quarta-feira, maio 31, 2006

DE NÚMEROS E DA SORTE

Se já falamos sobre acontecimentos que deixam clara a intervenção do destino, em nossas vidas, acordei com vontade de apresentar-lhes novos fatos que vivenciamos, ao longo da nossa vida.
Informo que aqui não vai nenhum apelo religioso, pois creio que Deus está muito ocupado para perder tempo com as pequenas angústias materiais das pobres criaturas...
Num primeiro momento, cito que, um ano após a destruição, por terroristas, das ‘”Torres gêmeas” do World Trade Center, de Nova Iorque, no sorteio da Loteria de Números daquela cidade, saíram os números 9 e 11, que representam o MÊS (setembro) e o dia (11) da tragédia.
Temos também o caso extraordinário de que um dos nossos cunhados levava, de carro, a esposa para a extração de um rim, num hospital particular de Juiz de Fora, uma cirurgia delicada e bastante onerosa.
O casal, ao iniciar a viagem, logo na saída de Muriaé, ali no Belvedere, presenciou um terrível acidente em que um caminhão, carregado de solvente, bateu num barranco e explodiu, matando os ocupantes e deixando à mostra, após o incêndio, apenas a placa, com os números expostos.
O meu cunhado, sem saber a razão, anotou a placa e prosseguiu viagem.
Tão logo chegaram a Juiz de Fora, enquanto aguardava a internação da esposa, ele resolveu ‘fazer uma fezinha” no jogo do bicho.
E todos já adivinhavam o que deu, pois o destino havia separado uma “bolada” para o casal que, com o dinheiro ganho, pagou todas as despesas hospitalares e ainda sobrou um bom troco...
Uma dezena de vezes, essas “forças ocultas” se fizeram presentes em minha vida, pois, graças à formação matemática, antes que o computador o fizesse, “montávamos” vários jogos, para os amigos.
Por meio da Análise combinatória simples fazíamos os jogos e chegávamos a participar de alguns grupos, até que fomos procurados por alguns amigos mais abastados que resolveram investir um pouco mais, cercando a quina da Loteria do Estado do Rio de Janeiro.
Em pouco tempo o jogo estava feito, mas, como o valor a ser gasto era muito alto, não participei do “bolão” e o que aconteceu depois, dispensa comentários, pois eles ganharam a quina acumulada, diversas quadras e incontáveis ternos, além da farta exposição na mídia.
Recebi como agradecimento do grupo, vários presentes, inclusive um freezer que, no “apagão!” resolvi aposentar...
Foi também a loteria de números a responsável por uma situação incrível, na empresa onde trabalhávamos, no Rio, onde os funcionários faziam, semanalmente, um bolão com cerda de trinta participantes.
Um certo dia por força da semana santa, o sorteio foi transferido da Sexta feira para o domingo e, na última hora, os participantes resolveram não jogar, naquela semana, em respeito à data!
Mesmo assim, insisti que fizéssemos um jogo alternativo e, como sugestão apresentei os números 09-10-11-25-33-46, explicando que os três primeiros, 09-10-11 eram as datas da sexta, sábado e domingo daquela semana santa, 25 era o doía do nascimento de Cristo,, 33 a idade com que ele morreu e 46, finalmente era a minha idade.
Eles todos acharam que era uma brincadeira e o jogo não foi feito, mas, já nos jornais da segunda feira, lá estava o resultado do sorteio feito na véspera, com os números que poderiam resolver todos os nossos problemas financeiros; 09-10-11-25-33-46!

terça-feira, maio 30, 2006

CAIXA 2

Todos os que acompanharam os trabalhos das CPIS, mistas ou não, sabem que os resultados alcançados estão bem abaixo das expectativas.
Embora muitos não querem enxergar, ficou claro que eles esbarraram em uma legislação frouxa, que permite atitudes protelatórias que cheiram à impunidade!
Numa comparação grosseira, é como o caso daquele cidadão que, ao chegar cedo em casa, flagra a mulher com outro homem, no sofá da sala, aos berros determina o prazo de cinco horas para que ele desapareça...
Somente no caso do uso de caixa 2, se houvesse os desdobramentos previstos em lei, partidos políticos seriam extintos e muita gente, inclusive parlamentares, teria ido para a cadeia.
Aliás, a Receita Federal também se julga impotente no combate à corrupção, pois, como se sabe, em caso de sonegação, se o devedor conseguir pagar ou parcelar a dívida, cessa a acusação de crime fiscal.
Assim, em muitos casos, é preferível sonegar a pagar, pois, se a sonegação não for descoberta, o lucro estará garantido.
Leis assim elaboradas têm o único objetivo de proteger os ricos e poderosos e nada mudará, enquanto elas não mudarem.
Merece aplausos a tentativa de tentar se eliminar o caixa 2 das campanhas eleitorais, mas acreditamos que com este Congresso que aí está quase nada poderá ser feito.
Até para que o leitor possa avaliar a audácia das pessoas envolvidas com as práticas delituosas do Caixa 2, lembro que, algumas das empresas onde trabalhamos, éramos sempre visitados por uma empresa especializada em venda de brindes, cujo nome era ‘SÓ MUAMBAS, Ltda...”
Definitivamente, o que poderemos esperar de um empresário que faz negócios com uma empresa chamada “SÓ MUAMBAS’?
A “venda” de notas fiscais frias, o superfaturamento de bens e serviços, o desconto de duplicatas frias, as doações, os recibos fornecidos por entidades filantrópicas (“pilantrópicas”) as brechas existentes nas fundações, a lavagem de dinheiro e mais alguns outros expedientes, são mecanismos de caixa 2, de difícil combate com a atual legislação;
Se o caixa 2fosse punido com rigor – e deveria Sê-lo, a partir das apurações das CPIs, talvez pudesse diminuir um pouco, tanto no campo político quanto no empresarial que, por sinal, não são muito diferentes...
Fornecedores corruptos, quando se juntam a agentes públicos inescrupulosos, não há como evitar o desvio de recursos, dentro da atual estrutura do poder.
Licitações forjadas ou viciadas também fazem parte de nossa cultura, dando razão a quem afirma que, ‘no Brasil, nada mais privado do que o público...”
O aumento da fiscalização é um dos caminhos para melhorar o nível moral das ações do governo, mas não se pode colocar um fiscal para cada agente fiscalizador e a solução melhor é aumentar, drasticamente, as penas da lei.
Receber ou fornecer propinas deveria ser alvo de banimento da vida pública, com imediata prisão dos envolvidos, seguido do afastamento do cargo que, porventura, estejam ocupando.
Esperar que isto venha a acontecer com a rapidez desejada, é acreditar em Papai Noel ou no Coelhinho da Páscoa...

domingo, maio 28, 2006

DAS RELIGIÕES E DOS MILAGRES

Se fossemos analisar as coisas que se passam com as religiões no momento atual, certamente ficaríamos perplexos!
A fé, na melhor das hipóteses, está sendo usada por uma legião de aproveitadores para a disseminação de princípios que agridem a lógica, violentam a verdade e envergonham a Razão!
Basta citar que na Argentina, depois da tentativa de canonizarem Eva Perón chegou a vez de Maradona ser considerado um santo...
Entre nós, além dos populares “´Padim Ciço” e Frei Damião, acaba de nascer a devoção a “São Leonardo”, aquele mesmo da dupla sertaneja Leandro e Leonardo, com muitos “milagres” já cadastrados pelos fieis, ou fãs!
Se religião fosse isso, teria sido inútil a vida de Cristo, com sua belíssima mensagem, pois as Igrejas atuais andam se preocupando mais com a matéria do que com o espírito!
O objeto de pregação da maioria dessas igrejas que se dizem cristãs, tem sido a cura de enfermidade, numa afronta á Ciência e à própria Inteligência humana.
Quem quisesse poderia propor ao Governo, o fechamento do SUS – Sistema Único de Saúde, com a dispensa de todos os médicos e a contratação de todos esses padres, pastores, e missionários, para tratar as doenças, sem nenhum prejuízo para a população, diante dos milagres que eles apregoam!
Um ponto comum entre esses milagreiros é que eles pensam que somos todos, um bando de otários e, independente da denominação religiosa, agem sempre da mesma forma, sejam católicos, evangélicos ou sei-lá-o-quê!
A ignorância
[i] de alguns, o desespero de muitos e a boa fé da maioria da população são explorados por esses religiosos, diante de uma legislação omissa, que nada faz para proteger o cidadão neste e em outros assuntos capitais.
Na maioria dos cultos presididos por esses profissionais da fé, tudo ocorre, de acordo com modernas técnicas de comunicação, exatamente da mesma forma que se faz para vender a imagem de um político, nas campanhas.
Tomando-se por base a reação dos muçulmanos, diante dos ultrajantes cartoons feitos na Dinamarca, envolvendo figuras sagradas do islamismo, chegamos à conclusão de que eles estão certos, pois não se pode abusar assim daquilo que se considera sagrado.
O mesmo repúdio merecem aqueles que não respeitam nossas convicções, abusam da nossa fé e tentam denegrir a imagem do Senhor!
É contra esta onda de aproveitadores, que falam em nome de Cristo, mas agem como os vendilhões do Templo, que devemos reagir, com vigor!
Se eles não respeitam nossa fé, nossa inteligência, nossa cultura, não merecem também, o nosso respeito, pois colocam em risco tanto o rebanho como os bons pastores.
Basta ligarmos uma emissora de TV, num programa qualquer, numa novela qualquer e até mesmo num programa religioso qualquer, para sabermos quais são os verdadeiros inimigos da fé!
Eles se escondem sob várias denominações, falam em nome de Cristo, dizem pregar a palavra de Deus, mas fazem exatamente o oposto!
Loucos ou farsantes, o único deus que reverenciam é o dinheiro, cantado em prosa e em verso, por esses profissionais da Bíblia e da música “gospel”.
A verdadeira Igreja de Cristo não é esta que está aí, a serviço dos poderosos, “vendendo” curas milagrosas, pois, como sabemos o Filho de Deus, nasceu numa manjedoura e, ao fim da vida, nem um travesseiro tinha para repousar a cabeça, enquanto que o s que vendem suas palavras vive em castelos, cercados de ouro e pedras preciosas, não merecendo nem a nossa Reverência, nem o nosso respeito!

