.
O tempo passou.
Viriato conseguiu dar prosseguimento à vida vitoriosa, tornando-se pessoa muito importante. Mas, quanto maior o sucesso, maior a saudade da terra de origem.
Trinta anos depois, Viriato não resistiu mais e resolveu voltar, seguro de que, depois de tanto tempo, ninguém mais iria se recordar do acontecido, naquele dia fatídico!
Foi com essa certeza que ele, anonimamente desembarcou na terra natal!
-Como tudo havia mudado! Nada lembrava o vilarejo de outrora.
Tomado por grande emoção, Viriato, ao ver algumas crianças brincando, aproximou-se delas e pergunto:
-Meninos, vocês sabem onde fica a Igreja Matriz?
Um dos meninos, o mais velho, apontou para um lado e falou:
-Fica logo ali, perto da pracinha onde caíram as calças do Viriato...
A tristeza tomou conta do coração do idoso senhor e ele, dando meia volta, pegou o ônibus para a capital e não mais retornou à terra natal...

SALMOS DE MINHA VIDA – O PERDÃO.


Uma das formas de se demonstrar amor por nossos semelhantes está no perdão. Não no perdão da boca para fora, mas naquele que vem do fundo da alma.
Foi pelo perdão que o Filho de Deus se fez homem e padeceu na cruz.
Entretanto, perdoar não significa aceitar o erro como coisa normal. A regra básica deve ser a de odiar o erro, amando a pessoa que erra.
Se não soubermos perdoar, jamais poderemos encontrar paz na terra.
No exercício do perdão, aproximamo-nos de Deus, pois só aquele que sabe perdoar, será perdoado.

SALMOS DE MINHA VIDA – A SAÚDE.

Estudos médicos comprovam que determinadas doenças, tidas como INCURÁVEIS, evoluem de uma forma totalmente imprevisível e favorável, dependendo do estado de espírito do paciente.
Não estou falando em MILAGRE, pois esse fenômeno é um problema de fé. Falo sob o prisma absoluto da observação científica.
Daí a medicina ter criado aquele famoso ditado : Não há doenças e sim doentes.
Hoje em dia, sabe-se que pensamentos depressivos e negativos, como os da inveja, ódio, ciúme, descontentamento, afetam a saúde.
Cuide de sua saúde e de sua recuperação cultivando sentimentos saudáveis. Afinal de contas, a Ciência aí está, para me dar razão.

SALMOS DA MINHA VIDA – OS DEFEITOS.



Por um erro de educação, quase sempre condenamos pequenos defeitos de nosso próximo, esquecidos de que, como todos os mortais, também temos nossas imperfeições.
Esse tipo de intolerância é tão perverso quanto a tolerância total.
Muitas vezes, apontamos defeitos alheios unicamente para justificar os nossos, da mesma forma que os toleramos, a fim de que tolerem os que temos.
A atitude correta é a de repudiar todos os erros, sem deixar de amar a pessoa que erra.
Assim, devemos nos abster de julgara as pessoas mas não podemos nos omitir no julgamento dos atos que elas praticam. Só assim estaremos em paz com nossa consciência.

Salmos de minha vida - A VASSOURINHA MENTAL

Quando a casa está empoeirada, preste atenção como a boa dona de casa procede: Ela usa o espanador para retirar a poeira de cima dos móveis e, logo a seguir, varre a casa.
Faça assim também com sua mente:
Dê uma boa “espanada”, deslocando a poeira dos maus pensamentos e, logo após, use de uma VASSOURINHA, para retirá-los, jogando-os no lixo do esquecimento.
Não deixe que o lixo tome conta de sua mente!
Jogue fora o complexo de perseguição, o ódio, o ciúme, a inveja, substituindo-os pelas flores do amor e verá que, a partir dessa “limpeza”, sua vida adquirirá novas cores e novos brilhos.

Salmos de minha vida – O PENSAMENTO POSITIVO.

Salmos de minha vida – O PENSAMENTO POSITIVO.

A força da mente ainda é um grande mistério para todos os homens!

Uma coisa, contudo, conseguimos aprender:

Se a sua mente está carregada de pensamentos negativos, eles irão influir, decididamente, em sua vida, “puxando” você para baixo.

Livre-se de tais pensamentos, substituindo-os por imagens positivas, sejam do passado ou do presente.

Pensamentos positivos atraem bons sentimentos e se você aprender a cultivá-los, sem que perceba, tudo começará a mudar em sua vida.

Salmos de minha vida – AS LEMBRANÇAS.

Salmos de minha vida – AS LEMBRANÇAS.

Se você prestar bastante atenção, verá que as vidas das pessoas se parecem muito, tanto nas coisas boas quanto nas más.

As diferenças, geralmente, ficam na maneira de lidar com os acontecimentos que fazem parte da rotina da vida e, para não nos aborrecermos, devemos usar de sabedoria.

Um fato fica patente, quando recorremos às nossas lembranças:

Por mais dificuldades que tenhamos, no momento presente, as coisas boas que nos ocorreram no decorrer de nossa existência, superam as más.

Assim, antes de enfrentarmos as dificuldades presentes, não nos esqueçamos de agradecer a Deus, por suas dádivas.

Se você agir assim, verá que as dificuldades serão vencidas, mais rapidamente.

Salmos de minha vida – AS DUAS FACES.

Salmos de minha vida – AS DUAS FACES.

Toda moeda tem duas faces. Nada mais simples nem mais profundo!

Se soubermos pensar assim, poderemos descobrir o LADO BOM de qualquer situação, por mais terrível que seja.

Todas as coisas que acontecem na vida têm um lado positivo que se contrapõe ao lado negativo.

Aprendendo a vencer obstáculos, o ser humano vai adquirindo sabedoria e se sente mais apto a enfrentar as barreiras que,m infalivelmente, irão surgir em sua caminhada.

Sinta a lição das grandes enchentes:

Embora produzam elas uma grande destruição, deixam às margens dos rios o fertilizante de que a terra precisa para produzir novos frutos.

Aprenda a enxergar o lado bom das coisas e verá que nem tudo é exatamente como nós pensamos.

SALMOS DE MINHA VIDA – A NOSSA CRUZ.

SALMOS DE MINHA VIDA – A NOSSA CRUZ.

Por mais pesada que seja a cruz colocada sobre nossos ombros, é importante lembrar que ninguém, até hoje, foi obrigado a um esforço maior do que suas próprias forças.

Especialmente os pais amorosos, se lhes fosse permitido, jogariam sobre seus ombros a cruz posta sobre os ombros de seus filhos mas a natureza é sábia e impede essa transferência.

A cada homem, a sua provação e a aprendizagem da vida não é um simples dever de casa em que, com a ajuda dos pais, a criança tira boas notas.

Se nossa cruz parece pesada demais, saibamos diminuir seu peso através de orações e da certeza de que, sem dúvida, melhores dias virão.

Salmos de meu coração.

Salmos de meu coração.

Deus é a presença invisível mais sentida por aqueles capazes de pensar.

Ele está nas leis que regem a harmonia universal, no movimento das estrelas pelo espaço infinito, até no microcosmo fantástico e desconhecido de um simples grão de areia, perdido no fundo dos oceanos.

Se assim acontece com os seres inanimados, você pode imaginar como Ele se faz tão presente nos seres vivos e, de maneira mais acentuada, nos seres humanos.

Quando o desespero bater à sua porta, lembre-se de que Ele nos deixou, através dos tempos, claras mensagens de amor, capazes de nos confortar e de aliviar nossos sofrimentos.

Não se esqueça jamais, de que Ele nos ama e Sua Misericórdia é Infinita.

Salmos de minha vida - A SOLIDÃO

Há momentos em que nos sentimos sozinhos e abandonados, como náufragos no grande Oceano da vida.

Isto seria verdade se, olhando para os lados, não descobríssemos pessoas mais solitárias e mais abandonadas que nós.

Aprenda a preocupar-se com o próximo e verá que, em virtude da sua atenção para com os problemas alheios, em pouco tempo sua vida irá mudar para melhor pois, como se sabe, “fica sempre um pouco de perfume nas mãos que distribuem flores”

Salmos de minha vida – AS TEMPESTADES.

Salmos de minha vida – AS TEMPESTADES.

Nosso Pai, através da Natureza, não se cansa de nos dar sábias lições de vida.

Quer um exemplo? Repare como, depois de uma tempestade, o tempo se acalma e a brisa fria vem acariciar nosso rosto, como a pedir desculpas pelo transtorno causado.

Assim também acontece conosco, em relação a fatos desagradáveis da vida.

Por mais terríveis que sejam, sempre haverá um novo dia em que sentiremos o suave toque da Mão Misericordiosa do Senhor em nossa face, trazendo-nos a paz de que tanto necessitamos.