COMENTANDO - SOBRE ANIMAIS E "ANIMAIS"

Espetáculos com animais amestrados, sejam em circos ou rodeios, estão sendo considerados desumanos e odiosos.
Não foi, pois, sem fundamento que passaram a ser proibidos em muitas cidades brasileiras, apesar de enormes pressões em contrário.
Se não bastasse, o argumento dos maus tratos é sabido que, no caos específico dos rodeios, nada os tem a ver com nossas raízes.
Inseridos no universo “country”, passaram a fazer parte de um grande negócio, que esmaga as manifestações mais autênticas da alma sertaneja nacional, em prosa e verso e na música!
Navegando nas mesmas águas turvas, o “sertanejo” cantado pelas famosas duplas, pode ser tudo, menos sertanejo!
A mídia reservou tanto espaço para tais manifestações alienígenas que nossas raízes musicais foram devidamente esquecidas.
“Misturando o romântico com o rock, a balada com o country, em muitas versões não declaradas de sucessos internacionais, a chamada ‘música sertaneja” teria mesmo que dominar o mercado fonográfico apesar da discutível qualidade vocal desses “caipiras do asfalto”.
E não venham nos dizer que existe boa qualidade vocal nesse novo estilo que, de sertanejo, só tem o nome!
Até mesmo a tradicional música mexicana, com seus ricos elementos cenográficos e seu belo timbre metálico, foi incorporada à cenografia de nossos principais grupos sertanejos...
Tais eventos, pródigos em belas dançarinas que evoluem no palco sob inspiração texana, carregam a fórmula do sucesso.
Espaço, para todos os tipos de manifestações culturais, é claro, devemos oferecer desde que as originarias de nossa terra não sejam abafadas, pois representam a alma do nosso povo.
Este fenômeno anda ocorrendo, infelizmente, condenando à morte lenta até mesmo o nosso rico folclore musical.
Se recordarmos o fim que levaram as nossas marchinhas de carnaval, mais sólido fica nosso argumento.
Quanto aos espetáculos circenses, torcemos para que a proibição de apresentarem animais selvagens seja estendida em todo o País.
Uma das cenas mais chocantes, dizem, é a do treinamento de animais selvagens, para espetáculos dessa natureza.
Em nossos corações, talvez a docilidade passasse a ocupar um espaço maior, caso viéssemos a respeitar mais os animais!
Certamente, uma medida assim não eliminaria o espírito sanguinário de parte de nossa espécie, mas o amor aos animais ajudaria a fortalecer os laços de solidariedade que deve existir, entre os humanos.
Especialmente se, no caso do descumprimento da lei, as autoridades não fossem tão permissivas quanto o foram, no episodio do publicitário Duda Mendonça, aquele que gosta de apostar em brigas de galos...
Romper as tendências atávicas que nos corrompem é um dos caminhos para o exercício da racionalidade e, por termos sido criados à imagem e semelhança de Deus, deveríamos ter, como primeiro Mandamento, o respeito a tudo que Ele, o Criador, nos deu como presente aos olhos, e ao coração, nesta nossa misteriosa viagem pelo espaço sideral, a bordo desta gigantesca Arca de Noé que, vista da lua, é simplesmente azul...

DO VÍRUS DA CORRUPÇÃO

Especialistas creditam à notoriedade a razão preponderante do sucesso de determinados candidatos a um cargo efetivo, em detrimento de outros com aparentes melhores condições eleitorais.
Com base em pesquisas, alguns partidos dão prioridade a candidaturas de lideres religiosos,, especialmente se esses lideres tiverem forte exposição na mídia, passando o voto a ser questão de fé...
Para garantirem a notoriedade indispensável a múltiplas reeleições, inúmeros deputados e senadores se “presenteiam” com múltiplas concessões de emissoras de rádio e/ou de televisão, atitude legalmente correta, mas, moralmente, questionável.
Por outro lado, a concessão de emissoras comunitárias é vista com reserva pela maioria dos políticos, uma vez que proporcionam o surgimento de lideranças populares que não falam a mesma língua das elites, tornando-se, pois “perigosas” aos que não querem deixar o poder.
Contudo, sabe-se que popularizar a informação é o meio mais adequado para fortalecer a democracia, na luta contra a corrupção endêmica do nosso dia-a-dia.
Ao citar o termo corrupção, estamos nos referindo não só a administrativa que é o aproveitamento sistemático de cargo público para a satisfação dos interesses pessoais como também e, principalmente, á corrupção moral, conceituada como a depravação progressiva o ser humano, nascida da insensibilidade crescente aos direitos alheios, como uma sedução imperativa pelas “vantagens” do crime, que leva a degradação total. Montaigne dá-nos uma idéia do que ocorre na corrupção moral com esta frase “parce que nous ne vivons pas nos maximes, nous maximous notre vie.”
Façamos o seguinte teste: Se ainda somos capazes de nos indignar com atos ilícitos praticados por terceiros, mostramos ter, em nosso “organismo moral”, os anticorpos capazes combater a corrupção; mas, se , ao contrário, não nos envergonharmos de aplaudir o “rouba, mas faz”, de muitos dos nossos representantes políticos, devemos nos acautelar, pois essa atitude demonstra o já estar contaminados com o poderoso vírus da corrupção, uma doença que veda nossos olhos para a verdade e que, seguramente, vai nos levar à degradação total.
Ao acharmos que “os fins justificam os meios”, estaremos sepultando os ensinamentos d’Aquele que deu a vida para nos salvar!

sexta-feira, maio 26, 2006

A PATRICINHA E O BAILE FUNK

A súbita mudança de status daquele casal estava assoviada, como não é difícil avaliar, ao enriquecimento rápido e consistente dos dois.
Todos sabem os que, em casos assim, o número de bajuladores cresce na proporção direta dos recursos da conta bancaria do cidadão, especialmente se parte desse dinheiro é desviado para festas e badalações, a s mais diversas e sob qualquer pretexto!
É inegável, porém que, quanto a isto, poucas pessoas eram mais fartas e até perdulárias, na realização dos eventos, festivos, sempre realizados na rica mansão do empresário, onde o casal morava.
As festas eram, regadas ao mais fino uísque, comes e bebes servidos à vontade, para alegria das centenas de convidados.
As existe, todavia, sentimento democrático entre os humanos, é aquele “vazio” que ricos e pobres sentem na vida e, num desses momentos, a rica esposa do empresário sentiu falta de uma companhia fiel, que ficasse à sua disposição, lambendo-lhe os pés e as mãos, sempre bem cuidados!
Falando ao esposo sobre esse sentimento, ambos chegaram à conclusão de que somente um cãozinho poderia preencher esse vazio, mas, que fosse um cão de raça, o mais caro que houvesse à venda/.
Ligaram para um pet shop em São Paulo e já na semana seguinte, o casal recebeu uma linda cadela, de altíssima linhagem, acompanhada de um verdadeiro “Manual de Instruções” que trazia, até, recomendações a respeito de um futuro parceiro ideal para a mesma, visto que a cachorrinha era “virgem”.
O Manual era preciso, trazendo o nome das raças compatíveis e não compatíveis com a raça da preciosa cadelinha.
Recém-chegada á mansão, aquela pequenina jóia a todos conquistou pela docilidade, pela beleza e passou a fazer parte da família!
Entretanto, assim como acontece com os seres humanos, algo muito triste estava para acontecer com o pequeno animal, tão querido, tão amado!
Sem que ninguém soubesse como isso aconteceu, a cachorrinha fugiu daquela casa cercada de altos muros e desapareceu, pelas ruas de um bairro pobre, vizinho da confortável mansão.
Tomada por um grande desespero, a esposa ligou para a empresa do marido que, naquele instante, participava de uma importante reunião.
Em prantos, ela narrou a tragédia ao marido que, sem pestanejar, suspendeu os trabalhos e determinou que seus 120 funcionários saíssem e fossem procurar a cachorrinha, pelas ruas do bairro.
Instantes depois, veio a notícia, a pior que a família do empresário tinha tido, em muitos anos!
-Numa rua do bairro, lá estava ela, a cadelinha toda enfeitada, com aquele lacinho de fita na cabeça, cercada por muitos meninos e, (como direi?) definitivamente “engatada” com um vira-latas sarnento.
Vários moleques, com pedaços de bambu, tentavam, em vão, separa-los, pois o vira-lata corria arrastando a frágil cadelinha pelo rabo...
E ao saber da forma como a cadelinha tinha perdido a virgindade, a esposa chorou mais desesperadamente!
Jamais alguém havia sofrido assim e, ao ver tamanho sofrimento, o empresário tomou uma decisão:
-A cadelinha não poderia ficar grávida e, se acaso ficasse, teria que abortar!
Mandou ele chamar médicos e veterinários para estudar o caso, mas tudo foi em vão, pois a esposa, tão decepcionada ficara que não quis saber mais da cadelinha fujona que, feliz da vida, deve ter ido morar com aquele vira-lata sarnento, onde foram felizes para sempre...

quinta-feira, maio 25, 2006

COMENTANDO - JOGOS OLÍMPICOS DA PRIMAVERA

Sabemos que muitos se lembram das vindas de Nelson Rodrigues a Muriaé, nas primeiras edições dos Jogos Olímpicos da Primavera, por nós criados, na década de 60.

Ao imaginarmos os “Jogos”, contatamos Mário Filho, dono do Jornal dos Sports, do Rio, pedindo-lhe orientação a respeito do assunto.

Bastante solícito, ele nos enviou regulamentos e tudo o mais necessário à realização do evento e nos prometeu cobertura local do mesmo, através do seu jornal, razão pela qual resolvemos homenageá-lo.

Em agradecimento, o grande jornalista agendou uma visita a Muriaé nas cerimônias de abertura dos Jogos, mas, infelizmente, faleceu antes do dia previsto para a abertura.

Se o fato foi uma desagradável surpresa, mais surpreendidos ainda ficamos quando Nelson Rodrigues, irmão de Mário, nos avisou que viria a Muriaé, em substituição ao irmão, junto com D. Célia, viúva de Mario.

O nosso cerimonial tudo fez para receber com dignidade o ilustre visitante e seus acompanhantes e tudo ocorreu dentro da normalidade.

Quem não se lembra do grandioso desfile inaugural, com todas as escolas de Muriaé se fazendo representar, com motivos olímpicos, numa adesão integral aos Jogos, fato que deixou emocionados os visitantes?

Unindo-se a nós, todos os poderes públicos da cidade também se fizeram representar, tornando grandioso um evento que, por semanas, polarizou todas as atenções da cidade e das cidades vizinhas.

A presença do Jornal dos Sports, cobrindo os jogos e de parte da imprensa carioca e local, colocou nossa cidade em destaque, no País, como há registros que o tempo não conseguiu destruir.

Nas semanas seguintes, a cidade foi só festa, com grande presença de público em todas as competições, mesmo nas de atletismo e natação, feitas por vários locais, nas praças de esportes existentes ou improvisadas.

Tínhamos realizado parte do nosso sonho, plantando a semente da necessidade de termos, na nossa cidade, uma Praça de Esportes, capaz de abrigar também, competições de modalidades olímpicas de atletismo e natação, além das populares partidas de futebol, futsal, vôlei e basquete.

Os Jogos serviram também para dar a Muriaé uma dimensão que ela jamais havia experimentado antes, sendo motivo de artigos e de comentários elogiosos, na imprensa esportiva nacional.

Tão grato ficou Nelson Rodrigues que, nas edições seguintes dois Jogos, fez-se presente e nos tornamos amigos, para honra nossa.

Equivocadamente, ao transferirmos a realização das Olimpíadas para outras entidades, trocaram o nome das mesmas para Jogos Estudantis de Muriaé, realizado por muitos anos, ainda;

Quantas vocações, nascidas nos Jogos se materializaram, como a de Marco Aurélio Moreira, campeão mundial, campeão brasileiro e, várias vezes estadual quer como jogador como técnico renomado.

Unicamente os esportes e as artes permitem este tipo de ascensão e é nosso dever incentivá-los.

Esses tipos de atividades são intrinsecamente democráticos, ao contrário de outras que não nos cabe descrever agora.

Resta aos nossos governantes facilitar o desenvolvimento das artes e a prática dos esportes e alertar nossas autoridades para isto foi um dos nossooferecer esta condição para seu povo e, em especial, para nossos estudantes, de todos os graus!s objetivos, na criação dos Jogos Olímpicos da Primavera,

O nosso sonho só estará completo quando, especialmente no campo esportivo, Muriaé,

COMENTANDO - SONJA E A ESTRELA SOLITÁRIA , LÁGRIMAS E NASCIMENTOS

SONJA pode ser apenas um nome diferente, mas, nas minhas lembranças, está intimamente ligada á história do Botafogo carioca.

Estávamos, naquele domingo, no Maracanã, para assistirmos ao jogo do alvinegro time da Estrela Solitária contra o Vasco da Gama, com os botafoguenses sofrendo prolongado jejum de títulos e vitórias.

“Mesmo assim, por ser início de temporada, os torcedores alvinegros viam renascidas as esperanças de vitória e lotavam o ‘Mário Filho”.

Era o primeiro grande clássico do ano e pouco se sabia do time vascaíno que estreava um jovem jogador, de pernas arqueadas e jeito moleque.

Do lado de fora das quatro linhas, uma gandula parecia esperar uma vitória do Botafogo, o seu time de coração.

Era a Sonja, e o estreante vascaíno tinha um nome que lembrava um antigo personagem radiofônico que explicava para os ouvintes, a origem das palavras e o significado das mesmas e, por esta função, era apresentado como “Romário, o homem-dicionário”.

Se Romário, o homem dicionário era nacionalmente conhecido, seu homônimo jogador, de pernas arqueadas e jeito moleque, era o oposto!

Embora tivesse jogando muito melhor, o Botafogo sofreu três contra-ataques e, ainda no primeiro tempo, o estreante Romário acabou com as esperanças alvinegras, marcando três gols para o Vasco da Gama.

Já na saída para os vestiários, notamos que alguma coisa estava acontecendo, pois a imprensa, em vez de se concentrar nas entrevistas com os jogadores, passou a dar atenção especial àquela garotinha, a gandula Sonja que, em prantos, se desesperava com o fracasso botafoguense.

As fortes luzes dos refletores das emissoras d TV e os flashes das máquinas fotográficas tornaram Sonja a figura central do jogo, ao representar toda a frustração da grande e fiel torcida alvinegra!

Se, para a torcida vascaína, os três gols de Romário passaram à história do clássico, para os torcedores botafoguenses foi o choro e o desespero de Sonja que ficaram indelevelmente marcados para a história do clube.

Seguidamente, após aquela derrota humilhante, o time de General Severiano foi passando pelos demais adversários e chegou ao fim da temporada como campeão carioca!

O choro de Sonja foi o fator que motivou a reação, levando o time àquela conquista, uma das mais importantes na história deste clube que, de maneira irrefutável, tem seu nome ligado às maiores conquistas do futebol brasileiro.

Romário iniciava uma inigualável carreira, naquele domingo de festa vascaína, no Estádio Mario Filho, o velho Maracanã.

Relatando essa história, mais uma vez comprovamos que “há coisas que só acontecem no Botafogo”.

Importantes lições podemos tirar deste relato e os jogadores alvinegros foram os primeiros a aprendê-las, passando a respeitar o amor da torcida ao clube que eles, ao entrar em campo, representam.

Assim, ao reconhecermos os méritos de Romário, temos que agradecer lhe o fato de ter feito três gols no time de Sonja, a gandula de nome diferente, mas de extrema paixão pelo Grande Time da Estrela Solitária.

Comentando - Da quinta coluna, de Osília, de Hans e de Waltinho, um herói muriaense.

Naquele princípio dos anos 40, alastrava-se a Segunda Grande Guerra Mundial, entre as forças do “eixo” e a maioria das outras nações.
O conflito se agravou, como o ataque japonês à base americana de Pearl Harbor, no Havaí, em dezembro de 1941.
Se, ma frente da batalham, o efeito era devastador, países distantes, como o Brasil, também se envolviam no conflito, com a mobilização de todos os cidadãos, mesmo de cidades pequenas, do interior.
Sofrendo as conseqüências da Guerra, imigrantes italianos, japoneses e alemães eram vistos com certa desconfiança pelos extremistas, sendo considerados agentes da chamada “Quinta Coluna”.
O clima de hostilidade também se abateu sobre aquela família oriunda da Itália que havia, há muito, fixado residência em Muriaé, com uma loja na Praça João Pinheiro e cujos membros mais jovens haviam nascido aqui.
Naquele longo período, apesar de terem conseguido o respeito da maioria da população, os italianos não se descuidavam de nada, mantendo desligado o rádio de ondas curtas que haviam comprado, para matar as saudades da terra Natal.
Havia, porém, muitas arestas a serem quebradas, na rua e na escola, onde as crianças freqüentavam o “Grupo Escolar”.
O País que escolheram para viver, muitas vezes se mostrava cruel, na palavra da “mestra” que, ao admoestar a menina, causava-lhe profundas feridas na alma, quando a chamava “Quinta Coluna”...
Se isto ocorria na escola, muito pior era a situação no local de trabalho do pai de família, com insinuações ofensivas que ele fingia não entender.
Mal caía a noite e todos da família iam descansar, em profundo silencio que servia, apenas, para acentuar a provocação de um ou de outro bêbado que gritava na rua, palavras de ordem contra os estrangeiros...
Em situação bem pior ficava o Hans, um alemão muito mais brasileiro que a maioria dos aqui nascidos!
Por varias vezes, a residência dele havia sido “pichada” por um bando de fanáticos que, desta forma, julgavam defender a “honra nacional”!

Era só o Hans mandar apagar as pichações para elas retornarem, com mais fúria, com mais intensidade.
Restava ao bando pichar também o local de trabalho dos italianos, mas o Waltinho, um garoto esperto que engraxava sapatos, soube de tudo e se preparou para o pior.
Todos os envolvidos naquela operação se reuniram e, com uma lata de tinta na mão, foram se aproximando da porta da loja.
Estava, a mesma, semi-aberta e, quando os homens foram chegando, o menino se posicionou, entre eles e a porta, numa atitude desaforada!
No instante seguinte, Waltinho avançou contra a turba e desferiu um pontapé na lata de tinta, derramando todo o seu conteúdo, pela calçada!
Com a inesperada reação, os homens se dispersaram envergonhados, enquanto ali, em frente à loja, todos puderam ver aquele pequeno herói, com os pés sujos de tinta, desafiando os baderneiros!
Ele representava, com seu gesto corajoso, o sentimento das pessoas de Bem desta terra que, ao contrário da mestra preconceituosa e da turba insensata, sabiam respeitar as pessoas, não pela sua origem, mas pelo que eram!
Se algo ficou da segunda Grande Guerra Mundial, foi esta lição, de um simples engraxate que, felizmente, ainda está entre nós, como testemunha e agente de uma das mais belas histórias de Muriaé!

COMENTANDO

Como já tivemos a oportunidade de comentar aqui, a educação brasileira passa por delicados momentos e isso se deve a muitos fatores.
O mais importante deles talvez seja uma crescente desagregação familiar, produto de vários agentes de origem econômica e de origem moral.
Merece destaque, entre tais agentes, a enorme concentração de riqueza na mão de uns poucos e o conseqüente empobrecimento de muitos!
Outros fatores podem ser citados como o péssimo exemplo dado pelos nossos homens públicos, a inversão de valores, a impunidade generalizada e o mal usam de poderosos instrumentos de informação, como a TV e a Internet.
É inegável que, apesar dos avanços pedagógicos, por força do pragmatismo do mundo moderno, tivemos muitas perdas na educação nacional.
Soma-se a tudo isto, a insensibilidade do poder público diante de nossas necessidades educacionais, para termos um quadro bastante desolador da educação brasileira, mesmo se comparada a países inexpressivos.
A escola, na cisão de muitos, passou a ser uma “creche, onde os pais deixam seus filhos para poderem ir à luta, ficando os professores como “babás’ de luxo, em uma sociedade que não os valoriza”“.
Tal pensamento parece dominar nossos dirigentes que, com as exceções de praxe, preenchem cargos em comissão com base em critérios políticos, desprezando os de competência ou de mérito.
Restabelecer um verdadeiro compromisso com a educação deveria ser o principal objetivo dos governos, mas, como a construção de escolas dá menos votos que a de pontes, viadutos, postos de saúde ou distribuição de cestas básicas, seria esperar muito, pensar que pudessem agir diferentemente.
As escolas particulares, por sua vez, deixaram de ter, como objetivo primeiro, um padrão educacional desejável e, em troca, passaram a perseguir um só ideal, qual seja, o de aprovar seus alunos no vestibular e tanto isso é verdade que, ao fim de cada ano, as cidades se “enfeitam” com faixas e mais faixas de parabéns, endereçadas aos aprovados, como se isto representasse uma prova de eficiência do ensino ministrado.
Esqueceram de dizer que, para cada aluno aprovado, existem dezenas de reprovados e que, por falta de condição financeira, vão ter mais um ano de dificuldades para atingirem o objetivo final.
Nada mais triste observarmos, na educação nacional, a tendência de se ter, como objetivo final, a aprovação num curso superior e que esta aprovação passe a ser mais uma peça de “marketing” de nossas escolas e do próprio governo...
Temos que admitir que nem sempre os considerados melhores alunos de uma escola serão aqueles mais aptos para o exercício de uma profissão, tal o grau de subjetividade dos métodos de avaliação!
É bem mais fácil constatar que, durante os estudos fundamentais, alunos considerados “geniais”, tornaram-se adultos “geniosos”, por não terem recebido a atenção que deveriam ter recebido, na esfera emocional e, principalmente na axiológica, uma vez que, preocupados com o vestibular, muitas escolas se esquecem de que estão lidando com seres humanos capazes de pensar, mas que, paralelamente, não podiam se libertar de suas condições humanas de sentir e de sonhar!