Se algo de errado estiver ocorrendo em sua vida, não se desespere!

Saiba esperar pelo novo dia, confiando naquele que tudo pode e, jamais, abandonaria aqueles que O procuram.

Salmos da minha vida – AS DIFICULDADES.

Salmos da minha vida – AS DIFICULDADES.

Você já reparou que o tamanho de uma sombra depende da posição do sol, no céu?

Assim, a sombra de um anão, ao nascer ou ao pôr do sol é muito maior do que a de um gigante, ao meio dia.

Tal fato ocorre com as dificuldades que nos afligem: o tamanho delas depende do modo como as encaramos, à luz do nosso discernimento.

Aprender a encarar os problemas da maneira como eles são e, não, através das dificuldades que eles aparentam ter.

Desta forma, você conseguirá resolvê-los, um por um pois o Senhor, que é Rei e que é Bom, jamais coloca sobre nossos ombros um peso superior ás nossas forças.

Salmos de minha vida – A HUMILDADE.

Salmos de minha vida – A HUMILDADE.

Humildade é um atributo que nos faz reconhecer as nossas limitações e se opõe ao orgulho.

Ser humilde é ser modesto e não implica em ser submisso, inferior, como erradamente muitos pensam.

Graças à humildade, o ser humano pode reconhecer o quanto ainda precisa se aperfeiçoar para a conquista dos seus ideais.

Graças a ela, podemos reconhecer nosso erros e saber que, nesta vida, não há seres superiores aos outros pois não existe maneira de se avaliar o nível de aperfeiçoamento moral da criatura humana.

Ao contrário, o homem orgulhoso se julga privilegiado e, em alguns casos, chega a se comparar a Deus, não aceitando reprimendas nem censuras.

A verdade é que, sem o atributo da humildade, o homem não chega a lugar algum.

Salmos de minha vida – A CARIDADE


A caridade é uma virtude tipicamente humana, que nos obriga a certas atitudes de amor, para com o próximo.

Ela não se resume na distribuição de bens materiais aos mais necessitados mas, principalmente, na tolerância, no perdão e no empenho de fazer com que nosso irmão saia do erro.

A caridade não se alardeia e, se há mérito naquele que se diz caridoso, seguramente não será o da caridade.

Ao se referir a essa virtude, o Mestre nos ensinou : “Sem caridade, não há escravidão.”

Aprendemos a cultivar essa virtude, no exemplo silencioso que vem do pai a fim de que nos tornemos dignos da sua misericórdia.

Salmos do meu coração

Uma das mais difíceis tarefas é a de criticar pois implica um julgamento.
Seja quando elogiamos uma obra ou um fato ou quando apontamos falhas, devemos fazê-lo com parcimônia, convictos que não somos os donos da verdade.
A crítica deve ser, sempre, construtiva, isto é, deve levar em conta a falibilidade de nosso julgamento e promover o crescimento interior de quem nos ouve.
Mesmo assim, só devemos externar nossa opinião, quando solicitados a fazê-lo, especialmente em questões sérias, capazes de gerar uma cadeia de acontecimentos indesejáveis.
Nestes casos, a nossa omissão deve ser uma prova de insensibilidade, fato que deve ser evitado, pois aquele que erra por omissão, erra duas vezes.

Salmos de minha vida – a FELICIDADE

Nós, seres humanos, nascemos para a felicidade e quem a encontra, vive num mundo de luz.
Mas a Paz a que me refiro, não é aquela que existe nos cemitérios e, sim, nas atribulações do dia-a-dia.
Muitos passam a vida toda em busca da felicidade sem saber que ela só tem um caminho: O caminho do AMOR.
É feliz aquele que, amando a Deus sobre todas as coisas, também ama seu próximo, como a si mesmo.
Faça um teste: Se você se preocupa sem ser feliz, você já está bem perto dela! Procure saber o significado da palavra AMOR e não deixe que ela escape!

Salmos de minha vida – o AMOR

Se alguma coisa não está dando certo em sua vida, pare e pense.
Sem dificuldades você descobrirá que, em algum momento, o AMOR cedeu lugar a sentimentos menos nobres e esta é a causa dos seus problemas.
Digo isto porque, se o amor presidisse todos os atos humanos, não haveria fracassos e seríamos mais felizes.
Ponha o tempero do amor em todos os seus atos e todos os seus problemas serão resolvidos.
Esta é a receita mais segura para uma felicidade duradoura.