quarta-feira, maio 24, 2006

DA EDUCAÇÃO E DE PAULO FREIRE

É constrangedor verificar que os grandes projetos de alfabetização de adultos, no Brasil, por terem se tornado uma peça publicitária, não alcançaram os objetivos almejados.
Só para citar um exemplo, o MOBRAL – Movimento Brasileiro de Alfabetização se diluiu com o tempo, sem os resultados esperados, apesar dos elevadíssimos custos e esforços despendidos na sua execução.
Devemos ressaltar, no entanto, que Paulo Freire elaborou na década de 70, vitorioso projeto de alfabetização de adultos, do qual participamos, como um dos coordenadores, no Morro do Perrela, em Belo Horizonte, sob o comando de D.Serafim, Arcebispo Metropolitano.
Envolvidos no movimento, católicos ou não, se utilizavam de farto material didático, elaborado de acordo com a realidade daquela comunidade e, sem grandes alardes, em pouco mais de seis meses, conseguimos que centenas de adultos saíssem das trevas do analfabetismo e ainda tivessem fôlego para prosseguir os estudos, prestando assim exames do “Madureza” ( hoje, Supletivo), com sucesso.
Formado por monitores devidamente engajados na pedagogia de Freire, o Movimento Diocesano de Alfabetização se espalhou por toda Bela Horizonte, até ser substituído pelo MOBRAL.
A espinha dorsal do método freiriano era a realidade do aluno e, para a implantação do mesmo, foi feita uma pesquisa de campo para incorporar ao processo essa realidade com todo o vocabulário que a envolvia.
Toda e qualquer tentativa de alfabetização de adultos que não abranger a realidade do aluno, segundo Freire, é fadada ao fracasso.
O despertar do interesse do educando pela aprendizagem é tarefa difícil, sendo mais adequado lidar com interesses pré-existentes, nascidos das reais necessidades de cada aluno.
”Um analfabeto, se necessitar conhecer os nomes das linhas de ônibus que servem o bairro, irá aprender a ler mais facilmente, a partir dos nomes dos bairros da cidade”, já ensinava o mestre.
Mas, em contrapartida, se a utilização de palavras que fazem parte do universo do aluno, facilita a alfabetização, fica claro que, se não houver um interesse continuado pela aprendizagem, o esforço desprendido no processo vai se diluir com o tempo e o aluno se tornará mais um daqueles “analfabetos funcionais”.
Alguns educadores preconizam, para a solução deste aparente dilema, que a sociedade, através de estímulos financeiros, passe a premiar o desenvolvimento escolar, remunerando mais quem tiver estudado, mesmo que tenha que se rediscutir a questão da isonomia salarial.
Geralmente isto não ocorre, razão pela qual o arrefecimento do interesse pelo estudo, após um breve período de entusiasmo inicial.
A educação, que deveria ser vista como um processo essencial à vida das pessoas e das nações, ainda é tida como “despesa” e, não, como investimento.
Tivesse o Brasil seguido o exemplo da Índia, hoje seriamos uma nação livre de muitos problemas que ainda nos afligem!

terça-feira, maio 23, 2006

DE SORTE E DE SHAKESPEARE

Sabe-se que a Justiça Federal determinou à Caixa Econômica Federal, o pagamento de um prêmio de 1 milhão de reais, apesar de o ganhador ter perdido o bilhete que comprovaria a aposta feita, há 11 anos!
Estava o Juiz convencido de que, pelos números sorteados, o ganhador só poderia ser o reclamante, visto que ele repetia sempre o mesmo jogo, com datas de aniversário, só de conhecimento do jogador.
Pela dificuldade da ação todos dizem que o “sortudo” ganhou, por duas vezes, na loteria de números!
Uma situação semelhante terá pouquíssima probabilidade de se repetir, informam nossos matemáticos de plantão...
Devemos confessar que, em relação a jogos, somos testemunhas de situações fantásticas das quais tomo a liberdade de narrar uma delas.
Estávamos na segunda metade dos anos 50 e trabalhávamos no Colégio São Paulo, onde um professor, noivo na ânsia de conquistar fortuna através do jogo, acabou se viciando, inclusive no popular “jogo do bicho”.
Só em bilhetes da Loteria Mineira, gastava mais da metade do salário, para desespero da futura esposa.
Sem esperanças de que algo mudasse a vida dos dois, a noiva “radicalizou”, determinando que ele escolhesse entre ela e o jogo, mas como ele nada definia, ela resolveu romper o noivado!
Em desespero, ele tentou voltar, mas, para tal, só havia aquela condição, ou seja, ele teria que parar de jogar!
Era sexta-feira e a venda de bilhetes, ali na “Banca da Praça”, se encerrava às 14 h, onde o Caruso deixava separado, na gaveta, o bilhete inteiro, com o número, “perseguido” há anos pelo professor apaixonado...
Uma hora antes do fechamento das vendas, Caruso recebeu o recado do mestre, dizendo que não iria mais jogar, que poderia vender o bilhete para outro,
Tirando o mesmo da gaveta, Caruso ainda relutou um pouco em colocá-lo à venda, um pouco antes das 14 horas, naquela tarde inesquecível...
Em poucos minutos, um freguês entrou na Banca, viu o bilhete e, sem pensar duas vezes, comprou-o, para tristeza do Caruso que, no fundo, no fundo, queria mesmo é que o bilhete “encalhasse”, pois, quem sabe?...
Bem antes do sorteio, algo estranho pairava no ar, um certo clima de desconforto, envolvendo os nossos principais personagens.
E aconteceu exatamente aquilo que, a bem da verdade, só aquele freguês de última hora queria:
Irremediavelmente tocado pelas mãos do destino, o bilhete foi premiado como o PRIMEIRO prêmio, aquela “bolada” com que o mestre sonhou durante tantos anos e que Caruso desejou, por um instante...
Jamais alguém poderia imaginar que uma trama tão bem urdida assim, fosse de fato acontecer, por obra e graça de forças que, de maneira imperceptível, comandam o destino de todos os mortais...
Assim também pensando, a noiva perdoou o bem amado, que voltou a jogar e, pouco tempo depois, eles se casaram, pobres, mas felizes...
Raramente voltaram a falar sobre o ocorrido que, pelo visto, passou a fazer parte de indesejáveis lembranças do passado.

COMENTANDO - SOBRE GENÉTICA, RELIGIÃO E BENGALADAS

Devido aos progressos da Ciência, a humanidade caminha para grandes impasses de ordem moral, como já estamos acompanhando.
Especialistas garantem que, na área da Engenharia Genética, tais obstáculos serão ainda maiores. A ponto de se tornar necessária a elaboração de um CÓDIGO DE CONDUTA, a ser seguido por todo o mundo científico.
Se tal ocorrer, o primeiro desentendimento virá de grupos religiosos que se julgam donos da verdade e da moral, em todo o universo.
Cabe lembrar que a proposta de se criar um “Conselho de Sábios” para dirimir os impasses, já foi feita, mas fadada ao fracasso, como a história registra.
Um exemplo bem recente, de que não se pode ir por outro caminho, vem do Afeganistão, onde uma nativa, chamada Mai Bibi, foi condenada pelo Conselho de Anciãos a ser estuprada por 14 homens, por ter o irmão da jovem, molestado uma garota da tribo...
Levando-se em conta o fator histórico, não se pode desprezar a incompatibilidade entre o fundamentalismo religioso e a ciência que, como água e óleo, não se misturam!
Para quem tem dúvidas a respeito, basta recordar que o poeta Salman Rushdie foi condenado à morte, por ter escrito um poema, considerado ofensivo ao Islã.
Assuntos envolvendo aspectos morais e religiosos, em confronto com a ciência, muitas vezes são resolvidos, ainda hoje à moda dirceuniana, isto é, fartas distribuições de bengaladas...
Mas, ironias a parte, basta ver em que nível está o debate a respeito da retirada de órgãos, para doação, de bebês nascidos sem cérebro que, recém-nascidos, respiram e se alimentam como bebês normais.
Em resumo, se não fosse o diagnóstico médico, com prognóstico sombrio, ninguém diria que aqueles bebês eram anormais.
Sendo assim, para a retirada de órgãos dessas crianças, o primeiro passo é dar-lhes morte caridosa e é aí que começa a discussão.
Entre os que aprovam esse tipo de eutanásia, está Amâncio Carvalho, uns dos diretores do Ministério da Saúde, e do outro lado estão católicos e o próprio Coordenador Geral dos Transplantes, do Brasil!
Temos aí, um belo dilema, como o tivemos, em relação à liberação de pesquisas com células embrionárias.
Estas questões são muito mais profundas do que se imagina, pois coloca em discussão a própria natureza humana!
Matar um ser humano, embora terminal, para salvar a vida de outro, é tornar legal a eutanásia, desde que para fins medicinais...
As recentes decisões da justiça brasileira são muito superficiais e, apenas, colocam mais lenha na fogueira.
Gostaríamos de acreditar na infabilidade da Ciência e da Religião para firmar uma posição a respeito do assunto, mas as coisas não são bem assim.
Os cientistas, assim como os religiosos são seres falíveis e o grau de complexidade moral envolvendo o assunto exige muita cautela.
Enquanto não tiver uma plena definição de todos os aspectos envolvidos num transplante de tal natureza, é bom que continuem as discussões.
Infelizmente, só nos resta esperar que, de algum lugar, surja uma luz capaz de orientar as inteligências, no sentido de sabermos o que é certo e o que é errado, neste impasse que não pode e nem deve ser resolvido com algumas bengaladas na cabeça de quem discordamos, com virou moda, no conturbado mundo de hoje...

domingo, maio 21, 2006

COMENTANDO

Os nossos comentários publicados no numero 33 deste jornal, citava exemplos de mau atendimento do comércio de Muriaé e aprece que a coisa melhorou um pouco, de lá para cá.

Relativamente ao comércio informal, no entanto, tudo indica que há a necessidade de o poder público promover uma seleção natural, evitando que uma ou outra conduta inadequada crie barreiras para a classe.

A ação de apoio aos ambulantes feitas pela administração municipal, antes de ser um desrespeito ao comércio formal, é importante fator de inclusão social,, como provou, no Rio de Janeiro, o Sr. Leonel Brizola ao construir o camelódromo.

Razoável seria fazer que as partes se respeitassem num pacto de boa convivência, pois, como se diz normalmente, “há lugar para todos”.

É inegável, porém que, assim como há comerciantes estabelecidos que não respeitam a lei, também alguns ambulantes extrapolam em suas ações, agindo de maneira não convencional, como iremos provar agora.

Por esses dias, ao passarmos pela Rua Barão do Monte Alto, vimos um vendedor de frutas que expunha suas mercadorias sobre a calçada e, como estávamos interessados em comprá-las, perguntamos o preço da dúzia.

Em voz alta e de maneira ríspida, o vendedor respondeu que não iria dar o preço porque sabia que eu não iria comprar coisa alguma.

Numa reação natural, antes de me afastar, disse-lhe que ele não era um bom vendedor, ao negar-me o preço da mercadoria.

Sem nenhuma reserva, passou ele a falar mais alto, seguindo-se pela calçada e dizendo “que eu estava mexendo com o capeta”, que eu “não gostava de aleijado” e coisas assim, sem o maior sentido.

Ao ouvir tais disparates, parei e disse-lhe que estava, apenas, querendo saber o preço das frutas, fato que o deixou mais irritado ainda, diante de dezenas de pessoas que passavam assustados com a cena.

Retirei-me do local, deixando-o falando sozinho, assim que fui informado de que, com vários clientes, aquele vendedor já havia feito a mesma coisa.

Embora possamos compreender o grau de insatisfação que uma pessoa assim possa ter, também acreditamos que, se ela não for suficientemente orientada, com o passar do tempo irá se tornar um perigo para a população, como acabamos de demonstrar.

Merecem elas um tratamento digno, sejam deficientes, desempregados, menores abandonados, presos, idosos carentes, mas, de forma alguma, podem ficar jogando sobre terceiros, as culpas de suas desditas, sob a forma de agressões verbais ou d ameaças, como temos visto, em muitas ocasiões.

Temos sim, o dever moral de facilitar a inclusão de todos os portadores de deficiência ou de incapacidade, passageira ou não, mas no caso de nos sentirmos impotentes diante da dimensão do problema, o poder público deve ser acionado, especialmente no caso de conduta inadequada, de quem quer que seja.

Infelizmente, casos como o aqui narrado são muito comuns, fazendo acorvadada a população de uma cidade ordeira e altamente civilizada com a de Muriaé, periodicamente invadida por mendigos que, trazendo crianças ao colo, procuram sensibilizar os pedestres ou por pessoas que se fazem passar por ambulantes, mas que não tem o menor respeito nem pela população nem pela classe que representam ou dizem representar...

COMENTANDO - DAS REVISÕES E ESCRITORES

É sabido que alguns escritores de crônicas e mesmo de livros dependem de terceiros que chegam a interferir no texto, geralmente de maneira anônima.

Sabemos todos da existência de muitos autores que teriam um infarto, se colocarmos diante de uma caneta e uma folha de papel, com a obrigação de redigir uma simples frase e sobre assunto trivial.

As entrevistas “ao vivo” feitas por emissores de televisão, muitas vezes revelam o lado decepcionante de muitos “gurus” da comunicação. Como iremos aqui citar.

A propósito, Padre Léo, do Sagrado Coração de Jesus, um dos mais competentes oradores católicos da atualidade, afirma com todas as letras que um grande especialista em assinar textos que não lhe pertencem é o conhecido Paulo Coelho que, por sua vez é plagiado por vários escritores!

Lendo, com certa atenção, matérias publicadas por nossos jornais, inclusive nos de Muriaé, iremos encontrar paginas de Paulo Coelho, de Tagore, de Malba Tahan, de Cecília Meireles, de Clarice Lispector, assinadas por outros, na maior “cara de pau”, como se os leitores fossem todos uns idiotas!

Enquanto isso acontece aqui, recordamos que alguns “papas” do jornalismo esportivo do Rio, lá mesmo no Maracanã, pelo telefone, enviam a crônica do jogo para a redação dos jornais.

Geralmente isto ocorria pela necessidade de o texto ser entregue na redação, logo após o jogo, pois, como se sabe o jornal de amanha saía na noite anterior, no máximo.

Realçando aquilo que afirmamos, muitas das entrevistas “ao vivo” com esses verdadeiros campeões de vendas são bem elucidativas, com foi aquela dada pelo escritor e educador Içami Tiba,

Içami, perguntando como estavam os adolescentes brasileiros, se estavam bem ou mal, saiu-se com esta:

- “Acho que estão muito MALS, pois HOUVERAM muitos problemas que não foram resolvidos, na criação deles...”.

De um escritor famoso e educador referenciado ouvir “MALS” e o “HOUVERAM” leva-nos a conclusão de que deve ter ele uma grande equipe de revisores.

A mesma conclusão podemos tirar de uma obra do bispo Macedo que já vendeu 4 milhões de exemplares, a “Orixás, Caboclos e Guias”![vamos encontrar no texto do Bispo, um tom preconceituoso que vai de encontro à liberdade religiosa praticada no Brasil].

Isto nos leva a pensar de como seria O Brasil, caso a igreja comandada por ele assumisse o poder, fato que não pode ser descartado, nunca!

De fanatismo, ignorância e intolerância religiosa, já estamos cheios mesmo porque os orixás, os caboclos e guias estão também presentes na Igreja do Bispo, nas sessões de descarrego e de exorcismo.

Agora, para completar o quadro bem anacrônico e surrealista, o GAROTINHO, aquele mesmo da greve de fome, tem um programa de aconselhamento familiar na TV, indicando que, para ele, é muito mais fácil saber do comportamento das criancinhas e “aborrecentes” que memorizar a fórmula da água...

HISTÓRIAS DO SERTÃO - NEM TODAS AS LIÇÕES SE PARENDEM NOS LIVROS DA ESCOLA...

Engana-se quem pensa que o homem do campo, na suas simplicidade, não tem imensa sabedoria, capaz de surpreender até. Vou dar um exemplo:

- Dona Filomena cultivava um belíssimo dente de ouro, de que tinha muito orgulho. Ela sempre que podia, mostrava-o, no largo e franco sorriso.

Um dia, chegou ao povoado em que ela morava, um dentista recém-formado. Pois exatamente naquele dia, Dona Filomena, ao comer um pedaço de doce, engoliu o seu dente de ouro de estimação.

Assustada com o ocorrido, a procurou o jovem dentista que, diante do tal fato, ficou sem saber o que fazer. Foi quando um matuto, que estava ouvindo a história, pediu licença e falou aço Dona Filomena;

- É simples, minha senhora. Basta à senhora comprar uma PENEIRA.

Dona Filomena sorriu agradecida e foi para casa. No dia seguinte, lá estava ela de volta ao dentista, trazendo na mão o reluzente dente de ouro. o jovem, ainda sem entender nada, perguntou:

-E para que serviu a peneira?

Dona Filomena explicou: “Bem... é que, desde ontem tenho feito minhas necessidades fisiológicas em cima dela. Hoje de manhã, foi só dar uma peneirada e ali estava ele, o meu querido dentinho de ouro”.

O dentista se lembrou de que, realmente, algumas lições não se aprendem nos livros da Faculdade...

HISTÓRIAS DO SERTÃO - DE COBRAS E JARARACAS

Zé da Cobra era a figura mais conhecida naquele povoado. Para dizer a verdade, devia ter sido um rapaz bonito e muito paquerado pelas meninas. Mas, apesar de tudo, não havia se casado e isso me intrigou.

Certa vez, numa de minhas viagens por ali, chamei o Zé e, de conversa em conversa, perguntei a ele a razão de seu celibato.

O meu fortuito amigo suspirou e abaixando a voz, contou-me a seguinte história:

Há muitos e muitos anos, ele e a filha do Coronel, tiveram um caso, escondido da família e do povoado.

Num de seus encontros com, a outrora bela menina, Zé da Cobra ficou esperando por ela, completamente nu, embaixo de uma figueira, á margem do rio.

Tão distraído estava que não notou a aproximação de uma jararaca que, num bote certeiro, atingiu “a cobra” do Zé, no justo instante que a menina chegava.

Além da tragédia, foi um escândalo: “mas, logo ALI?” perguntavam as comadres, sem esconder o riso e a decepção.

Felizmente, o meu amigo tomou a vacina, ou melhor, o soro antiofídico e ficou curado, embora “mais leve”.

Mas o trauma foi tão grande que o Zé não quis mais saber de casamento e, a partir daquele dia “descobrado” jamais pode ter outra relação sexual, com quer que fosse.

Para encerrar o assunto, quis saber do Zé o que havia acontecido com a moça, a filha do Coronel e Zé contou; “Ela teve que se mudar, por causa do apelido”.

- Por causa do SEU apelido? Insisti

- Não – respondeu o Zé- Por causa do apelido que botaram nela.

- E que apelido foi esse? – perguntei.

-JARARACA – encerrou o Zé.

HISTÓRIAS DO MEU SERTÃO - LÁ NA CAPETINGA, PRAS BANDA DE MURIAÉ

Quem me contou a história que passo a narrar foi a doce, nobre e gentil Tallita, assegurando-me que é uma história verdadeira, acontecida ali mesmo, na Capetinga.

No fim de semana, estava um grupo de amigos reunidos num barzinho do povoado quando apareceu um caipira puxando um burro pelo cabresto. No pescoço do animal havia uma placa com os dizeres TÔ VENDENDO.

Um dos amigos vira-se para os outros e comenta:

-Estou precisando de um burro. Aposto que vou comprar este aí, pela metade do preço!

Mal o caipira estacionou o burro, o espertalhão foi perguntando:

-Quanto vale o animal?

O caipira respondeu de pronto:

-Duzentos paus!

-Tudo bem! Depois a gente discute o preço. Entra aqui e vamos tomar umas cervejas. Aceita?

-Aceito.

A intenção do comprador era fazer o caipira “encher a cara” para, só depois, iniciara as tratativas.

Depois da quinta cerveja o espertalhão virou-se para os amigos e comentou:

- Agora vocês vão ver como vou comprar o burro pela metade do preço! E, virando-se para o caboclo, pergunta:

-Quanto é que mesmo que você quer pelo animal?

Para surpresa geral, o caipira replicou:

-Agora num quero mais vendê o meu burrinho, por dinheiro algum!

-Não vai vender? Por que não vai vender?

Com aquele olhar de quem está curtindo um “fogo”, o caboclo responde:

-ORA BOLAS! EU IA VENDER O BURRO PORQUE QUERIA TOMAR UMAS CERVEJAS E ESTAVA SEM DINHEIRO...

Esse pessoal da Capetinga é mesmo muito esperto!