Salmos de minha vida - a irritação

Nada mais difícil do que dialogar com quem se mostra irritadiço, especialmente no ambiente de trabalho.
Se você é uma dessas pessoas, incapazes de controlar seu mau-humor, saiba que, além de atrair poderosas cargas negativas, você também as dissemina, tornando a vida insuportável.
Modere suas atitudes, seja cordial sem ser subserviente e procure eliminar esse perigoso elemento corrosivo da alma, que é a irritação.
Se você assim proceder, verá que muitas coisas irão mudar em sua vida. E para melhor.
A cordialidade é uma virtude que abre muitas portas enquanto que a irritação só serve para fechá-las. Lembre-se disso.

Salmos de minha vida - a ingratidão

A ingratidão é um ato que muito nos fere e, se fosse possível, deveríamos bani-la da face da Terra.
Se, em algum momento, alguém lhe deu o dissabor de uma ingratidão, saiba que a revolta poderá lhe causar um mal maior.
Quantas pessoas existem que foram destruídas, não pela ingratidão, mas pelo sentimento de revolta que ela gerou!
Em tais casos, tudo seria diferente se a pessoa ofendida tivesse aprendido a lição de Rabi da Galiléia que, à ingratidão humana, respondeu com o perdão.
Porque não tentar?

Salmos do meu coração - semear

Cada semente tem sua época própria de plantio, sem o que corre-se o risco de se perder a lavoura.
Assim as Leis da Natureza determinam mas as sementes espirituais não obedecem ao calendário.
Por isso é que se diz que, “é sempre tempo para amar” e a melhor forma de demonstrarmos nosso amor é lançar ao solo árido dos corações, as sementes de bondade, alegria, coragem sabedoria e , acima de tudo, de fraternidade.
Assim fazendo, estaremos plantando para a colheita final.
Esforcemo-nos para colher uma generosa safra, a fim de que, o Criador possa se alegrar, ao fim dos tempos.
É hora de semear, lembre-se disso!

Salmos de minha vida - a riqueza

Nenhum bem material, em si, é BOM ou MAU.
Tudo depende do USO que a ele se dá. Assim uma faca de cozinha que ajudou a matar a fome de milhares de pessoas, também pode servir para a feitura de um crime hediondo.
Ao contrário, todos os bens espirituais são essencialmente bons.
Devemos, primeiramente, cultivar os bens espirituais a fim de que, com discernimento, possamos usar os recursos que a vida nos dá.
De pouco valeria aos ricos dividir toda sua riqueza entre os pobres, juntando-se a esses na miséria e na fome.
Contudo, ao rico que falta a caridade, nenhum outro bem espiritual lhe será concedido e, perante Deus, ele será inferior ao mais pobre dos homens,
Devemos sempre nos lembrar de que, tudo o que temos, é apenas um empréstimo do qual, um dia, haveremos de prestar contas.

Salmos de minha vida - brinquedo perigoso

Quando um de nossos filhos, ainda na tenra idade, começa a brincara com uma faca ou com uma tesoura de ponta afiada, nós corremos e tiramos aquele objeto de suas mãos, com medo de que eles possam se ferir.
De nada valerão as lágrimas do filho pois nós, com nossa experiência, sabemos do risco que ele corria.
Assim Deus procede conosco, muitas vezes.
Sem que saibamos o motivo, o Senhor nos priva de algum bem, levando-nos quase ao desespero.
A sabedoria divina merece o nosso respeito e, mais cedo ou mais tarde, haveremos de entender porque assim foi feito.
Lembre-se de que Deus escreve certo, por linhas tortas.

quinta-feira, julho 06, 2006

SALMOS DE MINHA VIDA educar pelo exemplo

Interessante como os governantes gostam de fazer escolas, como se, assim, estivessem resolvendo o problema da educação de um povo.
Eles se esquecem de que a ESCOLA, vista como um prédio, onde aulas são ministradas, é apenas um vetor no complexo sistema que envolve a educação.
Antes dela e em maior grau de importância, está o lar onde a criança deve receber a base, o alicerce sobre o qual se assentarão a vida da educação.
Logo a seguir, vem o exemplo social, em que se deve exigir um comportamento digno, sem inversão de valores, a fim de que os ensinamentos paternos não se percam na poeira das contradições.
Se os governantes se preocupassem mais com a dignidade das famílias e não se perdessem nas contradições sociais, o investimento em salas de aula teria um retorno muito mais rápido e de segurança absoluta.
Educar pelo exemplo, eis a chave do problema. Tudo o mais é simples conseqüência.

SALMOS DA MINHA VIDA AS ONDAS

Você já observou como nossa vida é uma seqüência de fatos desagradáveis, entremeados por momentos de tranqüilidade?
Costumo comparar a vida com uma bacia, cheia dágua: de quando em vez, alguém joga uma pedra sobre a mesma e formam-se ondas que vão e vem, vão e vem, até que o espelho dágua volte ao repouso.
Aquelas ondas representam as atribulações e o repouso das a águas, a tranqüilidade do espírito.
Enquanto esse fenômeno se dá na superfície, é sinal de que a nossa vida tem um curso normal.
Basta nos lembrarmos das ondas para sabermos que, mais cedo ou mais tarde, as atribulações irão passar e serão substituídas por momentos de paz.
Mas, se aquelas ondas são formadas por agitações intensas, está na hora de buscarmos apoio espiritual. Só assim nossa vida poderá retomar o curso da normalidade.

SALMOS DO MEU CORAÇÃO - OS DESENCONTROS



A arte de conviver é uma das mais difíceis, devido aos desencontros, provocados pelos choques de interesses.
Contudo, se tivermos uma atitude positiva diante dos acontecimentos, poderíamos evitar muitos dissabores.
Em primeiro lugar, de nada vale ficarmos só nos lamentando, pois é muito comum ao ser humano, lançar sobre terceiros a culpa dos próprios erros.
Lembre-se de que, se alguém nos ofende, a culpa pode ser nossa. Assim, devemos estar sempre prontos a perdoar, por maior que seja a ofensa.
É um grande equívoco permitir que nossas certezas e nossos orgulhos nos ceguem. Aprendamos a pensar e, acima de tudo, saibamos que o mérito consiste em amar nossos inimigos e, não somente aqueles que nos amam.
Esta a mais importante lição na difícil arte de conviver;

SALMOS DE MINHA VIDA O AGRADECIMENTO



A boa convivência entre as pessoas determina que saibamos ser gratos a todos aqueles que nos prestam algum favor.
Dizer “Muito Obrigado” custa tão pouco e faz tão bem!
Se É assim que acontece entre os humanos, por que não fazemos o mesmo, diante de todas as maravilhas que nos cercam?
Assim, façamos de nossa vida uma eterna oração, elevando nossos pensamentos a Deus e falando, em voz alta, a fim de que todos escutem:
-Obrigado, Senhor, por tudo aquilo que criaste!
Ele não precisa disso, mas, esteja certo, não deixará de sorrir em todas as flores que enfeitam nossas vidas, pelos séculos dos séculos...

quarta-feira, julho 05, 2006

A menina que sabe todos os segredos da mecânica de automóveis perdeu o seu amor...

Menininha inteligente,
Conhece todo o motor,
Caixa de câmbio, corrente,
Suspensão, carburador!

Virabrequim empenado
Pra Vera não é segredo.
Se o chassi está quebrado.
Isto prá Vera é brinquedo!

Se é bamba na transmissão,
Se é cobrona no motor,
Em males do coração,
Vera é aprendiz, sim senhor.

TROVISCOS

A menina que sabe todos os segredos da mecânica de automóveis perdeu o seu amor...

Menininha inteligente,
Conhece todo o motor,
Caixa de câmbio, corrente,
Suspensão, carburador!

Virabrequim empenado
Pra Vera não é segredo.
Se o chassi está quebrado.
Isto prá Vera é brinquedo!

Se é bamba na transmissão,
Se é cobrona no motor,
Em males do coração,
Vera é aprendiz, sim senhor.

TROVISCOS 12/05/71


1 – Do serviço militar obrigatório para as mulheres
Uniforme verde oliva,
Com fitinhas amarelas...
Sapato branco, prá Diva,
Quepe azul pra todas elas

Vai ser chato (ninguém fala
Com medo de se estrepar)
Se a patente Generala
Por um recruta gamar...