HISTÓRIAS DO MEU SERTÃO - ZÉ PINGUELA E CADORNA

O meu amigo Zé Pinguela, morador do sítio da Barra Funda, em São Paulo, mandou-me comovente e verídica estória em que o personagem á uma saudosa cachorrinha vira-lata de nome CADORNA.

Entre Zé Pinguela e Cadorna havia muito mais que uma simples relação DONO/CACHORRO.

Para dizer a verdade, Cadorna parecia adivinhar os pensamentos do meu amigo e vice-versa.

Assim, quando Cadorna foi atropelada por uma carroça de burro, Zé Pinguela fez de tudo para salvar-lhe a vida. Infelizmente, nem a assistência do melhor médico do povoado dói suficiente par tal e Cadorna faleceu após uma semana de sofrimento.

Zé Pinguela deu à Cadorna um enterro de primeira classe, no pequeno cemitério da vila.

Três dias após o infausto acontecimento, meu amigo foi visitar o túmulo da cachorrinha e notou que alguma coisa se mexia, debaixo da terra.

Com as mãos, Zé Pinguela cavou um buraco e viu que o rabinho da Cadorna balançava, de lá para cá, saudando a visita do amigo.

Com lagrimas nos olhos, Zé Pinguela voltou a cobrir o corpo de Cadorna e hoje, vem nos contar esta estória, em homenagem àquela que foi, em vida e mesmo depois de morta, sua melhor amiga.

É isso aí.

sexta-feira, maio 19, 2006

HISTÓRIAS DO MEU SERTÃO - O PURGANTE VELOZ

Juventino morava na roça e depois de saborear deliciosas jabuticabas, passou a sofrer de uma terrível prisão de ventre, com todas as complicações que esse mal pode acarretar.
Depois de brigar com o farmacêutico da vila que havia receitado um supositório para nosso amigo, Juventino procurou um “raizeiro” que, também não resolveu o problema.
A solução foi voltar ao farmacêutico que, sem poder receitar um supositório, pensou naquele novo remédio muito receitado pelo médico do Posto para casos assim.
Diante da angústia de nosso personagem o dono da farmácia perguntou:
-“Seu” Juventino, a que distância daqui o senhor mora?
- Uma légua, respondeu o enfezado amigo.
Diante da resposta, o farmacêutico fez os cálculos e receitou três comprimidos de um purgante, tomados ali mesmo, no balcão da farmácia.
Juventino partiu em direção à residência, mas, meia hora depois, lá estava ele de volta, furioso, xingando o farmacêutico de tudo.
- Mas, que aconteceu? O remédio não fez efeito?
Com o rosto vermelho de raiva, Juventino arrematou:
- Fazer, ele fez! Mas o senhor “errou a pontaria” por mais de 500 metros!

HISTÓRIAS DO MEU SERTÃO - PANELA QUENTE É QUE FAZ COMIDA BOA

Quem sabe das coisas sabe que as enchentes sempre foram um sufoco para asa populações ribeirinhas.
Meu amigo Tunico Barbeiro conta que, no tempo em que morava na roça, passou por um sério problema, devido Às chuvas.
Jamais ninguém poderia imaginar que o “corgo” que passava no fundo do quintal do Tunico, um dia fosse subir mais de dois metros de uma hora para outra!
A mulher de Tunico estava esquentando o almoço quando a chuva começou e, de repente, a enxurrada veio e levou tudo de roldão!
Foi um verdadeiro milagre quando meu amigo, voltando do trabalho, descobriu a mulher, agarrada ao topo de uma velha mangueira, ainda desesperada!
Assim que as águas abaixaram, Tunico tirou a mulher lá de cima e, com ela, desceu aquele lamaçal em que se transformara o riozinho, à procura de alguma coisa que tivera sobrado da casa.
A uns cinco quilômetros dali, segundo meu amigo, viram uma panela de pedra enterrada na lama e, ao retirarem a mesma, notaram que saía uma fumacinha do fundo e que a comida, apesar de um pouco suja, ainda estava quentinha.
Bastou raspar a sujeira de cima para saborearem uma refeição deliciosa, pois a mulher do Tunico era uma cozinheira exímia.
Afinal de contas, nem tudo estava perdido...

HISTÓRIAS DO MEU SERTÃO - A GALINHA DA DONA MARCOLINA E O VIRA-LATAS DO "SEU" JOAQUIM

As galinhas da dona mar colina não davam sossego ao “seu” Joaquim! Vira e mexe, lá estavam elas, entrando pelo buracão da cerca, invadindo ao quintal do vizinho, causando-lhe grandes prejuízos, ao devorar as hortaliças por ele plantadas.
Cansado de reclamar, inutilmente, nosso amigo resolveu Dara um basta nesta situação.
Para tal, arranjou um cachorro vira-latas daqueles de focinho preto, “especialista” em caçar gambás e galinhas...
Dias após, conversava ele com a vizinha quando, pulando sobre a cerca, uma galinha entrou na área perigosa. Foi só a “penosa” aterrisar para ser atacada pelo vira-latas. Não teve jeito! Um minuto depois, o danado do cachorro, com a galinha presa entre os dentes, corria pelo quintal com ares de vitória!
Dona Marcolina, vendo a cena não se conteve e gritou para o amigo:
“Seu” Joaquim! “Seu” Joaquim! Chame seu cachorro que ele vai eivando minha galinha!
O experiente sitiante, após certificar-se que a galinha estava bem morta, respondeu de imediato:
-Ué! Porque que a senhora não chama a sua galinha?

HISTÓRIAS DO MEU SERTÃO - OS MILAGRES DA BOTINA GRANDE

Severino largou o Ceará e foi para São Paulo, em busca de condições melhores de vida. Com ele, a mulher e dias filhas menores, além do papagaio.
Com um pouco de sorte, através de um conterrâneo, conseguiu o emprego de caseiro, num sítio distante da Capital.
Homem profundamente religioso, Severino deixou de freqüentar a Igreja, pela distância imensa em que ficava a capela mais próxima de sua casa. Isto lhe causava grande tristeza, mas, no dia em que sua filha menor adoeceu nosso amigo não teve dúvidas:
Antes de buscar socorro médico, resolvei ir até a Igreja para rezar.
Para tal, Severino colocou sua melhor roupa e calçou uma velha botina que o dono do sítio havido deixado na sede, tão velha quanto grande para os pés do pai aflito.
Duas léguas depois, lá estava ele dentro da Igreja, repleta de fieis. Mas, ao se ajoelhar, Severino se lembrou de que... não sabia rezar!
Para não passar vergonha, resolveu usara um artifício. “Bastava – pensava ele- repetir as palavras dos fiéis e estava sanado o problema”.
Um dos presentes, ao ver o tamanho da botina de Severino, murmurou:
-Meu Deus! Que botina grande!
Aquilo chamou a atenção e todos, à volta de Severino repetiam a mesma frase:
Nosso amigo ouviu bem e, com o coração repleto de dor e de fé, repetia:
- Meu Deus, que botina grande! Salve minha filha, meu Deus que botina grande!
Severino rezou com tanta fé que o Senhor teve piedade dele:
Ao chegar em casa, sua filha estava brincando, totalmente curada!
A fé, realmente remove montanhas...

HISTÓRIAS DO MEU SERTÃO - O DONO DO LEITÃO

Deu-se esse caso, no interior das Minas Gerais.
Dois ferrenhos adversários políticos disputavam a propriedade de uma fazenda. Um deles, sentindo-se derrotado, teve a idéia de, na véspera do julgamento, enviar um leitão, de pressente para o Juiz.
- “De maneira alguma”, advertiu seu advogado. “Se você fizer isto, a causa estará perdida, pois o Juiz é uma pessoa séria!”
No dia seguinte, ocorreu o julgamento e, para surpresa geral, aquele que se sentia derrotado, venceu a questão. No final da sentença, o ínclito magistrado acrescentou:
‘“E mando encaminhar aquele leitão para o asilo dos velhos...”.
Surpreso, o advogado chamou seu cliente de lado e perguntou:
-“Então, você me desobedeceu, enviando um leitão para o Juiz?”.
O caipira sorriu matreiramente, e confirmou:
-“Mandei sim. Só que tem que mandei o leitão, em nome do outro...”

HISTÓRIAS DO MEU SERTÃO - DURMA-SE COM UM BARULHO DESSES!

Zé Garnizé era uma dessas figuras típicas de nosso folclore; Baixinho, atarracado, nariz empinado, sempre aprontando uma.
Era chamado “pintor de rodapé” mas, apesar da pouca altura, ele vivia feliz. Jamais se casou, apesar de tentar conquistar todas as as mulheres que via, razão do apelido “garnizé” ou “estraga terreiro”.
Um dia, um circo mambembe chegou à cidadezinha onde ele morava, A maior atração era um casal de anões, exímios malabaristas!
Conversa vai, conversa vem, e Zé Garnizé acabou gostando da anãzinha e, num gesto de desprendimento, largou tudo e foi trabalhar no circo, para ficar perto de sua amada.
A função do novo contratado foi a de se vestir de macaco e fazer a festa da criançada. E nisso, Zé Garnizé foi notável!
Tão perfeito que, seis meses depois, ele apareceu de volta à cidade sem emprego e na maior “fossa”.
Todos quiseram saber a as causas da sua despedida e nosso amigo contou:
Ele fazia tão bem o papel de macaco que, n ao se sabe porquê, a macaca se apaixonou por ele, causando muitos ciúmes na sua amada, a anãzinha malabarista!
O pior é que a macaca era mais ciumenta ainda e, numa crise incontrolável, arrancou um pedaço do ombro de Zé Garnizé, ao vê-lo abraçado com a anãzinha.
Durma-se com um barulho desses!

quinta-feira, maio 18, 2006

HISTÓRIAS DO MEU SERTÃO - CHICO MILITÃO E TIÇÃO

Chico Militão filósofo rural, jamais perdeu a oportunidade de rebater exageros verbais, de quem quer que fosse, com uma deliciosa e divertida mentirinha.
Um dia, lá pelos lados do Ciricúite, um sitiante contava as proezas de sue cavalo de estimação, um belo animal que só faltava falar!
Tanto se gabou o sitiante da inteligência do animal que Chico Militão se saiu com esta:
- Seu cavalo pode ser bom, mas o animal mais inteligente que conheci foi o Tição, meu cachorrinho vira-lata.
Quando saí de minha terra para tentar a sorte em São Paulo, tive que deixa-lo, recomendando a meus familiares que tratassem dele como se fosse gente da família!
De nada adiantaram os afagos! Tição foi definhando, definhando, até morrer de desgosto! Minha família deu a ele um enterro de primeira categoria e me comunicou o fato.
Ao receber a notícia, chorei muito e resolvi dar uma chegadinha até minha terra, para visitar o tumulo de meu amigo cachorro.
Qual não foi minha surpresa quando, ao me aproximar do tumulo, vi algo se mexendo sob a terra fria.
Abaixei-me, cavei com as mãos e, emocionado pude ver o rabinho de meu querido Tição, abanando, num último sorriso de despedida...
Este Chico Militão é fogo!