Para a recruta é detalhe
Cumprir ordens sem defeitos
Nada faz com que ela encalhe
Sabe bem “meter os peitos”

Colher-de-chá é inegável
(não é uma... são colheres).
Ser preso incomunicável
Num batalhão de mulheres

IMAGENS

Deve ter sido em 1958. O Colégio São Paulo atravessava séria crise por falta de professor de Química. Aliás, este defeito é crônico, em muitos colégios do interior. Aqui em Muriaé, no Colégio Estadual, tivemos a felicidade de encontrar um moço espetacular para aquela disciplina. O nosso irmão Oscar Lisboa Filho,. Quando ele se retirou do Colégio Estadual, apareceu fulgurantemente uma das maiores realidades no campo educacional de nossa terra. O extraordinário Ismar Pereira Bahia. E, com esses dois, o ensino de Química de Muriaé, nada fica a dever aos melhores. Mas, feita essa pausa necessária, vamos aos fatos.
O então Diretor do Colégio São Paulo, Cônego Ivo Sebastião da Cunha, estava pensando seriamente, em extinguir o curso Colegial naquele Educandário, justamente por falta de quem pudesse dar aulas de Química.
A situação era tão caótica que, num ano, houve mais professores de química que alunos numa sala. Não que faltasse competência às pessoas da nossa terra. O que havia era falta de tempo para se dedicarem a uma função árida, espinhosa e mal remunerada. Entre os grandes nomes que deram sua contribuição ao Colégio São Paulo, figuram o de Dr. Dória, o do Dr. Biaggio, o de Dr. Henrique, o de Dr. João Batista, além de outros cujos nomes me falham, isso só em Química.
Como o inteligente leitor pode observar, a grande capacidade profissional de cada um dos citados, só ela, seria a garantia do sucesso na atividade de Professor de Química. Mas, como médicos, muitas vezes tinham que sacrificar a profissão ou a aula. E, sendo homens de muita responsabilidade, preferiam, um após outro, largar o magistério. A medicina lucrou, mas a Educação perdeu muito.
Embaraçado com tantos problemas, foi o Diretor do Colégio São Paulo a Leopoldina e conseguiu trazer de lá um jovem que, na época, se preparava para o vestibular de Química industrial. Largando o Rio de Janeiro, veio ele para Muriaé, resolver o “problema da Química”. E não é só da Química, como também da Física e da História Natural, César Naman, este o seu nome.
Em pouco tempo, todos nós compreendemos a beleza do coração daquele jovem. Alto, enorme, inteligentíssimo, capaz, responsável, amigo e alegre. César Naum, muito cedo conquistou a amizade de todos nós. Suas aulas revolucionaram o sistema de ensino de Muriaé, ainda preso a padrões idealistas sem se importar com a objetividade que os vestibulares requerem. César Naum se apaixonou por nossa terra e por uma filha da nossa terra. Casou-se com sua doce Maria, deixando parte de seu coração nesta magnífica Muriaé, quando se transferiu para o Rio de Janeiro. Lá, se formou e era conceituado Professor, mas o destino quis nos pregar uma peça lamentável.
César adoeceu. Após longo tratamento, foi submetido a uma cirurgia, seu coração apaixonado pela doce Maria e pelas coisas e gentes da nossa Muriaé, não resistiu. E, jovem ainda, nos deixou para sempre.
Mas você, prezado amigo, de onde estiver, deverá saber que sua missão foi cumprida com muita dignidade. Nos seus trinta e poucos anos, você foi mais útil a nós, muriaenses natos e adotivos, que muitos senhores de elevada idade que andam por aí. Por isso, prezado amigo e inesquecível mestre, rendo aqui à sua memória, este preito de gratidão, em nome de todos aqueles que tiveram a felicidade de lidar com você.

Correio Muriaense 12 de julho de 1971

EDITORIAL - DO CASTIGO E DO ESTUDO

Alguns pais cometem um sério equívoco, na formação de seus filhos, ao associar o ESTUDO com CASTIGO!
É muito mais comum do que se pensa, ouvir de um pai ou de uma mãe, diante da traquinagem de um filho, a seguinte frase:
-Olha, que eu te coloco de castigo, estudando!
É claro que a associação está obvia e, quanto mais ela se repetir, mais se fortalece. Fazendo com que a criança tenha horror ao estudo!
Antes do surgimento de técnicas educacionais, fundamentadas na Psicologia da criança e do adolescente, quase todas as escolas puniam seus alunos, da mesma forma!
Aqui mesmo, entre nós, algumas escolas adotavam o “castigo após as aulas” e, por incrível que pareça, o “castigo de domingo” que eufemisticamente, eram chamados de “estudos”...
Tais suplícios eram destinados aos alunos que se comportavam inconvenientemente em sala de aula ou que tivessem deixado de cumprir uma tarefa escolar.
Realmente, num País como o nosso, em que não se valoriza o estudo, a ponto de sabermos que os ídolos, de nossos jovens estão em campos opostos aos da ciência e do conhecimento, mais complicada fica a tarefa dos educadores, sejam pais ou professores!
Não tendo estímulo externo, se a família não buscar incentivá-la, a criança vai se perder, na vã esperança de ser um Ronaldinho “Fenômeno”ou – quem sabe – um Felipe Dylon.

FALANDO SÉRIO – EDITORIAL

Duda Mendonça, um dos publicitários mais famosos desse país, responsável pela campanha vitoriosa de Lula à Presidência da República, foi preso no Rio de Janeiro, como se sabe, fazendo apostas numa rinha de galos.
Essa prisão faz lembrar a paixão nacional por brigas de animais, como passarinhos, cães e galos, movimentando valores incalculáveis, em apostas, sob o olhar tolerante de nossas autoridades.
O ocorrido com o publicitário em no mínimo constrangedor, quando se sabe que, no mundo inteiro, há uma crescente consciência ecológica, buscando proteger os animais, a tal ponto que, uma frase existe, em algumas regiões do nosso País, refletindo essa preocupação:
-Se você estiver caçando e avistar, ao mesmo tempo, uma onça e um guarda florestal, não mate a onça!
O texto, auto-explicativo, adverte que a lei protege mais a onça do que o guarda! É uma piada de mau gosto, mas tem seu fundo de verdade.
Não podemos deixar de lamentar que pessoas notórias como Duda Mendonça não tenham ainda, adquirido esta consciência ecológica e que se vejam envolvidas numa notícia tão deprimente, para a espécie humana.
Da mesma forma que lamentamos a morte de incontável número de animais silvestres, todos os anos, por todo o país, nas insanas “queimadas”, autorizadas ou não pelo poder público.

domingo, julho 02, 2006

Editorial


Recentes divulgações científicas recomendam a substituição de pára-raios radioativos por outros convencionais, em virtude do perigo que os primeiros representam, como elementos cancerígenos.
Como inúmeros pára-raios radioativos foram assentados em escolas, na década de 60 e posteriores, é bom que os pais procurem saber se na escola do seu filho, existe tal tipo e o que vai ser feito com ele.
E, por falar em pára-raios, há muitos anos, quando um avião caiu nas proximidades de Paris, um sobrevivente embarcou, algumas horas depois, em outro avião da mesma marca, para Nova York.
Curiosos, os repórteres que estavam cobrindo a tragédia aérea, quiseram saber do passageiro se ele não estava com medo, ao que ele respondeu:
-De maneira alguma! Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar!
Nada mais impreciso, nada mais enganador! Se fosse assim, o pára-raios seria “one way”! A função do pára-raios é atrair raios, o maior número deles, durante uma tempestade.
Como essa crença é comum também aqui, entre nós, pode-se notar que a ignorância a respeito do assunto é universal!
O turista estaria certo se dissesse:
-O MESMO RAIO não cai duas vezes no mesmo lugar...
No caso dos pára –raios radioativos, é preciso mais cuidado ainda pois sabe-se que ele fica espalhando raios mortais, continuamente, por todos os lados!

EDITORIAL



Notícias recentes, divulgadas pela grande imprensa nacional, dão conta de que 77 por cento das prefeituras municipais de todo o país estão irregulares, com suspeitas de Corrupção, um número preocupante pois, como sabemos, no Legislativo Federal, a coisa é mais séria.
A serem verdades tais denúncias, os jornais que divulgaram tal notícia deveriam ser obrigados a citar nominalmente os responsáveis pelas fraudes, a fim de que a população pudesse, com mais facilidade, separar o “joio do trigo”.
O mesmo deveria ser feito em relação, por exemplo, aos “sanguessugas”, assim chamados os deputados que teriam se beneficiados de emendas para a compra de ambulâncias superfaturadas, verdadeiros ladrões do dinheiro público!
Como eleições parlamentares se aproximam e há notícias de serem 283 os “beneficiados” com o desvio de dinheiro, seria indispensável uma ação mais rápida e enérgica do poder público, no sentido de “dar nome aos bois”.
Não podemos correr o risco de premiar, com imunidade parlamentar (ou prá lamentar) verdadeiros ladrões do nosso dinheiro.
Se tal não ocorrer, a permissividade moral daqueles que preferem votar nos que “roubam mas fazem”, irá dar um mandato a bandidos que, pela conduta, deviam fazer parte do mais novo partido, o PCC que domina as prisões nacionais...
Ou será que estamos errados?