HISTÓRIAS DO SERTÃO - MARIANA E O VELHO CHICO

Mariana era considerada a moça mais bonita e mais pura do povoado.
Sempre sorrindo, ela passava pelas pessoas, com seu bonito vestido de chita, apaixonando corações, mas sem se apaixonar por ninguém.
O tempo passou e ela, após recusar inúmeros pedidos de casamento, acabou ficando para “titia”.
Mas, apesar disso, continuava a ser a moça mais bonita do povoado, muito, mas bonita que as artistas de televisão que apareciam no único aparelho existente naquela vila.
O entregador de leite, o velho Chico, se gabava de ter sido o único habitante do lugar que, um dia, flagrou Mariana nua, nuinha tomando banho na cachoeira! E todos invejavam o velho Chico!
Um dia, na sua “marcação cerrada” sobre a moça, Chico resolveu se esconder no porão da casa onde ela morava. Sabe, aquele assoalho de tabuas separadas, poderia revelar novas cenas de nudez!
Lá pela meia-noite, enquanto todos dormiam, lá estava Chico esperando Mariana se despir.
Foi quando ele ouviu o barulho de uns passos e, quando Mariana, por uma fresta do assoalho, Chico viu entrar a Margarida, filha do padeiro. As duas se beijaram demoradamente e foram dormir.
A notícia se espalhou e o acontecimento trouxe explicação para a vida misteriosa de Mariana.
Apesar de tudo, ela continuou a ser a moça mais bonita do lugar! Penas que não fosse mais tão pura assim...

HISTÓRIAS DO SERTÃO - MÁS COMPANHIAS

Psicólogos garantem que bêbados e loucos têm um ponto em comum: jamais perdem a noção da lógica! Se, por exemplo, um louco ou um bêbado imaginar que é candidato a cargo eletivo, vão sair por aí, pedindo votos, a torto e a direito, não tenham dúvidas! O fato que passo a narrar confirma essa tese. Vamos a ele!
Januário, trabalhador braçal, era conhecido por todos na via onde morava. Quando não bebia, era uma pessoa tímida e muito educada, mas, um ou dois goles da “branquinha” deixavam-no insuportável!
Tão insuportável que, de vez em quando, era expulso do único barzinho existente no povoado.
Um dia, Januário passou dos limites e o dono do bar teve que chamar a polícia para prendê-lo. Levado para a delegacia, antes de ser colocado na única cela da cadeia, foi interrogado pelo delegado de plantão:
- Por que você bebeu tanto, Januário?
- Más companhias, Doutor! Más companhias...
- Impossível! Seus amigos disseram que não beberam nada e ainda deram muitos conselhos ao Senhor1
- Por isso mesmo,, Doutor! Ganhei uma garrafa de pinga e eles não quiseram me ajudar a acabar com ela...
Realimente, tem lógica! Se seus amigos não o ajudaram a acabar com a “malvada”, só podiam ser taxados de más companhias...
Como o Delegado sabia que “antes só do que mal acompanhado”, deixou Januário sozinho por umas horas atrás das grades, até passar o efeito da cachaça...

HISTÓRIAS DO MEU SERTÃO - ZÉ BENTO E CISCADOR

Quem nunca morou na roça não é capaz de avaliar o quanto HOMEM e ANIMAL se integram, no dia a dia. Foi através dessa integração que Zé Bento, empregado de uma fazenda em Volta Comprida, vilarejo do interior de Minas, conseguiu ensinar muitos truques ao seu belo cavalo, o “Ciscador”.
Da fazenda do vilarejo eram mais de duas léguas, viagem que só poderia ser feita a cavalo, em caso de urgência. E Ciscador era ideal para isso, porque, um dos truques ensinados ao cavalo, por Zé Bento foi o seguinte:
Se, durante a viagem, o cavaleiro desse uma cochilada, afrouxando o freio, Ciscador parava imediatamente. Se o cavaleiro não acordasse, o cavalo começava a ciscar o chão até acordar o viajante.
Talvez por esse motivo, certa vez, o dono da fazenda onde Zé trabalhava, pediu emprestado o cavalo para ir até o, povoado. No dia seguinte, o patrão trouxe de volta o Ciscador e, antes de devolvê-lo ao dono, fez-lhe uma proposta de compra, por uma fortuna.
Zé Bento recusou a oferta, especialmente agora, pois quando contava as proezas do cavalo, podia acrescentar:
- Senão acredita, pergunte ao patrão!

quarta-feira, maio 17, 2006

MUSICLIP 4 NÃO SE ESQUÇA DE MIM

MUSICLIP

MÚSICA TEMA – “NÃO SE ESQUEÇA DE MIM” – ROBERTO CARLOS

MÚSICA DE FUNDO – “DOLANNES MELODIE” – ORQUESTRADA

UMA FANTASIA DE MARCOS COUTINHO LOURES

Aconteceu! Simplesmente aconteceu...

Ondas impiedosas levantadas pelo vento inclemente das desilusões, fizeram ruir o meu castelo dos sonhos, levando você de mim!

As marcas de seus pés, deixados na areia molhada por minhas lagrimas, foram cobertas pela espuma do esquecimento que teima em apagar as lembranças do nosso amor.

Nada fiz para impedir sua partida, pois o amor, antes de ser uma troca, é uma doação constante.

Outros caminhos estavam abertos à sua passagem e não cabia a mim, colocar obstáculos aos seus sonhos...

E então fiquei sozinho, vendo você dobrar a esquina, acenando com o seu sorriso... Seu último sorriso!

Faz tanto tempo...

Não sei mais por onde você anda! Apenas sei que jamais consegui reconstruir o castelo dos sonhos.

Apesar de tudo, meu pensamento esteve sempre voltado para você, alimentando a saudade do nosso amor.

Saudade que vive da esperança de que, pelo menos, você não tenha se esquecido de mim...

E olhando a espuma que se desfaz na areia, venho lhe fazer este último pedido na esperança de que você possa ouvi-lo, ONDE VOCÊ ESTIVER

MUSICLIP 3 - TALISMÃ

MÚSICA TEMA – “TALISMÔ

MÚSICA DE FUNDO – a critério

UMA FANTASIA DE MARCOS COUTINHO LOURES

A saudade, “alma das grandes Distâncias”, entrou em minha vida pela porta da frente, sem bater nem pedir licença, assim que você partiu...

Pouco a pouco, ela foi tomando conta de tudo, fazendo com que eu me perdesse, no emaranhado de tantas lembranças.

Ao cair da tarde, quando volto para casa, abro a porta da sala, alimentando a esperança de que você ali esteja, sorrindo para mim, naquele vestido transparente que delineava suas formas delicadas e suaves...

Quando chega a noite, procuro por você no leito da minha saudade e posso sentir o perfume de seu corpo que a brisa traz, de algum ponto do infinito.

Fecho os olhos e imaginando sua presença, junto a mim, começo a lhe falar de meus problemas, nos momentos difíceis que tenho passado e posso sentir suas mãos delicadas e pequeninas tocando meu rosto, numa carícia leve, que me devolve a paz e fortalece meu espírito.

Mas logo, logo, você se levanta e, sem fazer barulho, caminha pelo quarto, até desaparecer no infinito, por detrás da cortinha que separa minhas ilusões da realidade!

Ah! .. Saudade, alma das grandes distâncias, minha companheira inseparável: é a ti que peço, agora:

- Vai dizer a ela que não tem sido fácil, esquecer seu jeito frágil de se dar e receber...

Dia a ela, por favor, que, se não mais aparecer, de nada valerá minha vida, pois não sei mais como viver, sem meu pequenino e frágil talismã...

MUSICLIP 2 MODINHA

MÚSICA TEMA – “MODINHA” COM TAIGUARA

MÚSICA DE FUNDO – “FEELINGS” ORQUESTRADO, COM RICHARD CLAYDERMAN.

UMA FANTASIA DE MARCOS COUTINHO LOURES

Todas as ruas parecem ter as mesmas formas, as mesmas casas, as mesmas janelas...

Mas, dentre tantas ruas iguais, uma existe onde o milagre da saudade fez nascer, numa janela igual às outras, uma ROSA, sem igual!

E ao ver a pequenina flor que ali brotou, o sonhador se recorda de que “se a vida é a arte do encontro, pena que haja tantos desencontros pela vida...”

Uma rosa vermelha, em forma de saudade, que resiste ao tempo protegida pela redoma de cristal dos sonhos, perfumando as doces lembranças de uma vida, naquilo que a vida tem de mais belo e cativante!

As gotas de orvalho das manhãs primaveris, no carmim daquelas pétalas, refletem os sonhos inocentes do primeiro amor, do amor que se perdeu nos longos e tortuosos caminhos da vida...

Ao pôr-do-sol, as desmaiadas cores dos sonhos inacabados, brilham serenamente, á espera da noite que vai chegar, inclemente, sobre os olhos de quem sonha e dos que são incapazes de sonhar....

E quando tudo for sombra e tiverem cessados todos os rumores, todos os movimentos, somente restará uma simples janela. Refletindo os encontros e desencontros de uma existência, uma pequenina rosa, protegida do açoite do tempo, pela redoma de cristal dos sonhos de amor, perfumando as doces recordações da vida...

Uma rosa imortal, como os sonhos de amor!

MUSICLIP 1 - OS VERDES CAMPOS DE MINHA TERRA

MUSICLIP

MÚSICA-TEMA: ”OS VERDES CAMPOS DA MINHA TERRA”

MÚSICA DE FUNDO – “O LAGO DOS CISNES DE TCHAIKOVSKY”

UMA FANTASIA DE MARCOS COUTINHO LOURES

Aproveitamos este instante de ternura e saiamos por aí, você e eu, para um passeio, nas asas do sonho e da fantasia...

Enlace-me com o suave perfume de suas mãos delicadas, deixe que seus cabelos caiam sobre meus ombros e caminhemos, ao embalo da brisa refrescante que beija o seu corpo, numa tênue carícia, de indizível prazer...

Flutuando sobre levíssimos flocos de algodão, chegaremos a um lugar encantado, onde o Tempo ainda não assentou suas garras impiedosas e tudo está como era antes...

Ali, naquela casa toda enfeitada de sonhos, entram e saem as mesmas pessoas de sempre.