COMO É LINDA MURIAÉ POR NÉLSON RODRIGUES


1- Amigos, certa vez, o Otto Lara Resende recuou três passos, avançou outros três e declarou, de fronte erguida – “O mineiro só é solidário no câncer”. Julgamento, como se vê, extremamente amargo e, eu diria mesmo, crudelíssimo. Mas um mineiro que fala dos mineiros tem cem anos de perdão. E o meu amigo nasceu lá na montanha.
2- Fiz a reflexão acima para concluir – eu não sei se o resto de Minas “só é solidária no câncer”. Outro mineiro, como o Otto, que confirme ou negue. Mas eu sou um vago pernambucano. E posso dizer que Muriaé, pelo menos Muriaé, não tem nada a ver com a frase citada. Muriaé é solidária, não só no câncer, mas em tudo o mais. Não há cidade mais solidária, e doce, e fraterna, e lírica e brasileira. Aí está dito tudo – Muriaé é brasileira de alto abaixo, brasileiro nos seus costumes, sentimentos, idéias. Eis uma terra embebida da bondade de nossa gente.
3- Eu estive lá, sexta e sábado. Ia-mos, a Viúva Mario Filho, eu e minha esposa, Lucia, assistir à inauguração dos “Jogos da Primavera Mário Filho”. O Professor Marcos Coutinho Loures, uma admirável figura, batera o telefone para min – “Não falte”. E repetiu – “Não falte”.Amigos, eu estava devorado pelas minhas obrigações profissionais. Mas como resistir a uma convocação de Muriaé?
4- Fui e vi a abertura dos “Jogos de Primavera Mário Filho”. E uma coisa eu quero dizer- eu atravessaria três desertos para viver a mesma experiência. Chegamos lá e fomos recebidos pelos Professores Marcos Coutinho Loures e Lúcio Gusman. Duas esplêndidas criaturas, inteligentes, cultas, sensíveis e frementes de idealismo. Na primeira volta pela cidade percebo o óbvio ululante – não há povo mais cálido, mais generoso de uma alma tão amiga, tão irmã.
5- O Professor Marcos Coutinho Loures explicou que a idéia de uma homenagem a Mário Filho teve, em toda Muriaé, uma adesão unânime e fulminante. Todos quiseram colaborar, a começar pelo prefeito Hélio Alves de Araújo. Por toda a parte, um entusiasmo total. A juventude vibrou. Todos ali, sabiam quem foi ou quem é Mário Filho. Eis a verdade – o grande “homem não envelhece, não morre”. O que Mário Filho disse, escreveu, fez, as suas idéias, os seus exemplos, suas realizações, suas utopias, tudo isso está no ar, difuso, volatizado, em forma atmosférica. Continuamos a respirar Mário Filho.
6- Quando eu vi o desfile inaugural, em Muriaé, senti, como Mário Filho está vivo. Na bela cidade mineira, era uma formidável presença. Mas eu falei que minha viagem a Muriaé foi uma dessas luminosas experiências de vida que ninguém esquece. Um povo todo veio para a rua. De repente, aconteceu apenas isto: - uma massa de crianças gritando: “Mário Filho! Mário Filho! Mário Filho!” Pode-se imaginar uma homenagem mais comovida, mais linda, ao criador dos “Jogos da Primavera” e dos “Jogos infantis”? Naquele momento, a minha vontade foi a de me sentar no meio fio e começar a chorar.
7- Apertei a mão de figuras admiráveis. Assim, o prefeito Hélio Alves de Araújo, Gilson Vianna, Diretor Geral dos “Jogos”; e um sentimental que está sempre a um milímetro da lágrima, Wilson Filgueiras. Amigos, geralmente eu tenho um santo horror ao discurso. Mas Lucio Gusman reabilitou a figura do orador. Sua oração foi brilhantissima. E o que dizer de Marcos Coutinho Loures, um belo espírito, um coração bem brasileiro. A Viúva Mário Filho teve todas as honras. Saí de lá certo de que era profundamente irmão de cada habitante de Muriaé.