As crianças que correm pelas ruas, como alegres passarinhos, ainda se assustam com as velhas histórias de “lobo mau” e, com os olhinhos” faiscando borboletas”, esperam por Papai Noel, numa sonhada boneca ou um velocípede, rápido como o pensamento...

A menina de longos cabelos e pernas muito finas passa correndo, em direção à escola, colorindo a paisagem com os matizes de seu uniforme.

Ali estarão os mesmos lugares, as mesmas coisas, as mesmas paisagens, as mesmas pessoas que deixamos, no decorrer de nossas vidas...

Voltemos do nosso passeio..

E quando a saudade bater mais forte, siga as nuvens que a brisas toca numa suave carícia e volte àquela terra Encantada!

Enlace meu corpo com o perfume de suas mãos delicadas, deixe seus cabelos caírem sobre meus ombros e, de mãos dadas, nas asas do sonho e da fantasia, mais uma vez iremos rever “os verdes e deslumbrantes campos de minha terra...”

MUSICLIP - DEFINIÇÃO

O MUSICLIP – ESCLARECIMENTO

MUSICLIP é um neologismo que criamos, na década de 80 e se apresenta da seguinte forma, em emissoras de rádio ou em comunicações onde e valoriza o áudio:

Com base na LETRA de uma MÚSICA de fundo (ou background), como o fizemos na Rádio TUPI-AM, nos programas de COLLID FILHO, GILBERTO LISSIER (hoje na Globo News) e João de Oliveira.

Terminada a interpretação do texto, retira-se a música de fundo e coloca-se A MÚSICA TEMA

ORAÇÃO DE GRAÇAS

É MARAVILHOSO, SENHOR, TER AS MÃOS RETORCIDAS E MUTILADAS, SEM QUE NELAS EXISTA UMA SÓ CICATRIZ DE QUE POSSA ME ENVERGONHAR, ENQUANTO QUE MUITOS USAM SUAS MÃOS, PERFEITAS, PARA OFENDER E HUMILHAR, ESMAGAR E OPRIMIR, NEGANDO O PÃO ÀQUELE QUE TEM FOME E O AGASALHO ÀQUELE QUE TEM FRIO.

É MARAVILHOSO SENHOR, NÃO PODER VISLUMBRAR A CLARIDADE DO SOL NEM O BRILHO DAS ESTRELAS, A IMENSIDÃO DO MAR NEM A BELEZA DAS FLORES, ENQUANTO QUE MUITOS, QUE TÊM OLHOS PERFEITOS, SEMPRE SE FECHARAM AO SOFRIMENTO E À DOR DOS MAIS HUMILDES, ESQUECIDOS DE QUE FOI A ESSES QUE TU MANDASTE OUVIR E CONSOLAR.

É MARAVILHOSO SENHOR,

NÃO TER SEQUER UM ABRIGO SEGURO PARA O CORPO CANSADO, ENQUANTO QUE MUITOS, QUE MORAM EM RICAS MANSÕES, NÃO SE LEMBRAM DE QUE, UM DIA, SERÃO DALI EXPULSOS E SE VERÃO DIANTE DE TI, IMPLORANDO A MISERICÓRDIA QUE SEMPRE NEGARAM AOS MAIS INFELIZES.

É MARAVILHOSO, SENHOR, SABER QUE MEUS PÉS ATROFIADOS IMPEDEM QUE EU ME AFASTE DE TI, ENQUANTO MUITOS CAMINHAM SEM PARAR, NA PROCURA DE UM BEM QUE NÃO SE ENCONTRA LÁ FORA, MAS SIM, NO INTERIOR DE CADA UM DE NÓS, NO CORAÇÃO QUE NOS INDICA OS CAMINHOS DA VERDADE E DA VIDA.

É MARAVILHOSO SENHOR, OUVIR TUA VOZ EM TODOS OS SILÊNCIOS, O TEU CANTO EM CADA MOVIMENTO E A TUA PRESENÇA EM TODAS AS AUSÊNCIAS.

ACIMA DE TUDO, É MARAVILHOSO SENHOR, PEDIR QUE NÃO ABANDONES AQUELES QUE SE AFASTARAM DE TI, AFIM DE QUE ELES TAMBÉM SE TORNEM DIGNOS DA TUA BONDADE E DA TUA INFINITA MISERICÓRDIA;

RIO, 11/08/1989

terça-feira, maio 16, 2006

SÓ O AMOR NÃO BASTA (ARTUR DA TÁVOLA)

Aos que casaram. Aos que vão casar. Aos que acabaram de casar. Aos que pensam em se separar. Aos que acabaram de se separar. Aos quem pensam em voltar...
Não existem vários tipos de amor.
Assim como não existem três tipos de saudades, quatro tipos de ódio, seis espécies de inveja.
O AMOR É ÚNICO,
Como qualquer sentimento. Seja ele destinado a familiares,
Ao cônjuge ou a Deus!
A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue,
A sedução tem que ser ininterrupta.
Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza e, de cobrança em cobrança, acabamos por sepultar uma relação que poderia.
SER ETERNA.
- Casaram te amo pra lá, te amo pra cá. Lindo, mas insustentável! O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas;
Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver mais do que amor e, às vezes, nem necessita de um amor tão intenso.
É preciso que haja, antes de mais nada.
RESPEITO!
Agressões zero.
Disposição para ouvir argumentos alheios,
ALGUMA PACIÊNCIA...
Amor, só não basta!
Não pode haver competição, nem comparações. Têm que ter jogo de cintura para acatar regras que não foram previamente combinadas, tem que haver BOM HUMOR para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades, TEM QUE SABER LEVAR!
AMOR SÓ, POUCO.
Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais. Rejeições, demissões inesperadas, contas para pagar. Tem que ter disciplina para educar os filhos, dar exemplo, não gritar.
Tem que ter um bom psiquiatra. Não adianta, apenas, amar!
Entre casais que se unem,
Visando a longevidade do matrimonio, tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo para cada um; tem que haver confiança. Certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou. É preciso entendera que a união não significa, necessariamente
FUSÃO
E que amar “SOLAMENTE” não basta.
Entre homens e mulheres que acham que AMOR É SÓ POESIA, tem que haver discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom pode durar para sempre, mas, sozinho, não dá conta do recado.
O Amor é grande. Mas não são dois. Tem que saber se aquele amor faz bem ou não; se não fizer bem não é amor. É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência. O amor até pode bastar, MAS ELE PRÓPRIO, NÃO SE BASTA!
UM BOM AMOR, AOS QUE JÁ TÊM. UM BOM ENCONTRO AOS QUE PROCURAM, E FELICIDADE, PARA TODOS NÓS!

Editorial – O CORREIO MURIAENSE

O Supremo determinou em princípio de março do corrente ano que o teto salarial do funcionarismo público do Brasil é de VINTE E QUATRO MIL E QUINHENTOS REAIS, por mês!
Ao compararmos tal valor com o salário mínimo nacional, realmente ficamos pensando se este é ou não é um país surrealista!
A notícia gerou controvérsia e muitos protestaram contra a medida, achando que o valor determinado pelo Supremo é MUITO PEQUENO!
Fomos saber, com mais detalhes e descobrimos que realmente, em estados da federação, como o nosso, Minas Gerais, há funcionários da justiça ganhando mais de 50 mil reais, por mês!
Como nem sempre tivemos uma política salarial séria, gostaríamos de sugerir que, assim como é feito em certos paises desenvolvido, com maior distribuição de renda, o TETO deveria ser estabelecido a partida do MÍNIMO ou piso salarial.
Assim, como exemplo, ninguém poderia ganhar mais que VINTE salários mínimos.
Para que os marajás de agora pudessem ganhar mais, deveriam eles lutar para aumentar o salário mínimo, promovendo uma distribuição de renda mais justa.
Fica aqui a sugestão. Enquanto isso vai convivendo com disparidades desse nível, que dão argumentos àqueles que garantem, com plena convicção, que os poderosos jamais deixarão que as coisas mudem, pois, para quem ganha mais de 50 MIL REAIS por mês, as coisas não estão nada ruins!
Pelo menos em termos de “grana”...
Ou será que estamos errados?

COMENTANDO CORREIO MURIAENSE

22 DE ABRIL 2006
É comum assistirmos a campanhas publicitárias feitas pelo Governo, tentando incentivar a doação de sangue e de órgãos, no país.
Se algumas conseguem atingir os objetivos, muitas outras pecam pelo mau gosto.
Dentre elas, uma houve em que o Governo do Rio de Janeiro “disponibilizava” as bancas de Jornais para o cadastramento de doadores, numa vulgarização que deve ter custado muito caro ao sistema.
O mais grave é que jamais se investiu adequadamente numa política racional de doações abrangendo nossas principais cidades.
Consequentemente as “filas de espera” de pessoas que necessitam de transplantes, tendem a aumentar, com o passar do tempo.
Embora saibamos que a doação é um ato de amor,, não podemos nos esquecer de que ela envolve princípios técnicos de alta complexidade e de valores crescentes e assim deve ser encarada.
Estamos seguros de que se a doação não for encarada com pragmatismo, dificilmente o País atingirá metas mais ambiciosas nesse campo da Medicina.
Sendo assim, defendemos a tese de que todo doador deveria ser encarado e tratado como um verdadeiro benfeitor social,, com total regalia a na área da saúde, com os acompanhamentos médicos e odontológicos gratuitos, tanto na área pública quanto na privada do sistema de saúde.
Erram aqueles que pensam que tal medida poderia dar idéia de mercantilizacão de órgãos, pois o objetivo da mesma é bem claro, que é o de zelar pela qualidade do órgão a ser doado.
Devemos acentuar que o tratamento diferenciado para o futuro doador irá garantir menor risco de transmissão de doenças e maior presteza da coleta de órgãos a serem transplantados.
Um dos mais sérios problemas na relação entre os transplantados e os doadores é a identificação, a tempo, de doenças que tornaram o órgão inadequado para o transplante, fator que seria eliminado com o acompanhamento médico dos envolvidos no processo.
Tal feito daria mais segurança, inclusive nas doações de sangue, doações essas que chegam a ser um drama, em caso de grandes demandas, onde muitas vítimas passam a depender de transfusões.
O ponto de vista que expressamos a respeito do assunto, pode e deve ser aprimorado, mas acreditamos que seja a solução para o problema.
Resta saber se haverá vontade política para ativar um sistema que, ale, de reconhecer o grande valor moral do doador, ainda lhe dê oportunidade de cuidar da própria saúde, sem custos adicionais.
A sugestão está lançada, como semente ao vento, n a esperança que caia em solo fértil, num país em que, sem plano de saúde, o cidadão não tem nem o direito de morrer em paz....